04.04.2010 - Os presidentes das conferências dos bispos da Grã-Bretanha utilizaram hoje seus sermões de Semana Santa para pedir desculpas pelos "pecados" cometidos dentro da Igreja Católica, fazendo alusão aos casos de abusos de menores.
O arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, a máxima autoridade dos bispos católicos na Inglaterra e no País de Gales, admitiu que "pecados muito graves" foram cometidos dentro da comunidade católica.
Segundo Nichols, nas últimas semanas tem se "falado muito" sobre "os pecados cometidos dentro da comunidade católica" após a descoberta de que a hierarquia da Igreja Católica na Irlanda encobriu casos de abusos contra menores durante décadas.
"Por nossa parte, refletimos profundamente sobre isso, reconhecendo nossa culpa e nossa necessidade de perdão", afirmou Nichols.
O cardeal Keith O''Brien, presidente da conferência dos bispos da Escócia, disse que "muitos males foram cometidos no mundo, particularmente em relação ao abuso sexual de crianças e jovens".
O''Brien lembrou que ele próprio condenou esse "horrível delito" em 2002 e se desculpou a todos aqueles que o sofreram pelas mãos de membros da Igreja Católica.
"Reafirmo e reitero minhas desculpas", ressaltou durante seu sermão na catedral de Santa Maria, em Edimburgo.
A Semana Santa nas ilhas britânicas ficou marcada pelo escândalo dos abusos de menores cometidos por clérigos católicos, particularmente na Irlanda.
No sábado, o arcebispo de Canterbury e chefe da Igreja Anglicana, Rowan Williams, causou polêmica ao afirmar que a Igreja Católica irlandesa tinha perdido "toda a credibilidade" por sua forma de lidar com os casos de abusos.
Em resposta a estas declarações - pelas quais Williams pediu desculpas em seguida -, o arcebispo católico de Dublin, Diarmuid Martin, se declarou "atônito" com as críticas do colega e afirmou que nunca se tinha sentido "tão desalentado" para enfrentar momentos difíceis.
Outros membros do clero cristão, tanto católicos, como protestantes, como o arcebispo anglicano de Dublin, John Neill, expressaram sua consternação e lamentaram os comentários sem precedentes do máximo representante da Igreja Anglicana.
Fonte: Terra noticias