05.03.2010 -
FRONT ROYAL, VA, 2 de março de 2010 (LifeSiteNews.com) — Após ser aprovada pelo parlamento espanhol, a nova legislação que liberaria de maneira significativa as leis de aborto na Espanha segue para a mesa do Chefe de Estado, o Rei Juan Carlos de Bourbon, para a sua assinatura.
Entretanto, a situação é complicada pelo fato do Rei Carlos ser católico praticante. Os bispos espanhóis declararam em novembro do ano passado que aqueles políticos católicos que votaram a favor do projeto de lei pró-aborto teriam excomungado a si mesmos, levando alguns meios de comunicação espanhóis a especular se o rei também seria excomungado ao assinar o projeto de lei.
Em fevereiro deste ano, o rei foi instado por um grupo de teólogos católicos a não assinar a legislação, em vista do perigo de se tornar cúmplice ao permitir o assassinato de inúmeros nascituros.
Agora que a legislação foi aprovada, o Pe. Thomas Euteneuer, Presidente da maior organização pró-vida do mundo, a Human Life International (HLI) também está unindo sua voz ao coro que clama ao monarca que não assine o projeto de lei.
“O mundo está assistindo,” disse Euteneuer, para ver se o Rei Carlos “irá abdicar a sua liderança moral da nação e assinar a sentença de morte de milhões bebês espanhóis que serão mortos pelo aborto.”
Euteneuer enfatizou: “Ele já foi cúmplice, através de sua assinatura, nas mortes de milhões, na primeira lei abortista que assinou em 1985 e em outra legislação imoral como, por exemplo, a lei autorizando o casamento de pessoas do mesmo sexo em 2005.”
Muitos esperam que Juan Carlos da Espanha assine. Muitos, incluindo alguns dos bispos católicos da Espanha, citando os artigos 62 e 91 da Constituição Espanhola, disseram que Juan Carlos tem pouca saída, e simplesmente deve endossar qualquer legislação que venha em seu caminho, uma vez que seu cargo, em grande, parte é cerimonial.
Entretanto, a Human Life International está argumentando que essa posição é errada. Ao exercer o seu cargo, o Rei Carlos não perde os direitos e deveres inerentes à pessoa humana, nem aqueles inerentes ao ser católico, disse Euteneuer, acrescentando que o rei tem o direito e o dever de agir em conformidade com a sua consciência como católico.
“Todos os Reis Católicos da Espanha, especialmente, Fernando e Isabel, ficariam horrorizados ante a possibilidade de assinar tal legislação assassina e enfrentar um julgamento feroz de um rei que abdica de sua responsabilidade moral perante seus súditos em tal ato,” disse o Reverendo Euteneuer.
Ao que parece, ao recusar-se a assinar a legislação, o rei teria os cidadãos da Espanha ao seu lado, de acordo com a pesquisa sobre a legislação. Uma pesquisa de opinião conduzida pelo Instituto Noxa, me outubro de 2009, revelou que mais cidadãos espanhóis se opõem à expansão do aborto do que apóiam a sua expansão.
Em fevereiro a organização pró-vida espanhola HazteOir entregou mais de um milhão de assinaturas ao parlamento em oposição ao projeto de lei pró-aborto, e marchas contra a legislação arrastaram multidões, estimadas em mais de um milhão.
A HLI enfatizou que existe um precedente para a objeção de consciência à legislação imoral entre a realeza da Europa. O Grão Duque Henri de Luxemburgo sofreu a supressão de seus poderes por ter tomado tal atitude no ano passado, recusando-se a assinar um projeto de lei que teria legalizado a eutanásia em Luxemburgo. Igualmente, o Rei Baudoin da Bélgica deixou seu cargo em 1990 enquanto o Parlamento Belga legalizava o aborto.
A Human Life International também está conclamando a Conferência Episcopal Espanhola a emitir uma declaração de que Juan Carlos de Bourbon terá incorrido em excomunhão caso ele assine esta lei autorizando o assassinato de mais inocentes espanhóis.
[Atualização - Religión en Libertad, 4 de março de 2010] – O mundo e Deus assistiram.
Apesar de milhões de petições contrárias a esta lei, das manifestações das multidões e das petições específicas ao Rei para que não sancionasse com sua assinatura a nova lei do aborto impulsionada pelo Governo socialista, o Rei de Espanha sancionou a lei, que foi publicada no Boletim Oficial do Estado e entrará em vigor no verão.
Fonte http://fratresinunum.com