Cientistas detectam cocaína no ar de cidades espanholas


13.05.2009 - Um grupo de cientistas espanhóis identificou a presença de cocaína no ar das cidades de Madri e Barcelona, indica a conclusão de um estudo, divulgada nesta quarta-feira, que utilizou pela primeira vez uma técnica nova de identificação de substâncias. Os pesquisadores procuraram por 17 substâncias, presentes em cinco tipos diferentes de drogas ilegais: cocaína, anfetaminas, opiáceos, cannabis e ácido lisérgico.

Os resultados revelaram que a cocaína é a droga predominante no ar das duas principais cidade espanholas, segundo o instituto CSIC, que realizou o estudo. Os cientistas encontraram concentrações de 29 a 85 picogramas da droga (um picograma equivale a um milionésimo de micrograma) por metro cúbico de ar.

O estudo recorreu a um novo método de detecção de drogas no ar, usado pela primeira vez e adaptado especificamente para o objetivo dos pesquisadores, que publicarão os resultados na revista científica Analytical Chemistry.

"A heroína também foi encontrada em níveis detectáveis nas amostras recolhidas em Madri, mas não em Barcelona", afirma o CSIC, explicando que isso provavelmente se deve ao fato das amostras de ar madrilhenhas terem sido recolhidas perto de um bairro onde há atividade suspeita de traficantes de drogas na cidade.

Os pesquisadores também apontaram para uma concentração maior dos componentes durante o fim de semana, "o que sugere um consumo maior durante esse período".

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

208 milhões de pessoas no mundo são usuárias de drogas, aponta relatório da ONU

26.06.2008 - Aproximadamente 208 milhões de pessoas -- 4,8% da população adulta do mundo -- usaram drogas ilícitas ao menos uma vez em 2007. Metade delas usou pelo menos uma vez ao mês e, em média, cerca de 200 mil usuários morreram no ano passado em conseqüência do consumo de drogas. Os dependentes químicos correspondem a 0,6% da população e somam 26 milhões. Os dados foram revelados pelo Relatório Mundial Sobre Drogas 2008 divulgado pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) nesta quinta-feira (26), Dia Internacional de Combate ao Abuso e ao Tráfico Ilícito de Drogas.

O documento, publicado anualmente desde 2003, traz um balanço sobre o consumo de substâncias ilícitas no mundo e ressalta que a situação, apesar de preocupante, é estável e pode ser considerada um avanço das políticas de controle de drogas.

O aumento no número absoluto de usuários de 2006 para 2007 foi de aproximadamente 8 milhões de pessoas (na comparação com dados do relatório apresentado em 2006, que indicava cerca de 200 milhões usuários) e é considerado proporcional ao crescimento da população mundial no período. Com o índice de consumidores oscilando em torno de 4,7% a 5% nos últimos anos, o cenário registrado é de estabilidade pelo quarto ano consecutivo.

O UNODC compara os dados do relatório ao consumo de drogas lícitas, como álcool e tabaco, para mostrar que os resultados do controle de drogas são positivos. Segundo o texto, o cigarro afeta até 25% da população adulta e provoca cerca de 5 milhões de mortes ao ano, enquanto o álcool mata 2,5 milhões de pessoas no mesmo período.

"Embora o abuso de heroína, de cocaína e de drogas sintéticas seja devastador para os indivíduos, essas drogas não tiveram, comparativamente, um impacto tão grave sobre a saúde pública mundial como o álcool e o tabaco", disse o diretor-executivo do UNODC, Antonio Maria Costa.

O documento, ao mesmo tempo, traz perspectivas sombrias. O aumento repentino no plantio de ópio no Afeganistão e de coca na Colômbia coloca em risco a estabilidade constatada pela ONU e atrapalha o verdadeiro avanço, que é a diminuição significativa da oferta e da demanda por drogas.

Por isso, Costa aponta três caminhos a serem traçados a partir de 2008 pelas políticas de controle de substâncias ilícitas: investir em saúde pública tanto quanto em segurança pública e aplicação das leis; atuar nos países produtores (especialmente Afeganistão, Colômbia e Mianmar), fortalecendo governos capazes de combater o tráfico de drogas, o crime organizado, a corrupção e o terrorismo; e garantir os direitos humanos em países que ainda adotam penas severas para usuários, como China e Indonésia. "A dependência de drogas é uma questão de saúde e que deve ser tratada dessa maneira, com prevenção e tratamento", ressalta.


Produção crescente
A produção de ópio no Afeganistão atingiu um nível sem precedentes e dobrou entre 2005 e 2007, alcançando 8,87 mil toneladas no ano passado. Também houve aumento de 22% no cultivo de papoula no sudeste da Ásia, depois de seis anos consecutivos de queda, e de 29% em Mianmar.

A Colômbia, maior produtora de cocaína do mundo, viu sua plantação de coca aumentar 27%, chegando a 99 mil hectares. Peru e Bolívia também registraram aumento no cultivo -- 4% e 5%, respectivamente. A colheita, no entanto, não rendeu o esperado e a produção dos três países subiu apenas 1%, somando 992 toneladas da droga.

Outro dado assustador é o tamanho do mercado consumidor de maconha e haxixe, o maior entre as drogas. O UNODC estima que cerca de 166 milhões de pessoas usaram esses tipo de droga em 2006 - 3,9% da população mundial adulta. A Oceania lidera com 14,5% da população usuária, seguida da América do Norte (10,5%) e da África (8%). A produção foi 8% mais baixa em 2007 que em 2004, somando 41,4 toneladas, mas o Afeganistão passou a ser um grande produtor de haxixe e nos países desenvolvidos o cultivo em lugares fechados tem gerado tipos mais potentes de maconha.

Já a produção mundial de estimulantes tem permanecido ente 450 e 500 toneladas desde 2000. Cerca de 0,6% da população (24,7 milhões de pessoas) consome anfetaminas e 0,2% (9 milhões de pessoas) consomem ecstasy no mundo. Mais da metade dos usuários de anfetaminas está na Ásia.

Consumo de maconha no Brasil cresce 160% em 4 anos e é o maior da AL, diz ONU

O Brasil é o país da América Latina que registrou maior aumento no consumo de maconha até 2005, passando de 1% da população adulta em 2001 para 2,6% em 2005. Também tem o maior mercado consumidor de cocaína e no continente fica atrás apenas dos Estados Unidos. Na América do Sul, o país é líder no uso de ópio (0,5% da população) e de anfetaminas (0,7%). Já são 870 mil os usuários de cocaína, 600 mil os usuários de ópio e cerca de três milhões os usuários de maconha no Brasil.

Segundo o Relatório Mundial Sobre Drogas 2008, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC-Brasil), o território brasileiro tem sido explorado pelo crime organizado internacional como rota para carregamentos que vêm da Colômbia, da Bolívia e do Peru e seguem para a Europa. "É provável que isso tenha aumentado a oferta de cocaína para o mercado doméstico", ressalta o documento.

A droga também parece estar mais disponível nos Estados do Sul e do Sudeste do país -- áreas mais afetadas pelo tráfico com os vizinhos -- que têm respectivamente 3,1% e 3,7% da população usuária de cocaína. No Nordeste, a porcentagem cai para 1,2% e no Norte para 1,3%.

O aumento de quase 160% no consumo de maconha também está relacionado à disponibilidade dos derivados de cannabis (maconha e haxixe) vindos do Paraguai, maior produtor na América Latina (5,9 mil toneladas). No Brasil, a produção é em menor escala, para uso doméstico somente.

O documento ressalta ainda que o consumo de anfetaminas não deve ser negligenciado. Estimativas do UNODC indicam que uso da droga está diminuindo lentamente no mundo, mas nas Américas ele aumentou. Em 2006, Argentina, Brasil e Estados Unidos lideraram o consumo de estimulantes, com 17, 12 e 10 doses diárias para cada mil habitantes, sendo que no Brasil, o consumo de anfetaminas se equipara ao consumo de cocaína.

No Brasil, muitas das substâncias dos grupos dos estimulantes podem ser compradas licitamente de forma controlada. Elas são usadas como inibidores de apetite, os famosos remédios para emagrecer.

Fonte: UOL notícias


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