30.05.2010 - “Da mesma maneira que disse o Cristo: Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento, também diz o Espiritismo: “Eu não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento”. Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.”
(Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 1, § 7)
O Espiritismo se autointitula “obra de Cristo”. Diz que “nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo”. A verdade, no entanto, é que todo esse discurso de Allan Kardec não passa de mentira. É verdade que toda a obra espírita já foi desmascarada por vários apologetas católicos. Poderia citar aqui o excelente livro do Frei Boaventura Kloppenburg, Espiritismo – Orientação para católicos, que é um ótimo guia para católicos que queiram defender a fé diante dos enganos espíritas. No entanto, faz-se necessário combater sempre as ideias expostas nessas obras uma vez que nem todos têm acesso a esses livros e o espiritismo é uma religião que faz parte do cotidiano do povo brasileiro, que ama misturar elementos de religiões anticristãs com a religião que aprendeu na infância. O sincretismo religioso tem suas raízes nessa tola compreensão de que “não existe religião certa, o que importa é o coração”. Guiadas por essa frase, muitas almas se perdem, sendo facilmente enganadas.
Allan Kardec diz que o espiritismo não veio destruir a lei cristã, mas cumpri-la. Porém, será que isso é verdade? Será que a religião espírita “nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo”? Para desmascarar essa afirmação escandalosa, basta examinar um pouco as Escrituras e os livros espíritas. Há uma visível contradição entre as duas doutrinas e os pontos mais óbvios dessa contradição estão estampados nas Sagradas Escrituras, que são a base do ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos aos fatos. É verdade que o espiritismo acredita na reencarnação, isto é, a nossa alma, após a morte, não receberá pena eterna no Inferno ou recompensa eterna no Céu. A perfeição se alcança através de sucessivas reencarnações, pelas quais um espírito é capaz de progredir. Essa doutrina perniciosa está em clara contradição com as palavras do Evangelho. Jesus se refere ao Céu muitas vezes como a “vida eterna” – só nos Evangelhos Nosso Senhor utiliza esse termo mais de 25 vezes! – e se refere ao Inferno como o “fogo inextinguível” (Mc 9, 43) e como o “castigo eterno” (Mt 25, 46), dando a entender claramente que as penas e recompensas pós-morte são para sempre. E quando Nosso Senhor conta a parábola do rico e Lázaro, deixa bem claro que entre Céu e Inferno há “um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá” (Lc 16, 26).
Tudo isso mutila totalmente o modelo escatológico proposto pelo espiritismo, não só porque reafirma aquilo que é dito na carta aos hebreus: “Está determinado aos homens que morram uma só vez e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9, 27), mas principalmente porque mostra que há penas e recompensas eternas, algo que, segundo o próprio Allan Kardec, “opõe uma barreira insuperável” à ideia “[d]o progresso das almas”.
No entanto, não é só isso. O espiritismo nega a nossa redenção por Jesus Cristo, realidade que é por diversas vezes afirmada na Bíblia Sagrada. Diz São João que “Ele mesmo é a propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 2, 2); São Paulo afirma que “[f]omos reconciliados com Deus pela morte de seu filho” (Rm 5, 10); São João Batista se refere ao Cristo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). É tudo muito claro. Fomos remidos por Jesus Cristo! No entanto, o que dizem os espíritas? León Denis, famoso autor espírita, que decidiu propagar o espiritismo após a morte de Allan Kardec, escrevia:
“Não, a missão do Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da Humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. Nada de exterior a nós poderia fazê-lo. É o que os Espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo. Das esferas de luz, onde tudo é serenidade e paz, desceu o Cristo às nossas obscuras e tormentosas regiões, para mostrar-nos o caminho que conduz a Deus: tal o seu sacrifício. A efusão de amor em que envolve os homens, sua identificação com eles, nas alegrias como nos sofrimentos, constituem a redenção que nos oferece e que somos livres de aceitar.”
(León Denis, Cristianismo e Espiritismo, capítulo 7, Os Dogmas – os Sacramentos, o Culto)
Ora, São Pedro é claro quando diz: “Vós sabeis que não é por bens perecíveis (…) que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver (…), mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum” (1 Pd 1, 18-19). Foi pelo precioso sangue de Cristo! Mas o Espiritismo diz que a missão de Cristo não era essa. E ainda tem a coragem de afirmar que “nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo”. Está mais que comprovado que toda essa conversa de Allan Kardec está baseada numa grande e tenebrosa mentira.
É mentira. Quando os tolos abrirão os olhos e verão a situação de incompatibilidade existente entre a doutrina espírita e a Verdade, entre as obras do Espiritismo e as palavras da Igreja e de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/