08.02.2010 - VATICANO.- Respondendo ao mito de que o divórcio não afeta os filhos e que em alguns casos poderia ser a "melhor" solução, o Papa Bento XVI recordou hoje que esta ruptura matrimonial tem sérias conseqüências sobre as crianças, que sempre precisam viver e desenvolver-se em meio de uma família unida que reze, dialogue e esteja fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher que se complementam.
O Santo Padre explicou em seu discurso de hoje ao Pontifício Conselho para a Família que a instituição familiar "fundada sobre o matrimônio entre homem e mulher é a maior ajuda que se pode oferecer às crianças. Eles querem ser amados por uma mãe e um pai que se amam, e precisam viver, crescer e estar juntos com os dois pais, porque as figuras materna e paterna são complementares na educação dos filhos e na construção de suas personalidades e sua identidade".
Por isso, disse o Papa Bento, "é importante então que se faça todo o possível para fazê-los crescer em uma família unida e estável. Para tal fim, é necessário exortar aos cônjuges a não perder nunca de vista as razões profundas e a sacramentalidad de seu pacto conjugal e a reafirmá-lo com a escuta da Palavra de Deus, a oração, o diálogo constante e o perdão mútuo".
Finalmente Bento XVI ressaltou que "um ambiente familiar não sereno, a divisão dos pais e, em particular, a separação com o divórcio, têm conseqüências sobre as crianças, enquanto que sustentar a família e promover seu verdadeiro bem, seus direitos, sua unidade e estabilidade é sempre o melhor modo de tutelar os direitos e as autênticas exigências dos menores".
Fonte: ACI
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Lembrando...
Estudo confirma papel das novelas da TV Globo no aumento de divórcios no Brasil
05.02.2009 - Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sugere uma ligação entre as populares novelas da TV Globo e um aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas.
Na pesquisa, foi feito um cruzamento de informações extraídas de censos nos anos 70, 80 e 90 e dados sobre a expansão do sinal da Globo – cujas novelas chegavam a 98% dos municípios do país na década de 90.
Segundo os autores do estudo, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, “a parcela de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumenta significativamente depois que o sinal da Globo se torna disponível” nas cidades do país.
Além disso, a pesquisa descobriu que esse efeito é mais forte em municípios menores, onde o sinal é captado por uma parcela mais alta da população local.
Instrução
Os resultados sugerem que essas áreas apresentaram um aumento de 0,1 a 0,2 ponto percentual na porcentagem de mulheres de 15 a 49 anos que são divorciadas ou separadas.
“O aumento é pequeno, mas estatisticamente significativo”, afirmou Chong.
Os pesquisadores vão além e dizem que o impacto é comparável ao de um aumento em seis vezes no nível de instrução de uma mulher. A porcentagem de mulheres divorciadas cresce com a escolaridade.
O enredo das novelas freqüentemente inclui críticas a valores tradicionais e, desde os anos 60, uma porcentagem significativa das personagens femininas não reflete os papéis tradicionais de comportamento reservados às mulheres na sociedade.
Foram analisadas 115 novelas transmitidas pela Globo entre 1965 e 1999. Nelas, 62% das principais personagens femininas não tinham filhos e 26% eram infiéis a seus parceiros.
Nas últimas décadas, a taxa de divórcios aumentou muito no Brasil, apesar do estigma associado às separações. Isso, segundo os pesquisadores, torna o país um “caso interessante de estudo”.
Segundo dados divulgados pela ONU, os divórcios pularam de 3,3 para cada 100 casamentos em 1984 para 17,7 em 2002.
“A exposição a estilos de vida modernos mostrados na TV, a funções desempenhadas por mulheres emancipadas e a uma crítica aos valores tradicionais mostrou estar associada aos aumentos nas frações de mulheres separadas e divorciadas nas áreas municipais brasileiras”, diz a pesquisa.
Fonte:BBC