Artigo de Everth Queiroz Oliveira: O abuso do livre-arbítrio no pecado acarreta penas eternas


29.12.2009 - Estava lendo um artigo falando sobre a doutrina kardecista e a sua contradição com alguns princípios bíblicos. Basicamente são alguns conceitos que já havia exposto aqui no blog, onde deixava bem clara a evidente diferença entre alguns aspectos doutrinais espíritas com o espírito do Evangelho.

Mas esse artigo me chamou a atenção a uma realidade na qual ainda não havia focado: a liberdade do homem como fator decisivo para a sua condenação, condenação eterna. Primeiro, devemos entender porque essa condenação seria eterna. Considera-se, primeiramente, a gravidade da pena de uma ofensa conforme a dignidade da pessoa que é ofendida. Se eu esbofetear meu vizinho, certamente não haverá pena severa para mim, afinal não ofendi nenhuma autoridade. A atitude é condenável, mas não tanto quanto eu ofender, por exemplo, o governador do meu estado. Sem dúvida, seria um ato bem mais condenável, afinal está se desonrando uma autoridade maior que o meu vizinho. Um desacato ao Presidente da República, que é uma autoridade maior ainda que o governador, por exemplo, acarreta uma pena mais severa… Enfim, todos esses atos têm conseqüências; essas, por sua vez, se tornam mais graves na medida em que são maiores as dignidades das pessoas ofendidas.

Esbofetear o vizinho, o governador e o presidente, que são pessoas, mortais e finitas, acarreta penas finitas, que têm um fim. Ao ofender meu vizinho, eu posso pegar um ano de cadeia. Ao ofender o governador posso ficar preso durante mais de vinte anos… E ao desonrar o Presidente poderia ficar preso mais tempo ainda… Mas os governos não podem determinar que essas penas durem para sempre, afinal o homem só está sujeito à justiça humana enquanto estiver vivo. A morte é o limite para as penas seculares. No entanto, quando falamos de ofensas à dignidade de Deus, que é eterno e infinito, falamos também de penas com dimensões diferentes. O pecado é uma clara ofensa a Deus à Lei Divina estamos sempre sujeitos. Não há limites para que ela seja plenamente exercida sobre o homem, afinal Deus transcende.

Logo, conclui-se que as penas para o pecado devem ser eternas. É claro que não falamos aqui da possibilidade de arrependimento, graça real que Deus concede aos homens para que vejam suas falhas e possam repará-las em vida, para que desse modo se salvem. Mas, discursando sem explicar de maneira mais clara esses outros aspectos, certamente essa seria a realidade, nua e crua. O pecado, como ofensa a um Ser de dignidade infinita e eterna, acarreta penas também eternas. É tanto quanto óbvio. É um exame que é possível a todo ser racional.

Os espíritas vão alegar que Deus, como sendo misericordioso, não pode precipitar seus filhos que tanto ama no fogo do inferno, que seria um castigo eterno. A misericórdia de Deus se manifesta no homem de muitíssimas formas: conforme já citado, através da graça do arrependimento – e é nessa realidade que o cristianismo se fundamenta para falar inclusive da importância da reconciliação que Cristo exerceu por meio da Cruz -; através das formas como Deus constantemente fala com a humanidade, dando-lha a conhecer a Sua Palavra, enfim, Deus está sempre chamando o homem à salvação. Mas se há algo que o Altíssimo respeita no ser humano é a sua liberdade. Ele deu ao homem o livre-arbítrio para que pudesse amar a Deus por sua própria vontade. Mostrou aos homens a Sua Verdade para que os homens pudessem guiar o livre-arbítrio nesse caminho, e trilhando pelo amor e pela verdade, pudessem, enfim, se salvar. Explicou às pessoas, por meio das Escrituras, que o abuso do livre-arbítrio e a má condução do mesmo acarretam infelicidade e deixou bem claro que o homem deve arcar com as conseqüências de seus atos.

Deus é verdadeiramente misericordioso… Até na hora da morte Ele mostra ao homem a sua face de amor e convida-o à conversão. Mas, se o homem insiste na sua ignorância e persiste em dizer não ao amor de Deus e à sua Vontade, preferindo trilhar pelo caminho da morte e exercer sua liberdade longe de Deus, sumo Bem, o seu último fim é o inferno. Ele não se arrependeu, não quis de modo algum se desculpar pelas ofensas que cometeu contra Deus, Ser eterno e infinito; não abriu de modo algum seu coração à Verdade e ignorou todos os meios que o Senhor utilizou para tentar levá-lo ao caminho do bem. Pior que isso: continuou a ser infiel e conduziu a sua liberdade cada vez mais ao abismo… Não se tem dúvidas que ele mesmo é responsável por precipitar a sua alma no fogo do inferno. Não se tem dúvidas de que ele mesmo se condenou.

Feita a decisão do homem de tapar os seus ouvidos à Verdade, a ação da misericórdia divina fica impossibilitada. Diz o Senhor:

“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20).

Deus não pára de bater à porta! Mas, para que Ele entre, é preciso que a abramos. Se o homem não abrir a porta do seu coração, se permanecer fechado em seu egoísmo e no pecado, e não buscar de modo algum se arrepender e repará-lo, não haverá para ele outro destino senão o inferno. A culpa não é de Deus, que estava à porta, sempre batendo… A culpa é do próprio homem, que se negou a ouvir a voz de Cristo e preferiu trilhar pelos maus caminhos.

Desçam os espíritas do trono da sua arrogância e parem de pôr-se no lugar de Deus, estabelecendo leis próprias para satisfazer as vontades e os desejos humanos! É preciso que se diga um basta a essa doutrina espírita que quer destruir os preceitos evangélicos mais básicos e implementar um novo Evangelho, como se eles fossem os autores da verdade.

Esperamos, no entanto, que Deus seja ouvido. Sim. Ele está batendo à nossa porta. Basta que ouçamos a sua voz e O convidemos para entrar. Não percamos essa oportunidade. Peçamos a Deus a graça do arrependimento, enquanto é tempo. O Senhor, que é Misericórdia, espera nossa resposta.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

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