26.02.2010 - A Agência de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) publicou nesta segunda-feira (22) relatório sobre o derretimento de plataformas de gelo na Península Antártica. O USGS é a mais confiável fonte de informes sobre terremotos .
Segundo a agência, as plataformas estão recuando na seção sul da península. A causa, afirma o organismo americano, é mudança climática . O processo pode resultar em recuo de glaciares e aumento do nível do mar, se a alta de temperatura continuar.
Os glaciares são “rios de gelo” que escoam das montanhas para regiões mais baixas, onde o gelo pode derreter, se romper na forma de icebergs ou reforçar uma plataforma. Plataforma é a extensão plana, flutuante, dos mantos de gelo, com espessura de 100 a 1.000 metros. Um manto de gelo é a capa de até 4 quilômetros que cobre a rocha. Flui do centro do continente em direção à costa, onde alimenta plataformas.
A agência documentou esse encolhimento no período de 1947 a 2009. As “mais dramáticas alterações” ocorreram a partir de 1990.
Iceberg gigante pode alterar correntes oceânicas, dizem cientistas
Fragmento se desprendeu após choque com outro iceberg.
Fluxo de águas geladas profundas seria bloqueado.
Um iceberg de 2,5 mil km² de superfície e 400 metros de altura que se desprendeu do Glaciar Mertz (Antártida) há duas semanas pode alterar as correntes oceânicas em longo prazo, afirmam cientistas. O efeito da lenta jornada do superfragmento, que está flutuando ao sul da Austrália, seria um bloqueio do fluxo de águas profundas, geladas e ricas em sal. Além disso, o iceberg pode perturbar a biodiversidade excepcionalmente rica da região, especialmente colônias de pinguins.
O iceberg se desprendeu após um choque com outro, conhecido por B9B, que se separou do continente antártico em 1987.
Os glaciares são “rios de gelo” que escoam das montanhas para regiões mais baixas, onde o gelo pode derreter, se romper na forma de icebergs ou reforçar uma plataforma. Plataforma é a extensão plana, flutuante, dos mantos de gelo, com espessura de 100 a 1.000 metros. Um manto de gelo é a capa de até 4 quilômetros que cobre a rocha. Flui do centro do continente em direção à costa, onde alimenta plataformas.
"A língua de gelo (o Glaciar Mertz) estava quase desprendida, pendurada como um dente frouxo”, afirmou Benoit Legresy, glaciologista do Laboratório de Geofísica e Investigação Oceanográfica de Toulouse que monitora o Glaciar Mertz há uma década, em estudo realizado em parceria com cientistas australianos.
Fonte G1
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Lembrando...
Aumento do nível do mar afeta América Latina mais do que se pensava
21.04.2009 - Notícia do dia 08.04.2009
Especialistas em mudanças climáticas nas Américas do Norte e do Sul estão cada vez mais preocupados com as implicações potencialmente devastadoras da elevação do nível do mar. Até agora as Américas eram vistas como menos vulneráveis do que outras partes do mundo como as ilhas do Pacífico, Vietnã e Bangladesh.
Mas as estimativas apresentadas em uma reunião científica em Copanhague, em março, alarmaram observadores da região.
Partes do Caribe, do México e do Equador são consideradas de maior risco. A cidade de Nova York e áreas no sul da Flórida também são tidas como especialmente vulneráveis.
Em 2007, um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) sugeriu que o nível do mar vai subir entre 19 cm e 59 cm até o final deste século.
Mas vários cientistas em Copenhague falaram em uma elevação de um metro ou mais, mesmo se as emissões de gases do efeito estufa se mantiverem baixas.
O derretimento das calotas polares é um dos principais fatores para as novas estimativas.
"Uma elevação de um metro vai modificar irreversivelmente a geografia de áreas costeiras da América Latina", disse à BBC Walter Vergara, o principal perito do Banco Mundial para mudanças climáticas na região.
"Por exemplo, uma elevação de um metro inundaria uma área costeira da Guiana onde estão 70% da população e 40% das terras aráveis. Isto implicaria em uma grande reorganização da economia do país."
Vergara e outros especialistas também estão preocupados com o efeito sobre uma área pantanosa junto à costa do Golfo do México.
'Dados alarmantes'
"Estes novos dados sobre o aumento do nível do mar são alarmantes", disse Arnoldo Matus Kramer, que pesquisa a adaptabilidade às mudanças climáticas na Universidade de Oxford. "Quando combinados ao crescimento exponencial da urbanização e do turismo ao longo da costa do Golfo do México e Caribe mexicano, é extremamente preocupante."
Um estudo divulgado em novembro de 2008 pela agência Habitat-ONU sobre cidades do mundo ressaltou que na maioria dos países-ilhas do Caribe 50% da população vive a uma distância de até 2 quilômetros da costa. Eles seriam afetados diretamente pelo aumento do nível do mar e outras consequências de alterações no clima.
As Bahamas, as Guianas, Belize e a Jamaica foram apontadas pelo Banco Mundial como especialmente sujeitas a risco caso ocorra um aumento de um metro do nível das águas.
Planícies costeiras em volta da cidade de Guayaquil, no Equador, o principal polo econômico do país, também são tidas como vulneráveis a uma combinação de aumento do nível do mar e tempestades.
Um estudo recente realizado pelo Espol, um instituto de ciências em Guayaquil, sugeriu que até uma elevação de 0,5 metro do nível do mar traria graves problemas para o sistema de drenagem da parte sul da cidade. Ele poderia entrar em colapso.
Pesca ameaçada
A lucrativa indústria pesqueira do Equador, que tem grande importância para a economia do país, também ficaria ameaçada.
"A elevação de um metro no nível do mar intensificaria a ameaça à pesca de camarões e outros setores da indústria", disse Pilar Cornejo, do Espol, que fez um relatório sobre o assunto para as Nações Unidas.
De acordo com um recente estudo do Banco Mundial que incluiu mais de 80 países em desenvolvimento, o Equador está entre os dez países que terão seu PIB (Produto Interno Bruto) mais afetado com o aumento do nível do mar.
Argentina, México e Jamaica também aparecem entre os dez primeiros da lista que avalia o impacto sobre sobre terras aráveis da elevação de um metro no nível do mar.
Os cientistas destacam que ainda há incerteza sobre a futura da elevação do nível do mar. Entre elas estão incógnitas sobre o comportamento das gigantescas calotas polares e o tempo que levará para o nível do mar subir.
Também há dúvidas sobre o efeito do aquecimento global sobre a gigantesca corrente do Oceano Atlântico em que as águas mais aquecidas do mar fluem para o norte e as mais frias, a uma profundidade maior, fluem para o sul.
Uma nova pesquisa liderada por Jianjun Yin, da Universidade Estadual da Flórida, sugere que embora as cidades costeiras da América do Sul não estejam sob ameaça neste século com um aumento maior do nível do mar causado pela corrente, a cidade de Nova York e o Estado da Flórida estão.
Nova York veria um aumento adicional no nível do mar de cerca de 20 cm acima da média global devido a esta corrente até a virada do século, de acordo com a pesquisa que Yin publicou este ano na revista Nature Geoscience. Na Flórida o aumento seria de menos de 10 cm.
"Um aumento de um metro pode ser um desastre para partes da Flórida, especialmente no sul do Estado", disse Yin à BBC.
"A elevação do nível do mar associada à vulnerabilidade a furacões tornam a situação muito preocupante."
"É urgentemente necessário que os líderes latino-americanos levem em conta estes novos dados sobre elevação do nível do mar quando formulam novas políticas", disse Arnoldo Matus Kramer. "Eles não estão fazendo isto no momento."
Fonte: Último Segundo notícias
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"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas". (Lc 21,25)