Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Mentiras Adventistas


18.07.2009 -

Já faz algum tempo que conheço o blog “Adventismo em foco”. Inimigo incondicional da Igreja Católica, o Alexandro é mais um daqueles que acham que o sistema papal é o Anticristo. Afinal, ele faz parte da seita chamada igreja Adventista do Sétimo dia. Assim como toda “boa” comunidade protestante, condena o culto de veneração aos santos, condena a admiração dos católicos pela Virgem Maria, condena a interpretação da Bíblia por meio do Sagrado Magistério, além de defender que devemos guardar o sábado e não o domingo. Depois de uma análise tanto quanto superficial do adventismo, gostaria de comentar um artigo escrito pelo próprio Alexandro no seu blog, chamado “Resumo dos Ataques Papais contra Deus”.

* * *

1) Deus requer a santificação do sábado (cf. Ex 20,8-11). O papado santificou o domingo.

Deus, a partir da Nova Aliança, inaugurada com a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, requer não mais a santificação do sábado, mas do domingo. Não foi o papado que começou a santificar o domingo, mas os próprios apóstolos, depois da ascensão de Jesus Cristo, começaram a realizar a fração do pão no “primeiro dia da semana” (cf. At 20,7). A Antiga Lei, com a vinda de Jesus Cristo, não foi abolida, mas aperfeiçoada. Diz Jesus: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição” (Mt 5,17). Portanto, a Antiga Lei era imperfeita. Isso é indiscutível. O próprio autor da Carta aos Hebreus o confessa: “Se a primeira [aliança] tivesse sido sem defeito, certamente não haveria lugar para outra” (Hb 8,7).

A tradição judaica de fato pede que se guarde o sábado, mas a Igreja cristã, instituída por Jesus Cristo e consolidada pelos apóstolos guarda o domingo, pois foi nesse dia que Jesus havia ressuscitado. Barnabé, em seu Evangelho apócrifo, revela: “[N]ão são os sábados atuais que me agradam, mas aquele que eu fiz e no qual, depois de ter levado todas as coisas ao repouso, farei o início do oitavo dia, isto é, o começo de outro mundo. Eis por que celebramos como festa alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus” (15). E Jesus Cristo, em um discurso seu sobre o dia de domingo, que não está contido nos evangelhos, mas nos livros apócrifos, diz: “Feliz aquele que observou o santo dia do domingo”.

2) Deus proíbe imagens como fonte da adoração (cf. Ex 20,4-6). O Papado instituiu as imagens dos santos, dizendo que eles já estão no Céu.

É realmente proibido usar imagens como fonte de adoração. Mas, o Papado instituiu a imagem de santos para que fossem venerados e não adorados. A utilização de santos para a ornamentação e para a devoção sempre foi utilizada pelos primeiros cristãos como maneira de lembrar daqueles que guardaram a fé de maneira admirável. Por exemplo, encontraram o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma. Esse afresco, onde está contida a imagem da Virgem Maria, data do séc. III! Eram eles idólatras por pintarem a mãe de Deus e expressarem-na em um afresco? Não.

Sobre o culto de veneração prestado aos santos, instruía São Tomás de Aquino: “O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem”. Além disso, é verdade que os santos já estão no céu, afinal diz a Carta aos Hebreus: “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (9,27). Esse logo em seguida significa “imediatamente”. Depois que o homem morre, é imediatamente julgado, indo, depois para o céu ou para o inferno. Portanto, os santos – aqueles que cumpriram fielmente a vontade de Deus – estão sim gozando da vida eterna junto a Deus.

3) Jesus declarou que apenas ressuscitará os mortos no último dia, quando retornar nas nuvens do Céu (1 Ts 4:15-17, Jo 6:39, 40, 44, 54 e Jo 12:48). O Papado declara que os santos já estão no Céu, gozando da vida eterna.

Essa afirmação é uma amostra impressionante da ignorância do escritor. Ele não consegue diferenciar a morte e o juízo particular de cada um da ressurreição dos mortos. Como já falei aqui no blog, primeiro morremos, depois somos julgados. Depois, esperamos a consumação dos tempos e, enfim, a ressurreição dos mortos. Quando falamos dos mortos antes da ressurreição falamos somente da dimensão alma. O corpo do homem, corruptível, vai para debaixo da terra e sofre sua decomposição. Enquanto isso, sua alma vai ou para junto de Deus ou não. Na ressurreição, o corpo de todos os mortos reconstituir-se-á e se unirá às suas respectivas almas. Depois da “reunião” de corpo e alma novamente, “para os bem-aventurados [seu corpo] será um corpo de glória; para os réus, um corpo para sempre obscurecido” (Santa Catarina de Sena, O Diálogo, 14.5).

A ressurreição dos mortos será de fato no último dia, mas enquanto ela não chega, o que acontece com as almas dos mortos? Já começarão a cumprir suas penas, indo ou para céu ou para inferno (cf. Hb 9,27). É falsa a doutrina que afirma que enquanto não chega o Juízo Final, as almas dos mortos dormem. Isso não é bíblico. Quando o livro do Eclesiastes (9,5.10) fala que “na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria”, ele fala do destino da pessoa inimiga de Deus. No Antigo Testamento, a expressão ‘morada dos mortos’ é designada como o lugar para onde vão os ímpios (cf. Pv 15,24). Portanto, a alma dos mortos não dorme. Mas alegoricamente, é claro, os corpos dos mortos dormem. Contudo isso não tem nada a ver com a questão da alma.

4) Deus requer que o Batismo seja uma decisão consciente tomada por alguém que deve crer em Jesus de todo coração e se arrepender de seus pecados (Mc 1:4, At 8:36-37, At 16:30-33). O ato Papal de batizar bebês que não podem crer e nem se arrepender dos pecados passados é uma violação a ordem de Deus.

Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que o batismo de João Batista ainda não era o batismo cristão. A realidade definitiva do batismo é explicada poucas vezes na Sagrada Escritura. Mas a patrística é clara quando fala desse assunto. Dizia Orígenes (185-255) que a “Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de dar o batismo também aos recém-nascidos”. Da mesma forma, São Cipriano (258 d.C.): “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças”. Santo Agostinho instruía que o batismo das crianças “a Igreja sempre teve, sempre tem conservado e conservará até o fim”.

É falsa a afirmação que diz que para uma pessoa ser batizada, Deus requer que “seja uma decisão consciente tomada por alguém que deve crer em Jesus de todo coração e se arrepender de seus pecados” e nenhuma afirmação da Bíblia diz que não se poderia batizar as crianças. Pelo contrário, quando o carcereiro que havia prendido Paulo e Silas foi batizado, foi batizada também toda sua família (cf. At 16,33). Ora, quem nos garante que na família dele não havia crianças?

Contudo, é de se reconhecer que a Bíblia, quando o assunto é “batismo”, não é muito clara quanto ao modo como se deve batizar ou a quem devemos batizar. A Tradição dos primeiros cristãos tratou de realizar a instrução sobre o assunto. É o que vemos, por exemplo, no Didaquê ou em outros livros da Patrística.

5) A Bíblia diz que Jesus é o único intercessor perante Deus (cf. 1 Tm 2,5). O Papado afirma que os santos, que já estão no Céu, intercedem pelos vivos. Portanto, escutam orações como se fossem oniscientes e onipresentes. Tais entidades, na prática, possuem qualidades divinas, embora na teoria isso seja negado.

A Bíblia não diz que Jesus é o único intercessor perante Deus. Ela diz que Ele é o único “mediador”. E isso não é problema nem mesmo de tradução, porquanto a bíblia protestante usa o mesmo termo nessa passagem bíblica. É preciso distinguir as palavras intercessão e mediação. Enquanto interceder é orar, pedir orações, exercer mediação é “se por no meio de”. E a Bíblia não exclui a existência de intercessores por nós junto a Deus. São Paulo, ainda a Timóteo, diz: “[R]ecomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens” (1 Tm 2,1). Ora, se Jesus Cristo fosse realmente o único intercessor não estaria essa passagem contradizendo a outra? Essa doutrina de que somente Jesus intercede por nós não é bíblica. Sobre a mediação de Maria e dos santos, o Papa João Paulo II, em uma das suas audiências, explica claramente que a mediação de Maria não é concorrente à mediação de Jesus Cristo:

“Ao proclamar Cristo como único Mediador (cf. 1 Tm 2, 5-6), o texto da Carta de São Paulo a Timóteo exclui qualquer outra mediação paralela, mas não uma mediação subordinada. Com efeito, antes de ressaltar a única e exclusiva mediação de Cristo, o autor recomenda «que se façam súplicas, orações, petições e ações de graças por todos os homens… » (2, 1). Não são porventura as orações uma forma de mediação? Antes, segundo São Paulo, a única mediação de Cristo é destinada a promover outras mediações dependentes e ministeriais. Proclamando a unicidade da mediação de Cristo, o Apóstolo só tende a excluir toda a mediação autônoma ou concorrente, mas não outras formas compatíveis com o valor infinito da obra do Salvador” (Audiência Geral do Papa João Paulo II, dia 1º de outubro de 1997, 4).

São Luís de Montfort, no livro “Tratado de Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, diz: “Seria possível que aquela que achou graça diante de Deus para o mundo todo em geral, e para cada uma em particular, fosse um empecilho a uma alma que busca a grande graça da união com ele?” A mediação de Maria portanto não é concorrente à mediação de Jesus, mas subordinada.

Um episódio bíblico que mostra claramente a mediação exercida por Maria entre Jesus Cristo e os homens é o das bodas de Caná (cf. Jo 2,1-11), quando Maria diz a Jesus que não há mais vinho. Os homens, necessitados, recorrem à Mãe do Salvador, para que ela possa pedir a Ele que se compadeça da humanidade. Ela então pede a Seu Filho que faça algo pelos homens. E ele faz. No episódio relatado, por exemplo, transforma a água em vinho.

6) Jesus disse que a Terra foi destruída por um dilúvio mundial (Mt 24,38-39). O Papado ensina que tais passagens bíblicas são alegóricas e desta maneira joga por terra verdades fundamentais da Bíblia. Torna o ensino de Cristo infrutífero. O Papado desta maneira se alinha ao ensino da evolução em bilhões de anos e o dilúvio local, não mundial.

Essa afirmação do Alexandro se trata de uma calúnia porque o Papa nunca ensinou que essas passagens fossem meramente alegóricas. Não se contenta em enganar os homens com sua vã doutrina e agora quer também inventar histórias acerca do que manda a Mãe Igreja.

7) A Bíblia declara que a alma do ser humano morre (Ezequiel 18:4, Romanos 6:23, João 5:28, I Tessalonicenses 4:16). O Papado declara que por ocasião da morte, a alma continua VIVA e é levada ao Céu, Inferno ou Purgatório. Dessa maneira destrói completamente a verdade de que os mortos apenas voltam à vida no dia da volta de Jesus, quando todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

É quase unânime entre os cristãos a crença da imortalidade da alma, mas existem sempre as exceções. A fé cristã em geral crê que o nosso corpo vai sim morrer e sofrer a corrupção, mas a nossa alma nunca morre e não existe nenhum trecho bíblico que comprove que a nossa alma morre. Pelo contrário, Jesus Cristo, ao instruir os seus apóstolos, afirma: “Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma” (Mt 10,28). A nossa alma é imortal e é essa uma realidade expressa muitas vezes por Jesus Cristo especialmente quando fala da Geena, do fogo que não se apaga, do fogo ardente e eterno.

Infelizmente a igreja adventista não conseguiu entender a doutrina bíblica do que vem após a morte. Quando morremos, nosso corpo morre, nossa alma não. Essa, vai ou para o céu ou para o inferno e, caso a alma que vá para a vida eterna necessite de purificação, para o purgatório. E aí quando fala do dia final, da Ressurreição dos mortos, faz uma confusão tremenda na cabeça das pessoas porque, nesse dia, serão unidos corpo e alma. O corpo que estava morto vai ganhar vida e se unir à alma que, por sua vez, não morreu. Quando Jesus Cristo diz, em João 5,28: “…vem a hora que todos os que se acham nos sepulcros sairão deles ao som de sua voz”, não está falando que a nossa alma morre e é uma completa ignorância pegar esse trecho bíblico para afirmar esse princípio mentiroso e enganador. Ora, o que se acha no sepulcro? Não são os corpos das pessoas? Portanto, que ninguém se engane sobre essa doutrina. Afinal, Jesus disse: “Cuidai que ninguém vos seduza. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos” (Mt 24,4-5).

8) A Bíblia diz que “a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus”. Naturalmente está se referindo a lideranças espirituais e não a nosso pai sanguíneo. Também declara que o Espírito Santo guiará a igreja a toda a verdade. (Mateus 23:9-10, João 16:13). O Papado faz-se chamar de “Santo Pai”, um título que Cristo proibiu a seres humanos e que corresponde a Deus Pai. “Santo Pai = Santo Papa”. Declara-se o guia da igreja, o mestre da doutrina, usurpando a função do Espírito Santo.

Quando Jesus Cristo diz em Mt 23,9: “A ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus”, Ele está nos alertando para que ninguém dê honra a alguém na terra do mesmo modo que dá a Deus, que ninguém faça de um humano uma imagem maior ou igual a Deus. Portanto, desde que exista no católico a consciência de que chamando o pastor da Igreja de “papa” esse não está chamando-o de Deus – e isso é mais do que óbvio – não há problema nenhum em chamá-lo de pai, de papa. Se apoiando num fundamentalismo bíblico, nunca haverá uma correta interpretação da Sagrada Escritura. É preciso contextualizar o que nos pede a Bíblia. Nem sempre fazem isso, por isso pregam o que querem da Palavra, ensinam o que querem e acabam levando à perdição multidões de pessoas.

O Espírito Santo guia a Igreja a toda a verdade, mas o Santo Papa, quando exerce a função de pastor do povo de Deus não está usurpando cargo de ninguém. Uma coisa é conduzir a Igreja à verdade; outra bem diferente é existir um homem para confirmar seus irmãos na fé e apascentar as ovelhas que Cristo pediu (cf. Jo 21,17). Aliás, é importante analisar, nesse sentido, a infalibilidade do ministério papal quando esse exerce suas funções ex catedra. Não é porventura essa a prova mais sublime de que o Espírito Santo guia toda a Igreja?

9) A Bíblia declara que todos os seres humanos pecaram e estabelece apenas Jesus como exceção (Romanos 3:23, Hebreus 7:26, Hebreus 9:28). A doutrina da Imaculada Conceição ensina que Maria nasceu imaculada, sem pecado e nunca pecou em vida. Foi preservada por Deus do pecado original contrariando as escrituras.

A Bíblia não declara apenas Jesus Cristo como exceção quando se fala de santidade. Com efeito, as Sagradas Escrituras – especialmente nos trechos citados pelo Alexandro – dizem que Cristo foi imaculado, sem mancha e sem pecado. Mas isso não quer dizer que somente Ele foi santo.

Maria foi imaculada e santa exclusivamente pelos dons que recebeu de Jesus Cristo, seu filho. Afinal, como o Nosso Salvador Jesus Cristo poderia nascer de uma mulher pecadora? Jesus teve a graça de ter uma mãe santa e isso não contraria as Escrituras, pelo contrário, as obedece. Diz a Bíblia: “Quem fará sair o puro do impuro?” (Jó 14,4) e “Que coisa pura poderá vir do impuro?” (Eclo 34,4). Jesus, que era puro, não poderia vir de uma mulher impura, pois a Bíblia diz que um ser santo não pode vir de um que não o é. Então Maria foi imaculada sim, sem pecado, assim como seu filho Jesus.

10) As escrituras ensinam que o pão e o vinho simbolizam o sacrifício de Cristo, da mesma maneira como na antiga aliança, a morte do cordeiro simbolizava. A Bíblia também diz que o sacrifício de Cristo ocorreu apenas uma vez (I Coríntios 11:25-26, Hebreus 9:24-28). A doutrina do Sacrifício da Missa (Eucaristia) afirma que existe um sacrifício real e que o corpo e o sangue de Cristo são ofertados literalmente pela Hóstia e o vinho. Mistura o misticismo pagão com o evangelho. A missa também envolve a idéia da repetição do sacrifício de Cristo. Completamente condenável pela Palavra de Deus. A cada missa, Cristo seria sacrificado de novo e oferecido sob o pão e o vinho. As escrituras ensinam que o sacrifício de Cristo se deu apenas uma vez.

Na Última Ceia, quando Jesus Cristo ceava com seus discípulos, tomou o pão em suas mãos e disse: “Isto é o meu corpo” (Lc 22,19). Aqui é preciso notar uma relação importante: Jesus pega o pão, mas esse pão É o seu Corpo. Ele não disse que simboliza, nem que representa; disse que o É. O pão que é usado na Santa Missa para se consagrar – e é chamado de hóstia – se torna o Corpo de Cristo porque Jesus disse: Isto é o meu Corpo. E isso não é misticismo pagão; isso é realidade bíblica! Ao mesmo tempo, depois que pronunciou essas palavras de consagração, disse: “fazei isto em memória de mim”. Quando Jesus diz isso, Ele ordena que façamos isso sempre em sua memória, ou seja, nos manda repetir o ato de consagração que realiza.

Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Essa frase expressa não só a transformação do pão em Corpo de Cristo, assim como a transformação do vinho em Sangue de Cristo no versículo 20; expressa também o caráter sacrificial que tem a Ceia do Senhor. O Corpo e o Sangue de Cristo são dados por nós. É sacrifício, é oferta. E Ele diz: fazei isto em minha memória, ou seja, repeti esse sacrifício várias vezes para lembrares de Mim. E os apóstolos obedeceram: tanto é que se reuniam nos domingos para partir o pão (cf. At 20,7). E São Paulo, em 1 Coríntios 11,17-34, dá instruções aos cristãos de como devem celebrar a ceia.

E eles celebravam e AINDA celebram do mesmo modo que Jesus ordenou que celebrassem, isto é, dizendo: “Isto É o meu Corpo, que é entregue por vós!” (1 Cor 11,24). O sacrifício se repete porque São Paulo quer transmitir aos cristãos aquilo que recebeu de Cristo (cf. 1 Cor 11,23); não quer contrariar o que Deus ordena expressamente por meio de Sua Palavra. A ignorância adventista chega ao cúmulo do absurdo de ir contra uma ordem de Jesus Cristo que é claríssima!

11) Os hebreus são os guardiões do antigo testamento. A Igreja Romana passou por cima dos guardiões do antigo testamento e acrescentou nele 7 livros falsos, que nem os Hebreus e nem os protestantes reconhecem como inspirados: Judite, I Macabeus, II Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria, Baruc, Tobias. Também foi acrescentado o capítulo 13 no livro de Daniel.  A Bíblia Católica reconhece que alguns destes livros não são inspirados. A confissão é feita na Edição Pastoral, Ed. Paulus, 19° impressão, 1996, p. 528.

Os judeus podem até ser considerados guardiões do Velho Testamento, contudo eles estabeleceram como critério para ser incorporado no A.T. alguns aspectos puramente nacionalistas: os livros da Torá deveriam ter sido escritos na Terra Santa, somente em hebraico, nem aramaico e nem grego, antes de Esdras (455-428 a.C.) e sem contradição com a Torá ou lei de Moisés. A Igreja ultrapassou essa barreira de preconceito que os hebreus estabeleceram para formular o Antigo Testamento e acrescentou à Sagrada Escritura todos esses livros. Contudo, uma vez que todo o Novo Testamento foi organizado também pela Igreja Católica, ela, como guardiã infalível do Magistério, tem todo o direito de adicionar esses livros. Existe a garantia de que esses livros foram inspirados pelo Espírito Santo e a Igreja nunca disse que esses não são inspirados – se trata de mais uma falsa acusação do adventismo.

Tanto é que ninguém nunca contestou esses livros na Sagrada Escritura quando foram instituídos pela Igreja como inspirados. Só no século XVI que Martinho Lutero decidiu tirar esses livros da Bíblia porque se achava “iluminado”, inspirado pelo Espírito Santo. A retirada desses livros pelos protestantes partiu de uma desobediência, portanto, nessa história, quem estão errados são os protestantes mais uma vez.

12) Deus proibiu que se comessem certos tipos de animais, visto que seus servos devem ser santos (Levítico 11 e Deuteronômio 14). Jesus matou uma manada de porcos, e foi expulso de uma cidade. A história conta que ele poderia ter evitado o prejuízo e não o fez (Mateus 8:28-34). O Papado distorceu certas palavras de Cristo e passou a permitir a alimentação dos animais impuros (cobra, rato, porco etc.).

Já falei, no tópico 1, acerca da imperfeição da Antiga Lei e da abolição de algumas de suas instituições. Diz o autor da Carta aos Hebreus: “Está abolida a antiga legislação, por causa de sua ineficácia e inutilidade. Pois a lei nada levou à perfeição. Apenas foi portadora de uma esperança melhor que nos leva a Deus” (7,18-19). Então, que fique bem claro que nem tudo o que fala o código da Aliança é válido para os dias de hoje. Com a vinda de Jesus Cristo, não somos mais uma igreja judaica, de tradição hebraica. Somos uma Igreja Cristã. Sim, sabemos muito bem que Jesus disse: “Não vim para abolir a Lei” (Mt 5,17). Mas o mesmo declarou a sua imperfeição e ineficácia (cf. Mt 5,17).

Do mesmo modo, quando se fala da alimentação de animais impuros, entre os cristãos não há mais essa privação. São Paulo, dirigindo se aos coríntios, exorta: “Quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31). Do mesmo modo, aos colossenses: “Ninguém (…) vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo” (2,16-17). Não é mais importante que nos privemos de carnes de certos animais. É importante que façamos tudo para a glória de Deus. Não importa se comemos um porco, uma cobra ou um rato, é necessário que ofereçamos tudo isso a Deus.

Sobre a questão da impureza, Paulo exorta bravamente os cristãos de Corinto dizendo que “os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este” (1 Cor 6,13). O próprio Jesus, por meio de algumas de suas atitudes, demonstrava que essa impureza da qual falava a lei de Moisés estava perdendo sua validade. Em Marcos 5,25-34, por exemplo, no episódio da mulher que sofria de hemorragia há algum tempo. O lógico da Lei seria que a pessoa impura ou o objeto impuro contaminasse tudo aquilo que encostasse. Contudo, o que ocorre nesse caso? A mulher impura toca em Jesus e é curada. O puro agora consagra o impuro.

Nessas tradições, os adventistas saem da fé cristã, da Igreja de Cristo e voltam à tradição judaica: “A inteligência deles permaneceu obscurecida. Ainda agora, quando lêem o Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece abaixado, porque é só em Cristo que deve ser levantado. Por isso, até o dia de hoje, quando lêem Moisés, um véu cobre-lhes o coração” (2 Cor 3,14-15).

13) Mateus 6,7 nos ensina: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos”. O Papado estabeleceu o rosário, as ladainhas intermináveis e as penitências de “pais nossos” e “ave-marias”.

E ao mesmo tempo em que Ele ensina-nos isso, a Escritura diz: “Deixou-os e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras” (Mt 26,44). Qual o problema, portanto, do uso de repetições nas orações? O que Jesus nos pede mesmo em Mateus 6,7 é que não achemos que seremos ouvidos pela força de nossas palavras. Se houvesse realmente problema em se utilizar repetições em nossas orações, então não deveríamos rezar o Pai Nosso sempre, como Jesus nos ordenou. É como disse: Deus nos proíbe de utilizar vãs repetições. Desde que as repetições não sejam vãs, então, não há problema algum. Afinal, será que Jesus errou quando repetiu as mesmas palavras, orando no Getsêmani?

A oração das ladainhas, do Santo Rosário, não é dotada de vãs repetições porque se fossem de fato vãs não alcançariam tantos milagres e curas em todo o mundo.

14) A Bíblia declara que se alguém fala pelo poder de Deus em língua estrangeira, é necessário que haja intérprete (1 Cor 14:23-27) e se não houver, que a pessoa fique calada na Igreja (1 Cor 14:28). O Papado apóia o movimento carismático das falsas línguas (expressões ininteligíveis e patéticas). O que menos ocorre nestes movimentos é o cumprimento da ordem de Paulo de ficar calado na Igreja.

De certa forma a Igreja apóia o movimento carismático, mas não quer dizer necessariamente que aquela apóie o uso errado da oração em línguas. Sobre isso, o Veritatis Splendor publicou um ótimo artigo deixando claro que o apoio da Igreja à Renovação Carismática não é de nenhum modo algo que garanta que todas as atitudes praticadas por seus membros são autênticos. O apoio da Igreja à RCC é, antes, motivador.

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Enfim, entre outras falsas e absurdas constatações, os adventistas seguem desobedecendo descaradamente a lei de Deus. O que essa seita faz com os fiéis só me leva a lembrar aquela célebre máxima de São Paulo:

“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (2 Tm 4,3-4).

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com

 


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