17.04.2010 - O papa Bento 16 disse neste sábado durante o início de sua vista à Malta, cenário de escândalos de abuso sexual envolvendo religiosos, que a Igreja tem sido "ferida por nossos pecados",
O pontífice alemão não mencionou os escândalos na Europa e nos Estados Unido, tampouco usou a palavra "abuso" em seus comentários a jornalistas durante a viagem de Roma para Valletta.
No entanto, o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, confirmou que o papa estava se referindo aos muitos casos de abuso sexual de crianças cometidos por padres nas últimas décadas que têm sido revelados nos últimos meses.
Falando em italiano, Bento 16 disse que Malta, que tem 95 por cento de sua população católica, ama a Igreja e o corpo de Cristo, "mesmo este corpo sendo ferido por nossos pecados".
Ele também mencionou o naufrágio do apóstolo São. Paulo, importante missionário do cristianismo, em Malta há 1950 anos — evento que levou o papa à ilha do Mediterrâneo para relembrar.
"Assim como o seu naufrágio trouxe à Malta a fé, nós podemos também acreditar que os naufrágios da nossa vida podem trazer o plano de Deus para nós e ser úteis para um novo começo em nossa vida", disse o papa.
As breves reuniões do papa com a mídia em cada voo são as únicas oportunidades nas quais ele fala diretamente à imprensa. Ele se referiu a outro motivo de preocupação, a fumaça provocada por um vulcão localizado na Islândia que fechou aeroportos no norte da Europa e da Itália, mas não afetou Roma.
"Esperamos uma boa viagem apesar dessa nuvem negra que está sobre parte da Europa", disse ele.
Fonte: Terra noticias
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Nota de www.rainhamaria.com.br
A Igreja não ensina a cometer crimes, não os aprova e não os acoberta, assinala Cardeal Scherer
31.03.2010 - Devido à campanha da mídia contra Igreja nos últimos dias, se intensificaram a série de denúncias de possíveis abusos sexuais cometidos por alguns membros da Igreja. Também aumentam as insinuações de que a hierarquia católica tenha omitido e, em alguns casos, protegido os envolvidos, lançando acusações sem fundamento ao Papa Bento XVI. Em entrevista exclusiva ao jornal “O São Paulo” da arquidiocese da capital paulista, o cardeal Pedro Odilo Scherer pede senso crítico aos fiéis e garante que "a Igreja não nega, mas lamenta imensamente os males causados a outros e a ela própria por membros dela".
“Os cristãos são convidados a ter senso crítico e a manter sua serenidade e sua confiança na Igreja. É preciso separar o joio do trigo”, afirmava Dom Odilo em sua entrevista. Mais adiante o arcebispo asseverou que “a Igreja não nega, mas lamenta imensamente os males causados a outros e a ela própria por membros dela. A Igreja não ensina a cometer crimes, não os aprova e não os acoberta e deixa claro que cada um deve responder pelos seus atos perante Deus e a lei dos homens também”.
Referindo-se às notícias de alguns meios sobre uma presumida responsabilidade pessoal do Papa Bento XVI no acobertamento de crimes de padres Dom Scherer afirma que esta campanha “é forçada e instrumentalizada, em função de intenções não declaradas. E a aplicação dos crimes cometidos por alguns a toda a Igreja e a cada padre é injusta. Por outro lado, é preciso reconhecer que, quando se apontam "defeitos" na Igreja, ou nos seus membros, é porque se esperam dela e de cada um de seus membros comportamentos e atitudes que deixem claros e perceptíveis os altos valores e ideais que ela prega e nos quais ela crê”, ressaltou o Arcebispo.
“Tenho a impressão, infelizmente, que também existe uma ação orquestrada para, de modo forçado, responsabilizar pessoalmente o Papa por todos esses males”, esclareceu.
Segundo o cardeal arcebispo isto “é injusto, lamentável e causa muita dor. De fato, em primeiro plano não aparece a defesa das vítimas dos crimes, mas os ataques ao próprio Papa e à Igreja. A quem isso interessa? Rezemos pelo papa e mantenhamos firme a nossa confiança na Igreja. Ela precisa, em cada um de seus membros, de constante conversão e busca da santidade; mas, tenhamos a certeza disso: Jesus prometeu estar sempre com ela”, asseverou o Arcebispo de São Paulo.
Ao ser perguntado sobre a matéria da revista "Isto é" da semana passada, afirmando que a Santa Sé está treinando exorcistas por atribuir os escândalos sexuais à possessão demoníaca... Dom Odilo afirmava que a reportagem citada é “sensacionalista”.
“ Embora a Igreja nunca tenha deixado de ensinar que o demônio existe e é um ser pessoal, e não uma "energia negativa", e tenha sempre mantido o rito de exorcismos, não tenho nenhum conhecimento de alguma recomendação especial do Papa para que, agora, se intensifiquem exorcismos na Igreja, nem que os exorcismos resolveriam o problema dos escândalos sexuais de alguns membros do clero”.
“Isso é ridículo”, declarou o prelado.
Para o cardeal Scherer a solução para estes problemas reside na “conversão da vida e levar novamente a sério os mandamentos da Lei de Deus, os preceitos morais decorrentes do Evangelho de Cristo e da lei natural. E isso é muito mais urgente que treinar exorcistas”, assinalou.
Finalmente o Arcebispo afirma a que os católicos “não devemos deixar-nos levar por essa "marquetização" da religião e da nossa fé. Nossa tarefa é promover com coragem e intensidade o anúncio da verdade e a formação das consciências à luz da verdade da Palavra de Deus e na retidão da lei moral”.
A entrevista na íntegra pode ser vista na página do Jornal “O São Paulo” da Arquidiocese paulista através do link: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/noticias/2010/noticias_100330_especial.htm
Fonte: ACI