Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Estultices protestantes refutadas


Adicionado ao  www.rainhamaria.com.br  em 19.08.2010 -

Não é possível ignorar o vídeo que foi postado recentemente na internet, no qual o apóstata Francisco Araújo utiliza o livro Glórias de Maria, de Santo Afonso Maria de Ligório, para desferir golpes contra a devoção católica à Santa Mãe de Deus.

 

O diabo também conhece as Escrituras! A interpretação autêntica só a Igreja pode dar, mas à letra até o diabo tem acesso. O correto exame da Bíblia só os bispos da Igreja em comunhão com o Papa podem fazer, mas a leitura das Escrituras Sagradas e uma interpretação paralela, qualquer um pode fazer. Aqui nasce o protestantismo: do livre exame, da confusão. E Satanás sugeriu um uso distorcido da Palavra de Deus quando tentou o Cristo no deserto: “Se és filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra” (Mt 4, 6). Da mesma forma, sugere inúmeros erros a interpretação bíblica feita pelos protestantes. Não venere Maria, porque está escrito… Creia somente na Bíblia, porque está escrito… Basta crer e serás salvo, porque está escrito…. A semente da confusão foi semeada. E as ovelhas vão, pouco a pouco, se dispersando.

Traçado um panorama do que é de fato o protestantismo, podemos finalmente comentar as palavras do sr. Francisco Araújo na sua mais nova empreitada. Ele deseja destruir a piedosa devoção que o povo cristão cultiva para com Maria Santíssima. Para isso, se utiliza da obra de um grande doutor da Igreja, Santo Afonso de Ligório.

Ele começa afirmando que Maria, “não sendo uma deusa, não é onisciente; ela não pode saber tudo o que está acontecendo; ela não sabe o que eu estou pensando e não pode ouvir a minha oração e nem a de mais quinhentos ou um bilhão de católicos pedindo uma graça”.

Por que o raciocínio do sr. Francisco está errado? Porque nota-se que, em mais de dez anos na Igreja Católica, o apóstata não aprendeu o que é a comunhão dos santos. A Igreja, Corpo Místico de Cristo, se manifesta não somente nesta terra, mas também no Céu (Igreja triunfante) e no Purgatório (Igreja padecente). E aqueles que já louvam a Deus e O contemplam no Céu estão unidos aos cristãos que peregrinam nesta vida, comunicando-lhes os bens espirituais que brotam de Cristo, cabeça da Igreja.

“Com efeito, todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros n’Ele (cf. Ef. 4, 16). E assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, é reforçada pela comunicação dos bens espirituais. Porque os bem-aventurados, estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na santidade, enobrecem o culto que ela presta a Deus na terra, e contribuem de muitas maneiras para a sua mais ampla edificação em Cristo (cf. 1 Cor 12, 12-27). Recebidos na pátria celeste e vivendo junto do Senhor (cf. 2 Cor 5, 8), não cessam de interceder, por Ele, com Ele e n’Ele, a nosso favor diante do Pai.”

- Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, n. 49

Os santos não precisam ser oniscientes para interceder por nós junto de Deus. As necessidades da Igreja militante e os anseios do povo de Deus que peregrina neste mundo são comunicados aos que já contemplam a face de Deus pela comunhão existente entre os membros do Corpo Místico de Nosso Senhor, que é a Igreja. “Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Cor 12, 12). Quanto à onipotência, todo bom católico tem consciência de que os santos intercedem por nós junto a Deus. “Quando dizemos que um Santo concedeu uma graça, queremos dizer que esse Santo obteve de Deus aquela graça” (Catecismo de São Pio X, n. 341). Assim sendo, não são os santos onipotentes; são eles canais pelos quais chegam ao Altíssimo as nossas orações. Isso também é possível graças à comunhão dos santos.

Francisco persiste, contudo, em sua estultice e ousa falar de projetos de teólogos que desejam inserir Maria na Santíssima Trindade. Desconheço essas propostas, mas é mais do que óbvio que ela não está de acordo com a doutrina católica, assim como é surreal querer utilizar como referência para essa loucura a imagem do Divino Pai Eterno. “Que tem a ver a Virgem Maria – pergunta Francisco – com a Santíssima Trindade?”

Ora, Maria foi escolhida por Deus Pai para ser Tabernáculo do Cristo, para ser “Theotókos” (Mãe de Deus). O anjo Gabriel anuncia que “o Espírito Santo descerá sobre ela, e a força do Altíssimo lhe envolverá com a sua sombra” (Lc 1, 35). O Espírito Santo – terceira pessoa da Santíssima Trindade – descerá sobre Maria; aquele que ela carrega em seu ventre é o Filho de Deus (cf. Lc 1, 35). Então, é preciso ainda dizer que tem a ver a Virgem Santíssima com a Trindade Santa? No mistério da encarnação do Verbo Divino a Virgem Maria exerce papel fundamental. Às palavras de Gabriel, Maria respondeu, dizendo-lhe: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Fiat mihi secundum verbum tuum. Por um fiat criou Deus a luz (cf. Gn 1, 3); por um fiat, Deus se fez homem.

Explicando de maneira bem breve, é essa a relação existente entre a Santíssima Trindade e a Virgem Maria. Na imagem do Divino Pai Eterno, vemos Maria sendo coroada nos céus. Faz referência a uma verdade na qual não creem os protestantes, já que não são capazes de acreditar em outra fonte inspirada que não seja a Sagrada Escritura. Por isso atacam a piedosa devoção popular ao Divino Pai Eterno.

Mais adiante, Francisco dá uma demonstração cabal de ignorância e desconhecimento das próprias Escrituras: “E olha a Palavra de Deus (…) sobre o que é idolatria: Não farás para ti imagem de escultura. Pronto! Isso já é suficiente. E fazer imagens de Deus, que é espírito, é idolatria.”

A frase “Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra” é retirada do livro do Êxodo, capítulo 20, versículo 4. Os fundamentalistas a utilizam para rebater o uso de imagens por parte de católicos. Mas, é preciso mostrar-lhes que o próprio Deus pede a Moisés que construa uma serpente de bronze (cf. Nm 21, 8); o próprio Deus pede a Moisés que ornamente a Arca da Aliança com “querubins de ouro” (cf. Ex 25, 18). O que Deus quer proibir, na verdade, é que se preste culto de adoração a essas imagens. A própria serpente de bronze foi posteriormente destruída por Ezequias, uma vez que “os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela” (2 Rs 18, 4).

Francisco também afirma que fazer imagens de Deus, que é espírito, é idolatria. Mas, na verdade, Deus se fez homem. Transcrevo aqui comentários de São João Damasceno, afirmações que detonam a iconoclastia:

“Em outros tempos, Deus não havia sido representado nunca em imagem, sendo incorpóreo e sem rosto. Mas dado que agora Deus foi visto na carne e viveu entre os homens, eu represento o que é visível em Deus. Eu não venero a matéria, mas o Criador da matéria, que se fez matéria por mim e se dignou habitar na matéria e realizar minha salvação através da matéria. Nunca cessarei por isso de venerar a matéria através da qual me chegou a salvação. Mas não a venero em absoluto como Deus! Como poderia ser Deus aquilo que recebeu a existência a partir do não ser? Mas eu venero e respeito também todo o resto da matéria que me procurou a salvação, enquanto que está cheia de energias e de graças santas. Não é talvez matéria o lenho da cruz três vezes bendita? (…) Não se ofenda portanto a matéria: esta não é desprezível, porque nada do que Deus fez é desprezível.”

- São João Damasceno
Audiência do Papa Bento XVI, em 2009

* * *

Partamos, enfim, aos comentários de Francisco no livro Glórias de Maria, de Santo Afonso de Ligório. Aqui é preciso prestar muita atenção ao que ele retira do livro e ao que o doutor da Igreja verdadeiramente quis dizer. Já diziam que um texto, retirado de seu contexto, torna-se pretexto. É verdade. E foi o que o sr. Francisco Araújo fez. É o que tentaremos desfazer, fazendo alguns comentários à obra deste grande homem que é Santo Afonso.

Façamos os comentários de maneira organizada. Porei primeiramente o trecho do livro e as palavras do apóstata Francisco e, logo adiante, algumas impressões sobre o que ensina de fato a doutrina católica (de azul). Para quem tem o livro (Editora Santuário, 20ª edição, Aparecida, 2009), basta acompanhar a referência das páginas.

1. “E teremos nós escrúpulos de pedir-lhe que nos salve, quando um escritor afirma que ninguém se salva senão por ela? E já antes deles, S. Germano afirmou que ninguém se salva a não ser por meio de Maria” (p. 143).

Francisco: Pedro vai dizer o contrário: (…) “Em nenhum outro há salvação. (…) Porque também debaixo do Céu nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual devemos ser salvos”. Em quem você vai crer? No Afonso Maria de Ligório, na Igreja de Roma, ou vai crer na infalível Palavra de Deus?

Santo Afonso de Ligório está comentando o trecho “A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”, presente na oração da Salve Rainha. Neste capítulo, de maneira mais específica, ele afirma que “a necessidade de Maria provém da sua cooperação na Redenção”. Para argumentar, o doutor da Igreja usa uma sentença de São Bernardo: “Cooperaram para nossa ruína um homem e uma mulher. Convinha, pois, que outro homem e outra mulher cooperassem para nossa reparação. E estes foram Jesus e Maria, sua Mãe. Não há dúvida (…) [de que] Jesus Cristo, só, foi suficientíssimo para remir-nos. Mais conveniente era, entretanto, que para nossa reparação servissem ambos os sexos, assim como haviam cooperado ambos para nossa ruína”. Essa verdade, afirmada por São Bernardo e repetida por Santo Afonso, é observada também nas Escrituras. Maria é corredentora. Tem um papel peculiar na obra da Redenção por Jesus Cristo. Sem Maria, podemos dizer, não poderia haver Redenção. Porque foi no ventre de Maria que o Verbo Divino se fez carne. Foi graças ao “sim” de Maria, que Deus pode vir ao mundo e remir a humanidade.

Então, deve-se entender a afirmativa “Ninguém se salva senão por meio de Maria” no contexto dessa explicação. Ao longo desse mesmo capítulo, Santo Afonso ainda faz referência à saudação de Isabel a Maria: “E donde a mim esta dita, que venha visitar-me a Mãe de meu Senhor?” (Lc 1, 43). Comenta, por fim: “Não sabia já Isabel que não só Maria, como também Jesus tinha vindo a sua casa? Por que, pois, se declara indigna de receber a Mãe, em vez de confessar-se indigna de ver o Filho vir a seu encontro? Ah! é porque bem entendia a Santa que Maria vem sempre com Jesus e que, portanto, lhe bastava agradecer à Mãe sem nomear o Filho”. Está mais do que claro que Santo Afonso não nega a afirmação de S. Pedro citada por Francisco. Está claro que a doutrina da Igreja não está em contradição com a Palavra de Deus. Os comentários à Sagrada Escritura, feitos pelos santos, são, no entanto, de valor preciosíssimo, já que representam a totalidade do pensamento apostólico, complementado à assistência que Jesus garante à Sua Igreja.

Portanto, é verdade que ninguém se salva senão por meio de Maria. Ora, ninguém se salva senão por meio de Jesus e, sem o ato de liberdade de Maria, que aceitou que se encarnasse em seu ventre o Verbo Divino, não remiria Jesus os homens e estaríamos todos em total estado de desgraça. As palavras de Santo Afonso não estão em contradição com as palavras da Bíblia, pois de modo algum a devoção à Virgem Maria impede que o nosso amor para com Nosso Senhor cresça cada vez mais.

2. “Belamente o exprime S. Germano nas suas palavras dirigidas à Virgem: Sois onipotente, ó Mãe de Deus, para salvar os pecadores; não precisais de recomendação alguma junto a Deus, pois que sois a Mãe da verdadeira vida. Não receia S. Bernardino de Sena concordar com a sentença de que ao império de Maria todos estão sujeitos, até o próprio Deus” (p. 152).

Francisco: Isso é blasfêmia. (…) Meu Deus! Está aqui.

Nesse trecho, Francisco nem comentou o que estava escrito. Apenas ficou escandalizado com as palavras de São Bernardino de Sena, repetindo duas vezes a palavra “blasfêmia”, mostrando, novamente, que não entendeu o que Santo Afonso de Ligório quis dizer com todas estes termos.

Partamos ao contexto em que a frase é escrita. Santo Afonso continua explicando trechos da oração Salve Rainha. Dessa vez, a expressão é “Eia, pois, advogada nossa”. O primeiro capítulo começa com o título que segue: “Maria é toda poderosa junto de Deus”. Santo Afonso começa reconhecendo que Jesus “tem supremo domínio sobre todas as criaturas e também sobre Maria”. Mas, também admite, citando as Escrituras, que Jesus a seus pais “estava sujeito” (Lc 2, 51). “[Maria] não só foi submissa à vontade de Deus, mas também o Senhor se submeteu à sua vontade”. Aqui Santo Afonso cita São Pedro Damião: “A Virgem consegue quanto quer, no céu como na terra; até aos desesperados pode dar esperança de salvação. O Santo chama o Redentor de altar de misericórdia, onde os pecadores obtêm de Deus a graça do perdão. A ele, Jesus, dirige-se Maria quando quer obter-nos alguma graça. O filho tanto aprecia, porém, os rogos de sua Mãe e tanto deseja ser-lhe agradável, que sua intercessão mais afigura uma ordem do que uma prece, e ela parece antes uma Rainha do que uma serva (…) . Assim quer Jesus honrar sua querida Mãe, que tanto o honrou em vida, prontamente concedendo-lhe tudo que pede ou deseja.”

Nesse sentido é a Mãe de Deus onipotente. Ora, só Deus é onipotente. Estaria Santo Afonso “endeusando” Maria? Não, porque Santo Afonso não diz que Maria é onipotente por natureza. Deus é Deus, Maria é criatura. O que acontece é que Jesus honra sua Mãe, “concedendo-lhe tudo que pede ou deseja”. Nesse sentido, Maria tudo pode junto de Deus. É isso o que quer dizer Santo Afonso de Ligório. E o sr. Francisco simplesmente deturpou o ensino desse doutor da Igreja.

Quanto à frase “Ao império de Maria todos estão sujeitos, até o próprio Deus”, Santo Afonso explica que “Deus lhe atende os rogos como se foram ordens”. O apóstata Francisco parou naquela frase de São Bernardino e não continuou a explicação dela. Santo Afonso utiliza inclusive a expressão “isto é”, mostrando que vai discorrer sobre a afirmação interior, para que não seja mal compreendida pelos espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos (cf. 2 Pd 3, 16). O que Santo Afonso faz aqui é apenas reafirmar aquilo que disse anteriormente, ou seja, que os rogos de Maria junto ao Deus são de tal modo poderosos que mais parecem ordens do que preces.

Caríssimos, que confusão uma frase isolada, retirada de seu contexto, pode provocar! Quanta confusão pode introduzir na cabeça das pessoas o demônio, ao deturpar os textos inspirados! Cuidemo-nos, cuidemo-nos.

3. “Oh! quantos não estariam agora no céu, se Maria, com a sua poderosa intercessão, para ali não os tivesse conduzido” (p. 196).

Francisco: Nós temos um advogado, nós temos um intercessor, diz São Paulo na carta aos hebreus. Um intercessor; o intercessor: Jesus, Nosso Senhor e Salvador que está à direita do Pai intercedendo por você, por mim.

Mais do mesmo. A intercessão de Maria não é concorrente com a mediação exercida por Jesus junto ao Pai. Só são válidas as intercessões que são feitas em subordinação a essa única mediação (cf. 1 Tm 2, 5), inclusive. E a intercessão de Maria de modo algum se manifesta oposta à intercessão que o Filho exerce a nosso favor junto ao Pai. Explica de modo sucinto João Paulo II: “Proclamando a unicidade da mediação de Cristo, o Apóstolo [Paulo] só tende a excluir toda a mediação autônoma ou concorrente, mas não outras formas compatíveis com o valor infinito da obra do Salvador” (Audiência no dia 1º de outubro de 1997). Ora, alguém nega que Maria, sendo Mãe de Deus e sendo-lhe obediente de maneira perfeitamente sublime, não pode ser também advogada nossa junto ao Filho?

* * *

O senhor Francisco comenta ainda a frase “Muitos santos acham-se no céu pela intercessão de Maria e sem ela jamais lá estariam”, do cardeal Hugo, de uma maneira totalmente equivocada. Diz ele: “Então no Céu vai ter pessoas que Maria salvou e outras pessoas que Jesus salvou”.

Senhor Francisco, as pessoas salvas pela mediação de Maria foram salvas pelo Cristo, pois toda mediação autêntica diante de Deus passa por Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (cf. 1 Tm 2, 5)! E as pessoas que foram salvas por Nosso Senhor Jesus Cristo, da mesma maneira, dependeram do sim de Maria para que se efetivasse a encarnação do Verbo; as pessoas que são salvas por Jesus devem venerar constantemente Nossa Senhora porque é por ela que vem ao mundo o Verbo Encarnado, é por ela que vêm a nós todas as graças que brotam do Coração chagado de Jesus! É insolência a atitude de desprezo para com a Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima. Insolência! Pode um homem são, conhecendo o que as Escrituras dizem a respeito de Maria, a respeito da Encarnação e a respeito da Redenção, negar respeito, honra e devoção para com essa boa Mãe?

O sr. Francisco continua seu vídeo – em dez minutos pode-se dizer muita besteira – chamando uma estória que circula nos meios católicos de blasfema. De maneira bem resumida, a estória conta que Jesus pergunta a São Pedro o motivo pelo qual há tantas pessoas no Céu, ao que Pedro responde, apontando a intercessão de Maria como explicação. A estória está baseada em um erro óbvio: Jesus, como Deus, é onisciente. Não perguntaria a S. Pedro por que há tantas pessoas no Céu (como se ele não soubesse o motivo), já que Ele tudo sabe. Mas, de um modo simples, o que a estória quer nos ensinar é que a intercessão da Mãe de Deus é poderosíssima e por isso, devemos recorrer a ela, Mãe de Misericórdia, para que nos seja propícia na hora de nossa morte, a fim de que interceda por nós junto de seu Divino Filho. A estória não quer mostrar que “Maria está conspirando contra o Filho”. Dizer isso seria deturpar o sentido desse conto popular.

A mais uma estória faz ainda alusão Francisco: à referência que se faz a Maria como escada do Céu. Na versão Francisco Araújo da estória, a escada de Jesus não conduziria ao Céu (a versão da estória contada aqui pelo apóstata Francisco está totalmente distorcida). A versão original da estória mais uma vez mostra a importância de valorizarmos a poderosa intercessão de Maria, Mãe de Deus, sem a qual ninguém pode se salvar. De modo algum, deixa de lado ou despreza o amor que os cristãos devem ter para com Jesus Cristo. “Quem muito enaltece a mãe, não precisa ter receio de obscurecer a glória do Filho”, diz também Santo Afonso de Ligório.

“Pedro foi papa nessa Igreja?”, questiona Francisco.

Sim, meu filho, Pedro foi papa nessa Igreja! E muitos bispos sucederam-no ainda. A Igreja não surge com Constantino (de onde tiraram essa estória?); com Constantino é publicado o Édito de Milão, que promove a tolerância ao culto dos cristãos. A Igreja Católica Apostólica Romana – tal como a conhecemos hoje – nasce com Jesus Cristo, quando ele a Pedro dá a missão de pastorear o Seu rebanho (cf. Mt 16, 18; Jo 21, 17). O termo “católica” é pela primeira vez usado entre os cristãos com Santo Inácio de Antioquia, que era contemporâneo dos apóstolos (cf. Carta aos Esmirnenses, n. 8). A primazia do bispo de Roma, que sucede a Pedro, começou a ser reconhecida na Igreja desde o início, no Concílio apostólico de Jerusalém (cf. At 15, 7), e também em uma carta de São Clemente de Roma aos fiéis da igreja em Corinto (cf. Denzinger, Manual de Credos e Definições).

O senhor Francisco encerra seu vídeo citando mais algumas frases do livro de Santo Afonso de Ligório e se referindo às verdades acerca de Maria, Mãe de Deus, como “mentiras satânicas”.

Agora, eu gostaria, sinceramente, de saber como podemos chamar os ensinamentos pregados pelas múltiplas comunidades protestantes espalhadas pelo mundo inteiro. Se o ensinamento herético de Lutero já era uma verdadeira praga para a propagação da fé da única Igreja de Cristo, que podemos falar das blasfêmias que tantos protestantes proferem contra a Santíssima Mãe de Deus? Que podemos falar das horrendas palavras das quais muitos se usam para se referir à Igreja, esposa de Cristo? São verdadeiramente estultices. Estultices, enganos dos quais o diabo se usa para tentar corromper o rebanho do Senhor.

Fiquem os católicos, porém, firmes na fé dos Apóstolos. Não se afastem nunca da devoção à Maria Santíssima, devoção que nos garante a salvação, que nos dá a vida, que nos conduz a Cristo. Interceda essa misericordiosa Mãe pela conversão de todos os pecadores.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne