14.02.2010 -

Não digas: “Furtar-me-ei aos olhos de Deus;
quem se lembrará de mim no alto do céu?
Não serei reconhecido no meio da multidão;
quem sou eu no meio de uma tal multidão de criaturas?”
Eis que o céu e o céu dos céus,
o abismo, a terra inteira e tudo o que encerram
se abalarão quando ele aparecer.
As montanhas, as colinas e os alicerces da terra
tremerão de pavor quando Deus os olhar.
No meio de tudo isso, o coração do homem é insensato;
Deus, porém, conhece todos os corações.

(Livro do Eclesiástico, 16, 16-20)

Os versículos do Eclesiástico condenam primeiramente a indiferença do homem quanto à atuação de Deus em sua vida. Observamos muito isso em nossa sociedade. Quantos se auto-intitulam católicos ou cristãos, mas ainda assim agem pecaminosamente, esquecendo-se da Palavra de Deus, que condena todo tipo de infidelidade e desobediência. Quantos de nós agimos diante dos homens com indiferença quando o assunto envolve a fé da nossa Igreja.

O maior problema de todos esses atos errados que cometemos é quando pensamos que podemos escapar do justo juízo de Deus, quando, de fato, não há como fugir da Justiça Divina. Podemos fugir da justiça dos homens, mas no Tribunal de Cristo todos os homens comparecerão, para que seja exaltada a bondade de Deus. Sim, bondade. A Misericórdia de Nosso Senhor – da qual nós, pecadores, tanto lembramos – não contradiz a Sua Justiça. Tudo aquilo que fizemos de errado nessa vida receberá justa punição, ou nessa vida mesmo ou na outra. Nessa vida, pagamos nossos pecados através da penitência e das boas obras. Na outra, passamos pelo fogo do purgatório, caso nos salvarmos. De toda maneira, não há como furtar-se aos olhos de Deus. Não há como se esconder, não há como disfarçar e não receber a Sua Justiça.

“Eis que o céu e o céu dos céus, o abismo, a terra inteira e tudo o que encerram se abalarão quando ele aparecer.” Essa exortação do Autor Sagrado é bastante necessária para os nossos dias: Temei a perfeita justiça do Senhor, pecadores! Temei o poder de seu braço, que castiga aqueles que cometem o mal! Até mesmo as montanhas e as colinas “tremerão de pavor quando Deus os olhar”. E nós, o que fazemos? Não nos importamos. Agimos – observa muito bem a Bíblia – como insensatos. Sim, a indiferença é sinal claríssimo de insensatez. Jesus não hesitou em anunciar: “Quem não está comigo está contra mim” (Lc 11, 23). Da mesma forma, aquele que não teme a Justiça de Deus e aumenta cada vez mais o número de seus pecados será pego de surpresa e perecerá: “A propósito de um pecado perdoado, não estejas sem temor, e não acrescentes pecado sobre pecado” (Eclo 5, 5).

O Senhor nos convida a trilhar um caminho de felicidade. Precisamos nos despir de nossa insensatez e indiferença. Ele “conhece todos os corações”. “Filho, pecaste? Não o faças mais” (Eclo 21, 1). “Foge do pecado como se foge de uma serpente, porque, se dela te aproximares, ela te morderá”. Estejamos atentos à Misericórdia de Deus, mas temamos sempre a Sua Justiça.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com