26.10.2009 - A mãe é a principal suspeita de matar os dois filhos, numa cena macabra, logo depois da comemoração de seu aniversário de 30 anos, em Ouro Preto, na Região Central de Minas. Ana Cristina Ponciano Batista reuniu amigos e familiares em casa, no Bairro São Cristóvão, para festejar a data na noite de sábado, e durante a madrugada teria esfaqueado as duas crianças, de 8 e 9 anos, e, em seguida, tentado se matar.
O marido, o vigilante Adaílton Carlos Batista, de 28, chegou a ser detido como suspeito do crime, mas foi liberado na tarde de ontem, depois que peritos da Polícia Civil encontraram uma carta assinada por Ana Cristina, em que ela dá a entender ser autora do duplo homicídio. Num dos trechos, a empregada doméstica xinga o pai das crianças, deseja a ele felicidade nos próximos relacionamentos e o alerta para ter cuidado com as pessoas, “pois, às vezes, as facadas vêm de onde a gente menos espera”.
Segundo o sargento José Neto, da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar de Ouro Preto, vizinhos da família teriam ouvido gritos na casa de Ana Cristina e, ao chegar ao local, viram muito sangue no chão da sala. A PM foi acionada e encontrou a garota Ana Beatriz Ponciano Batista, de 9, caída numa escada dentro de casa. A menina já estava morta, com um corte profundo no pescoço e vários ferimentos no rosto. Num dos quartos, os militares se depararam com o corpo de Amauri Bernardo Ponciano Batista, de 8, sobre a cama, também com um corte no pescoço, quase degolado, e perfurações no braço e nas costas. Ana Cristina estava caída na sala da casa, com nove facadas no tórax e abdome. Ela foi levada para a Santa Casa da cidade e, segundo os médicos, não corre risco de morrer.
De acordo com o sargento, ao chegar ao local, os militares encontraram o pai das crianças dentro da casa, visivelmente transtornado. Ele foi algemado e levado para a delegacia para prestar esclarecimentos, como um dos suspeitos do crime. Um dos agravantes contra Adaílton é o histórico de brigas e discussões do casal. Em julho, ele foi preso por agredir a mulher e enquadrado na Lei Maria da Penha. Solto desde 11 de agosto, ele estava proibido pela Justiça de frequentar a casa de Ana Cristina. “Ele estava tentando uma reconciliação e foi à festa de aniversário da mulher. Acreditamos que ele seria o principal suspeito, pois a casa não tem sinais de arrombamento e a arma usada no crime permanecia no local. Na prisão, Adaílton disse que saiu de casa às 2h e retornou às 6h, se deparando com a cena assustadora”, diz o sargento.
PLANEJADO - Mas a reviravolta no caso ocorreu no fim da manhã de ontem, quando peritos da Polícia Civil encontraram, no quarto de Ana Cristina, uma carta assinada por ela. No texto, a empregada doméstica demonstrava intenção de cometer um crime. “Foi localizada uma carta, teoricamente escrita pela mãe das crianças, com indícios de que ela praticaria os homicídios. Adaílton foi interrogado e, em seguida, liberado, pois está praticamente afastada a hipótese de sua participação no crime. Além da carta, que ainda vai ser periciada, não encontramos vestígios de sangue nas roupas do marido ou qualquer outro sinal de participação dele nos homicídios”, afirma o delegado responsável pelo caso, Ricardo Reis Neto.
Segundo o policial, os ferimentos de Ana Cristina são característicos de uma tentativa de autoextermínio. “O primeiro relatório de atendimento médico da Santa Casa mostra que as lesões são superficiais e concentradas no tórax e abdome. Esses são indícios de que não houve luta corporal da vítima com um possível agressor, caso contrário ela teria marcas nos braços, mãos ou até perfurações em outras partes do corpo”, acrescenta Ricardo. O laudo da perícia será concluído em 30 dias e, segundo o delegado, se as provas recaírem sobre Ana Cristina, ela pode ser indiciada por duplo homicídio qualificado.
Fonte: UAI not;icias MG
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"Ouvi a palavra do Senhor, filhos de Israel! Porque o Senhor está em litígio com os habitantes da terra. Não há sinceridade nem bondade, nem conhecimento de Deus na terra. Juram falso, assassinam, roubam, cometem adultério, usam de violência e acumulam homicídio sobre homicídio. Por isso, a terra está de luto e todos os seus habitantes perecem; os animais selvagens, as aves do céu, e até mesmo os peixes do mar desaparecem." (Os 4, 1-3)