“Como um jovem manterá pura a sua vida?
Sendo fiel às vossas palavras.
De todo o coração eu vos procuro;
não permitais que eu me aparte de vossos mandamentos.
Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra,
para não vos ofender.
Sede bendito, Senhor;
ensinai-me vossas leis.
Meus lábios enumeram
todos os decretos de vossa boca.
Na observância de vossas ordens eu me alegro,
muito mais do que em todas as riquezas.”(Salmo 118 [119], 9-14)
“Como um jovem manterá pura a sua vida?” Essa pergunta é constantemente realizada pelo mundo moderno. Como poderá o homem guardar a castidade e seguir retamente os caminhos do Senhor? Não é isso impossível aos olhos do mundo?
A sabedoria de Deus é loucura para o mundo, já dizia São Paulo (cf. 1 Cor 1, 21). O que diz a Santa Madre Igreja? O que prega a Sé Apostólica? Castidade? Pureza? Em verdade, todos esses valores mexem com o egoísmo humano, mexem naquele problema que está arraigado na natureza humana desde que Adão e Eva pecaram: a concupiscência. Pede Deus a todos nós que guardemos os nossos corpos puros e íntegros; nada de indecências, nada de prevaricações. Mas é justamente isso o que o mundo quer. E é aqui que a lei de Deus e a vontade dos homens entram em contradição. O homem é de natureza caída. As proposições do mundo o afundam mais na lama. As leis de Deus o elevam. Só que é mais fácil ao homem contaminar-se nas impurezas desse mundo do que buscar algo mais digno. A busca por algo superior é “nadar contra a correnteza”.
Como o jovem manterá pura a sua vida? O salmista responde: “Sendo fiel às vossas palavras”. O Catecismo de São Pio X adverte: “Vencem-se as tentações com a vigilância, com a oração e com a mortificação cristã” (n. 43). Quem, com firme propósito, procura realizar a vontade de Deus não é nunca desamparado. Aquele que busca na oração observar as leis de Deus não se frustra.
“Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra, para não vos ofender.” Eis que o homem está entregue à sua decisão. É a liberdade do homem que age para o bem ou para o mal. Ou o homem se apega ao Bem eterno e imutável ou ele trilha pelo caminho do mal. E o que é preciso fazer para não ofender ao Senhor? Guardar a sua Palavra no fundo do coração, ou seja, estar constantemente convencido de que a ofensa a Deus acarreta males horríveis para a nossa alma, além de nos tirar a felicidade e a calma. Nesse sentido, o salmista dirige ao Senhor uma súplica: “[E]nsinai-me vossas leis”. E por que ele não pede a Deus que não o prive da graça? Justamente porque não é Ele que nos priva da graça; somos nós mesmos, com nossos pecados, que nos afastamos dela. O Autor Sagrado quer conhecer as leis de Deus, para trilhá-las; quer conhecer o amor de Deus, para que possa permanecer na Sua graça.
Por fim, o Salmo diz: “Na observância de vossas ordens eu me alegro, muito mais do que em todas as riquezas”. Felicidade. A alegria duradoura está em Deus. As riquezas passam, o ouro passa, todos os bens deste mundo passam, mas as palavras de Deus não passarão jamais. Está feliz o insensato? Está alegre o pecador? Dê a ele um tempo e verá na sua face uma sombria tristeza. Eis que a aparência de felicidade que o desobediente demonstra é passageira. Ele bem sabe que a sua desobediência acarretar-lhe-á o inferno e que ele está cada vez mais próximo do abismo. Confiemos, pois, em Deus; eis a verdadeira e real felicidade.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte http://beinbetter.wordpress.com/