28.01.2010 - Há necessidade de respostas novas e criativas aos problemas atuais, afirma
Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO- O Papa Bento XVI convidou os membros das Academias Pontifícias a oferecer respostas adequadas e criativas aos problemas apresentados pela cultura contemporânea, recorrendo sempre às “riquezas da tradição cristã”.
Em particular, é necessário “oferecer valores” às jovens gerações, em uma sociedade dominada pelo relativismo e subjetivismo.
O pontífice recebeu hoje, em audiência, os membros das Academias Pontifícias de S. Tomás de Aquino, de Teologia, de Arqueologia, da Imaculada, de Belas Artes, Cultorum martyrum, e a Academia Mariana, durante sua tradicional sessão pública anual.
Recordando que hoje se celebra, precisamente, a memória de S. Tomás de Aquino – a cujo pensamento está dedicada toda uma Academia –, Bento XVI convidou os membros e especialistas das Academias a “confiar na possibilidade da razão humana”, mantendo a fidelidade ao “depósito da fé” na hora de enfrentar as questões apresentadas pelo diálogo com as culturas.
“É necessário que as Academias Pontifícias sejam, hoje mais que nunca, instituições vitais e vivazes, capazes de perceber agudamente tanto as perguntas da sociedade e das culturas como as necessidades e expectativas da Igreja”, afirmou.
O objetivo do trabalho das Academias Pontifícias deve ser, explicou o Papa, “promover, com todas as energias e meios disponíveis, um autêntico humanismo cristão”.
“A cultura contemporânea, e mais ainda os próprios crentes, solicitam continuamente a reflexão e ação da Igreja nos vários âmbitos em que emergem novas problemáticas e que constituem também setores nos quais trabalhais.”
Estes setores são, explicou o Papa, “a busca filosófica e teológica; a reflexão sobre a figura da Virgem Maria; o estudo da história, dos monumentos, dos testemunhos recebidos em herança das primeiras gerações cristãs, a começar pelos mártires; o delicado e importante diálogo entre fé cristã e a criatividade artística”.
Neste sentido, convidou os acadêmicos a “oferecer uma contribuição qualificada, competente e apaixonada, para que toda a Igreja, e em particular a Santa Sé, possa dispor de ocasiões, de linguagens e de meios adequados para dialogar com as culturas contemporâneas”.
Com isso, a Igreja poderá responder “eficazmente às questões e aos desafios que a interpelam nos vários âmbitos do saber e da experiência humana”.
Jovens
Em particular, o Papa mostrou sua preocupação pelos jovens, cuja formação se vê afetada pela perda de valores nas sociedades ocidentais.
“Como afirmei muitas vezes, a cultura de hoje ressente-se profundamente, não só de uma visão dominada pelo relativismo e pelo subjetivismo, mas também de métodos e atitudes por vezes superficiais e até mesmo banais.”
Esta superficialidade prejudica “a seriedade da investigação e da reflexão e, portanto, também do diálogo, do confronto e da comunicação interpessoal”.
Portanto, o Papa afirma que é necessário “recriar as condições essenciais para uma real capacidade de aprofundamento no estudo e na investigação, para que se dialogue de modo racional e as pessoas se confrontem eficazmente sobre as diferentes problemáticas, na perspectiva de um crescimento comum e de uma formação que promova o homem na sua integralidade e completude”.
Esta “carência de pontos de referência ideais e morais” afeta “convivência civil e sobretudo a formação das gerações jovens”, advertiu.
Neste sentido, afirmou que é necessário realizar “uma oferta ideal e prática de valores e de verdade, de fortes razões de vida e de esperança, que possa e deva interessar a todos, sobretudo aos jovens”.
Fonte: www.zenit.org