Parada Gay em Roma e em toda Europa Pagã


 26.06.2009 - Comentário de Hilary White

Nota: Neste sábado passado ocorreu a tão chamada parada do orgulho gay de Roma. Nosso correspondente de Roma estava ali e tirou muitas fotos do evento, a maioria das quais não podemos copiar aqui devido à natureza extremamente ofensiva.

ROMA, 16 de junho de 2009 (Notícias Pró-Família) — Parada gay. Um nome interessante para um evento. Um que os teólogos notam é certamente apropriado, considerando a gravidade do pecado do orgulho e a magnitude da alteração na sociedade que vem ocorrendo nos últimos 40 anos para tornar esse tipo de exibição aceita — homens e mulheres seminus se torcendo em cima de plataformas montadas em trio-elétricos, apalpando uns aos outros para o mundo inteiro ver.
Evidentemente, o significado do local era uma parte importante da mensagem. Roma é o lugar do que eles imaginam ser seu maior inimigo. Na superfície, obviamente o evento foi planejado para insultar diretamente a Igreja Católica. Foi um evento quase tão sutil quanto um soco na cara.
Mas, apesar dessas blasfêmias um tanto banais e sem imaginação, foi um soco não só contra os homens de preto na rua, mas contra qualquer um, quer fosse religioso ou não, que objetasse. O objetivo principal é reeducar todos os observadores que ainda não acompanharam o programa geral. As pessoas como eu, que foram talvez criadas pelas profundezas opressoras da revolução sexual, mas que finalmente passaram a sentir nojo e conscientemente a rejeitaram. Eles são os dissidentes daquela geração.

Muitos escritores (estou pensando principalmente no novelista canadense Michael O’Brien) dizem que a revolução cultural que dominou na década de 1960 está transformando o mundo num vasto gulag cultural. É, em sua essência, uma ideologia totalitária. Não permitirá nenhum bolsão de dissidência.
As paradas do orgulho gay que ocorreram na Europa neste final de semana foram todas meramente um ensaio de pedagogia, o tipo que costumava ser feito a partir de alto-falantes nos remotos povoados da Sibéria. A parada do orgulho gay, junto com milhões de imagens de vulgaridades levemente de baixo escalão que de hora em hora bombardeiam a programação de televisão, é parte das vastas campanhas de reeducação do gulag cultural.
É notável que a única coisa que não se mostrou no sábado foi qualquer tipo de oposição.
A polícia italiana se alinhou em frente da Basílica de Santa Maria, com seus escudos anti-tumulto tirando fotos do espetáculo. Não havia nenhum sinal de qualquer tipo de oposição. Nenhum manifestante contrário estava levando placas nas calçadas. Nenhum grupo de freiras ou padres estava ali conversando com os transeuntes ou os meios de comunicação. Até onde sei, nenhuma palavra oficial ou não oficial veio do Vaticano para refutar ou repreender.
Silêncio. O evento me fez ficar pensando no motivo por que eles ainda estão incomodando com seus tradicionais protestos anti-católicos. Eles parecem ter ganhado o campo.
Peguei um ônibus para a Piazza della Repubblica e alcancei a parada em seu começo. Às vezes era difícil dizer quem estava nela e quem estava apenas andando do lado. Todo mundo estava tirando fotos, as pessoas em jaulas nos trio-elétricos, os repórteres com suas enormes lentes negras, a polícia que conduzia numa formação de batalha no começo da parada.
Mas apesar da exuberância de certa forma cansada dos acontecimentos no sábado, o que estava claro acima de tudo foi que essas pessoas não são felizes. Não estudei a questão, mas fico pensando se a primeira pessoa a usar o termo “gay” [em inglês, originalmente gay significava apenas alegre] fez isso com consciente ironia. Sei que eles têm explicações diferentes para esse termo, mas todo mundo concorda que os “gays” estão entre as pessoas mais infelizes da terra. E assistindo ao espetáculo no sábado, não era difícil entender a razão.
A negação e rejeição física de uma realidade tão básica quanto o sexo — tanto o estado quanto a atividade — equivale a rejeitar a si mesmo. Imagine o universo de bolha superabrangente de ódio de si mesmo que essa vida criaria.
Imagine por um momento o horror de crer que “você nasceu no corpo errado”. Considere o que essa expressão realmente implicaria se fosse verdade. Faz-me recordar um comentário feito por C.S. Lewis: “Temer a si mesmo é o terror máximo”. Ele estava descrevendo as misérias dos condenados ao inferno.

Os psicólogos comentam que muitas vezes a nação ou identidade religiosa de uma pessoa é o principal meio para sua identificação. Se eu parasse para pensar e definir minha identidade, eu provavelmente diria algo como católico anglo-canadense. Qual é a primeira coisa que alguém nota ao encontrar alguém novo? Seu sotaque ou linguagem. Esses sãos os elementos mais fundamentais da identidade pessoal.
Será que essa identificação, “gay”, é um substituto para todas as outras? Certamente parece oferecer uma alternativa para todo o conjunto de elementos fundamentais da identidade de uma pessoa, inclusive o sotaque.
As pessoas nesse movimento se definem de acordo com um critério único e inteiramente artificial. Elas rejeitaram os critérios fundamentais com os quais nasceram. Elas não são, principalmente, italianas, ou filhos ou mesmo estudantes ou homens de negócios ou empregados. Elas não são nem mesmo homens ou mulheres. Elas criaram uma identidade nova que abrange tudo. Não é um “estilo de vida”. É uma nacionalidade. Uma religião.
Enquanto eu caminhava, muitas vezes com os dedos enfiados nos ouvidos para evitar prejudicar minha audição com os milhares de apitos sendo tocados, fiquei pensando repetidamente no que estava na mente dos italianos idosos que estavam ali observando, que provavelmente se lembravam de Mussolini, passaram pelo menos por uma das duas grandes guerras européias, sobreviveram à ocupação nazista de sua cidade, batalharam por difíceis anos pós-guerra, viram as discórdias políticas das décadas de 1960 e 1970 e viveram finalmente para ver o grande renascimento econômico gerado pela União Européia que veio em conjunto com o apagamento de seus valores culturais, aliás, de seus instintos mais profundos e mais naturais.
Italianos cujos pais e avós eram em grande parte camponeses de famílias grandes são agora ricos como Croesus, mas os iPods e celulares deles de forma deplorável substituem os filhos que eles se recusaram a ter. Não é a parada do orgulho gay e todos os seus objetivos meramente um sintoma desse mal? A Itália tem um índice de natalidade de 1,31 filhos nascidos por mulher com a idade média das mulheres em 44,8. Mark Steyn descreveu essa situação como a “espiral da morte”. Significa o fim do mundo deles. Um fim que os italianos, como a maioria do resto dos homens do Ocidente, avidamente adotaram.
A parada gay tem muito a ver com esse novo mundo cheio de diversão, rico, sem filhos e no final passageiro que foi criado desde 1968. Não é meramente a adoção de total liberdade sexual, mas a determinação de viver só no mais imediato possível agora. É o abandono do impulso, que há muito se presumia estava inscrito no DNA humano, para se lembrar do nosso passado e projetar nossa existência para o futuro.
A rejeição da religião nacional da Itália que tanto faz parte do coração do movimento da parada gay, é a rejeição da narrativa histórica comum da Itália. Essa identidade comum é o que sustenta uma sociedade saudável. Isso é algo que notei em meu ano vivendo na Bretanha; que os bretões também foram atingidos por uma terrível doença social e religiosa que fez com que esquecessem quem eles são e como devem viver.

Será que dá realmente para explicar essa aversão da sociedade ao passado e recusa de se projetar para o futuro, nas quais tomam parte Quebec, Itália, Espanha, Portugal, França, Irlanda e Bretanha e praticamente todos os países ocidentais, bem como a China, o Japão e a Coréia, através das alegorias feministas padrões? Será que o ódio pela família natural e medo da maternidade, a rejeição de tais instintos primitivos e básicos podem realmente ser sufocados para algo tão banal como os slogans políticos das feministas sobre “escolha” e “liberdade”? Não há nada mais, algo mais profundo e mais sinistro, talvez algo ainda mais escatológico em andamento? Simplesmente a partir do ponto de vista natural, como é que alguma espécie pode abandonar sua própria sobrevivência do jeito que estamos fazendo?
O movimento de orgulho gay, uma ramificação, ou talvez a expressão máxima, da revolução sexual, é a rejeição sem precedentes da coerência da sociedade. Uma sociedade que a adota mudou de ser uma sociedade que tem interesse em se lembrar de seu passado e se identificar com ele, e em se perpetuar para o futuro com sua memória cultural intacta, para ser, bem, extinta.
Eu estava para dizer que nenhuma sociedade chegou a fazer isso consigo, mas recordo que eu estava tirando essas fotos em frente do Fórum Imperial, o lugar do qual os orgulhosos romanos outrora governavam a maior parte do mundo ocidental. As colunas ruídas e o campo com pisos quebrados são testemunho do que acontece quando uma sociedade adota o que estávamos adotando no sábado.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja o artigo original aqui: http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/jun/09061603.html

Gentileza: Rubens Souza


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