Vaticano reconhece casos de abuso sexual no Brasil


16.03.2010 - O Vaticano reconheceu nesta terça-feira que existem casos de abuso sexual de menores cometidos por sacerdotes no Brasil e desmentiu que os responsáveis sejam "bispos", indicou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

"Eram padres", afirmou Lombardi ao se referir às notícias divulgadas pela agência de notícias brasileira UOL Notícias, que cita as denúncias feitas pelo programa de televisão do canal SBT "Conexão Repórter" em que vários alunos relatam casos de abusos por parte de "dois monsenhores e um sacerdote".

O porta-voz do Vaticano reconheceu que dois dos três religiosos citados possuíam o título honorífico de "monsenhor", embora fossem simples padres, o que a Igreja consente em casos particulares.

"Foi confirmado que nenhum dos três envolvidos era bispo. Um deles foi afastado da paróquia e será julgado pela justiça civil", disse Lombardi.

"Os outros dois foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um processo canônico por suspeita de pedofilia, mas até agora negam tudo", acrescentou o porta-voz do Vaticano.

O site UOL Notícias informou que a Igreja brasileira afastou no final de semana passado das funções eclesiásticas "dois monsenhores e um padre" do município de Arapiraca, a 130 quilômetros de Maceió, depois de terem sido acusados de pedofilia por alunos de um coro e por seus familiares.

O caso explodiu no dia 11 de março, quando a repórter do programa entrevistou vários ex-coristas que relataram casos de abusos sexuais cometidos pelos sacerdotes com crianças e adolescentes.

Um vídeo mostra um dos dois "monsenhores", Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, no momento em que mantém relações sexuais com um jovem de 19 anos. A gravação foi feita em janeiro de 2009, ao que parece, por outro jovem que sofreu abusos.

O jovem contou que desde os 12 anos, quando entrou para a Igreja, era alvo do assédio sexual por parte do chamado "monsenhor".

O caso consternou a opinião pública brasileira e gerou uma onda de denúncias de novos casos na imprensa e na polícia.

De acordo com o advogado do "monsenhor" Marques, conhecido por ser um dos religiosos mais conservadores da região, as relações sexuais filmadas foram consentidas e ele rejeitou que se trate de pedofilia.

O advogado assegurou que os jovens tentaram extorquir o religioso e até assinaram um documento no qual se comprometiam a não divulgar o vídeo em troca de dinheiro.

Os outros dois sacerdotes também negam que tenham abusado de menores.

Este foi o primeiro caso denunciado recentemente na América Latina após a série de escândalos por pedofilia que afeta vários países da Europa, entre eles Alemanha, Irlanda, Holanda, Suíça e Áustria.

O fenômeno poderá se estender ao restante do continente após a revelação nesta terça-feira de que um religioso espanhol da congregação dos Clérigos de San Viator foi detido no Chile por posse de pornografia infantil e por ter supostamente abusado de pelo menos 15 menores em colégios espanhóis.

Fonte: G1

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Lembrando...

Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo de Jorge Ferraz: Abusos cometidos em nome de Deus

14.03.2010 - O título deste post é uma das frases ditas pelo Roberto Cabrini, logo no início do “Conexão Repórter” que foi ao ar durante a semana e falou sobre “pedofilia na Igreja” (este é o título dos vídeos). O programa, de uma hora de duração, exibiu as investigações feitas pelo repórter e sua equipe em Arapiraca, cidade do interior de Alagoas onde surgiram denúncias de padres que abusavam sexualmente de coroinhas.

Há um texto sobre o assunto no próprio Conexão Repórter. O programa pode ser visto na internet, dividido em duas partes (aqui, sob os títulos “Pedofilia na Igreja Católica – Parte 1″ e “Pedofilia na Igreja Católica – Parte 2″, do lado direito).

Terrível. Um coroinha gravou um vídeo no qual outro mantém relações sexuais com um padre, o Monsenhor Luiz Marques Barbosa – 82 anos, natural de Maceió, 58 anos de sacerdócio. Cenas explícitas, cujas imagens o programa teve o cuidado de borrar, mas que nem por isso são menos chocantes. O vídeo é passado ao longo de todo o programa, entrecortado pelos depoimentos dos coroinhas, dos familiares, de paroquianos, dos sacerdotes acusados – que são três: o mons. Luiz Marques, o mons. Raimundo Gomes e o pe. Edilson Duarte. Sobre o assunto, só alguns comentários:

1. Não tem nada de “abusos cometidos em nome de Deus” (e nem de outra frase que o sr. Cabrini diz, sobre as cenas revelarem “uma face obscura da Fé”). Os abusos [ao menos, os que foram provados] foram cometidos por um sacerdote homossexual (registre-se) que não soube honrar os votos que fez à época da sua ordenação, em nome de sua própria fraqueza, e não no de Deus. Esta face obscura não é “da Fé”, e sim de um sacerdote que não soube conformar a própria vida à Fé que professa (ou deveria professar). Há uma evidente e radical incompatibilidade entre a Doutrina Cristã e os atos dos quais são acusados os três sacerdotes.

2. O mons. Luiz Marques foi filmado em atos de homossexualismo, e não de pedofilia. O coroinha que aparece nas gravações tem dezenove anos, e o que as imagens mostram é uma relação sexual consentida – não um estupro.

3. O celibato sacerdotal não tem nada a ver com o assunto. Sobre os recentes escândalos na Alemanha, o Wagner já comentou e o Everth já comentou. Do primeiro, aliás, destaco: “A ligação entre crimes de pedofilia e celibato não é óbvia quando levamos em conta os casos de abuso sexuais registrados na Alemanha desde 1996, por exemplo. Dos 210 mil casos, 94 afetam pessoas ou instituições ligadas à Igreja Católica. Para fins matemáticos, isso corresponde a 0,044%”. É portanto visível o sensacionalismo.

4. Chega a ser impressionante como os mesmos meios de comunicação que exaltam o gayzismo e fazem apologia da cultura gay, criticando a Igreja por Sua Doutrina contrária aos atos homossexuais, rasgam as vestes e mostram-se escandalizados quando um padre homossexual é flagrado em atos sexuais com um homem (é isso o que o vídeo mostra). A Igreja é atacada quando Se diz contrária aos atos homossexuais defendidos por uma parte da mídia, e depois esta mesma mídia ataca a Igreja quando, à revelia d’Ela, um sacerdote comete estes atos homossexuais!

5. Como comentou o Ramalhete numa lista de discussões, o melhor seria que padres assim ficassem em aljubes. A palavra vem do árabe, significa “buraco” e consiste basicamente em um buraco, mesmo, onde os padres que cometiam atos deste tipo eram jogados e ficavam, sem previsão de saída, podendo meditar nas besteiras que fizeram, sem a presença de tentação e sem possibilidade de causar escândalo (aliás, descobri agora há pouco que existe um desses, transformado em museu, aqui em Olinda). Claro, para isso acontecer seria preciso haver foro eclesiástico, e seria preciso que deixassem a Igreja cuidar dos Seus em paz.

Fonte: http://www.deuslovult.org
 


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