13.02.2010 - “Quem defende o aborto nega sua condição de católico.” As palavras do bispo da Prelazia do Marajó, Dom Azcona, são claras e diretas. Mas, infelizmente, parece que muitas pessoas ainda não entenderam o compromisso que os católicos devem ter com a defesa da vida. Parece que muitas católicas ainda não compreenderam que ser católico não significa ter “o direito de decidir”, mas sim o dever de obedecer ao Pontífice Romano e ao Magistério da Igreja Católica. Isso não é suprimir a liberdade, mas ser coerente com a verdade que o fiel diz professar. De fato, lembra muito bem São Cesário de Arles, “[n]ão nos basta – bem devemos saber – termos recebido o nome de cristãos se não agimos como cristãos”. Não nos basta – ouçam, “Católicas” pelo Direito de Decidir! – termos recebido o nome de católicos pelo batismo se, em nossa vida, não defendemos as leis da Santa Igreja.
É verdade – e nunca é demais lembrar – que Jesus Cristo amava os pecadores, convidava-os à conversão. Mas, também é verdade que proferiu palavras duras contra os fariseus e os escribas: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” (Mt 23, 23). Hipocrisia é algo que deve repugnar todo católico. Aquele que insiste teimosamente em atribuir a si uma denominação que não condiz com seu hábito de vida e com sua forma de pensar está voltando ao tempo dos fariseus, está buscando se tornar inimigo do Cristo.
O nosso século clama por liberdade. Mas, dois pontos precisam ser verificados quando falamos dessa liberdade:
- A liberdade não significa criar uma verdade que lhe convenha. A Verdade existe, independente de você escolher segui-la ou não. Em outros termos, a liberdade não cria uma nova verdade.
- Quem toma uma decisão mas age contra essa decisão não está agindo pela liberdade; está sendo hipócrita. Aquelas pessoas que se dizem católicas mas defendem, dentro da Igreja, “o direito de decidir” sobre assuntos já definidos pelo Santo Papa – cuja autoridade todos os católicos devem obedecer – “negam suas condições de católico”.
Roma locuta; causa finita est, já dizia Santo Agostinho. O católico que ousa se rebelar contra as palavras do Papa, que ousa buscar rompimento com a tradição de 2000 anos que a Igreja tem a missão de guardar, está não só negando a sua condição de católico, mas se juntando aos fariseus do tempo de Jesus, aqueles que o Mestre chamava de “hipócritas”. Hipócrita é a pessoa que fala, mas não faz. Hipócrita: o católico que não compreende que ser cristão é muito mais que estar sentado em um banco de igreja.
Mas e os não-católicos que defendem o aborto? São dignos de aplauso, de reconhecimento? Reconhecimento? Mas reconhecimento pelo quê? Por que defendem o assassinato de crianças no ventre de suas mães? Por que se esquecem que a vida deve ser protegida desde o momento da concepção até a morte natural? Por que não entendem que a questão do aborto não é meramente religiosa, mas está solidificada na lei natural? Não… Quem defende o aborto não merece reconhecimento nenhum. Falamos dos católicos porque é incompreensível ver um cristão defendendo algo tão condenado pelas leis da instituição à qual ele diz estar integrado. A esses católicos se enquadram bem aquelas palavras do Apóstolo: “… crucificaram de novo o Filho de Deus e publicamente o escarneceram” (Hb 6, 6).
Lembremo-nos dessas palavras de Dom Azcona: Quem defende o aborto nega sua condição de católico. Confiemos em Deus e nas palavras da Igreja. Não deixemos que a nossa fé esmoreça.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte http://beinbetter.wordpress.com/