17.08.2009 - O dólar, a moeda mais forte do mundo, seria reprovada em qualquer teste antidoping. O real também. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Massachusetts resolveu testar as cédulas das moedas locais de mais de 30 cidades em cinco países: Estados Unidos, Canadá, Brasil. China e Japão. O resultado encontrado foi alarmante: rastros de cocaína em níveis que chegam a 95% das amostras.
As cédulas ficam com restos de cocaína quando são usadas como “canudo” para inalar a droga ou mesmo quando notas limpas são guardadas com outras contaminadas. A pesquisa, apresentada ontem durante o 238º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, em Washington, aponta níveis médios de 90% de contaminação no dólar americano e 85% no dólar canadense.
No Brasil, a avaliação de dez notas concluiu que 80% delas tinham traços de cocaína. Nas cédulas que circulam pela capital americana, a presença de cocaína é a maior do país: 95%. O número representa um aumento de 20% em relação a 2007, e supera o de outras grandes cidades americanas como Boston, Baltimore e Detroit, onde a média de notas contaminadas com a droga foi de 90%.
As cédulas ficam com restos de cocaína quando são usadas como “canudo” para inalar a droga
Entre os países com as moedas mais “sóbrias” estão a China e o Japão. Em 12% das amostras de cédulas de Yuan, chinês, e 20% do Iene, japonês, foram encontrados rastros de cocaína. O principal autor da pesquisa ,Yuegang Zuo, disse que, de maneira geral, aumentou o número de cédulas com traços da droga. “Não sabemos com certeza por que houve esse aparente aumento, mas ele pode estar relacionado à atual crise econômica mundial, que fez com que mais pessoas estressadas recorressem à cocaína”, afirmou.
Nos Estados Unidos, as notas mais limpas vieram de Salt Lake City, no Estado do Utah, onde a maioria da população é formada por mórmons.
De acordo com Zuo, cada nota analisada continha entre 0,006 microgramas e 1,240 microgramas de cocaína (o equivalente a entre menos do que um grão de areia e 50 grãos de areia, respectivamente). Segundo o cientista, a quantidade é tão pequena que as pessoas não devem enfrentar problemas legais ou de saúde se manusearem essas cédulas.
Fonte: G1