22.07.2010 - Um dos primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo na Argentina será celebrado pela juíza de paz Marta Corvella, que há alguns dias gerou polêmica por assegurar que não oficializaria matrimônios gays porque Deus não aprova.
O casamento gay na Argentina foi sancionado na noite desta quarta-feira pela presidente Cristina Kirchner, que tornou o país o primeiro na América Latina a oficializar a união entre pessoas do mesmo sexo.
Nesta semana, a diretora-geral do Registro de Pessoas de La Pampa, Irene Giusti, afirmou que a juíza Corvella, evangélica, havia recuado de sua decisão e já atendia casais do mesmo sexo interessados em concretizar a união.
Giusti não explicou, contudo, o que fez a juíza mudar de ideia. Há uma semana, ela causou polêmica ao dizer que se recusaria a celebrar estas cerimônias "por uma questão de princípios cristãos" e porque "na Bíblia, Deus não aprova esta forma de viver".
A cerimônia será celebrada por Corvella em 17 de agosto próximo, entre Alberto Peralta, 61, e Oscar Omar García López, 57, dois comerciantes da cidade que estão juntos há 27 anos.
"Pareceu-nos uma mulher de grande coração, e inclusive rezamos juntos. Ela nos convidou à Igreja Evangélica, porque é muito crente", afirmou García López a uma rádio local.
Ele explicou ainda que o casal pretende formalizar a relação para "celebrar nosso amor e por uma questão de herança".
No último dia 14, o Senado argentino aprovou a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, após um debate que durou 14 horas e dividiu opiniões.
Fonte: ACI
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Lembrando...
Matrimônio homossexual: Conseqüências serão vistas em breve, afirma bispo argentino
19.07.2010 - Buenos Aires- Dom Martín del Elizalde, Bispo de Nueve de Julio (Argentina), considerou que a aprovação no Senado da Nação do pseudo matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, depois de um árduo debate social, pôs o país "diante de uma situação nova e inesperada".
Depois de "deplorar que isto tenha acontecido", disse que "o resultado ao qual se chegou questiona a todos sobre a seriedade do compromisso evangélico que dizemos ter. O áspero contexto político não pode justificar o ocorrido".
"Com o transcurso do tempo serão esclarecidos alguns aspectos e se estabelecerão novas pautas de conduta na sociedade. Suas conseqüências poderão ser apreciadas em muitos âmbitos, não imediatamente talvez, mas deverão repercutir certamente na vida familiar e na formação dos jovens", advertiu.
O Prelado recordou, entretanto, que "há algo que não muda nem pode mudar, e é a lei de Deus e o chamado da consciência, que se encontra em cada pessoa. Como fiéis, devemos dar um testemunho de coerência e de fidelidade, sem nos deixarmos impressionar pelas correntes dominantes mas enganosas, alheias a um projeto verdadeiramente criativo e orientado para o bem integral das pessoas. Temos que manter nossa avaliação e nossa adesão à família tal como Deus a quis, e foi estabelecida na ordem natural".
"A doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família e sobre a sexualidade não altera nem deforma o que a mesma natureza provê, na vida e no desenvolvimento de cada pessoa livre dotada de inteligência. Ao contrário, ilumina desde a fé e constitui uma ajuda para sua realização nesta vida e para alcançar o cumprimento desses objetivos", sublinhou.
Dom Elizalde estimou que "agora, de maneira clara e eloqüente, foi-nos confiada uma missão: oferecer a nossos irmãos o testemunho desta realidade querida por Deus: a família, a estabilidade matrimonial, vivida na fé que sustenta e antecipa o cumprimento das metas, o respeito pela vida", e pediu orações para que Deus "nos mantenha unidos e ferventes, e que nossas famílias sigam sendo a mostra de sua presença entre nós, pelo amor e pela vida".
Fonte: ACI