26.04.2009 - A espera de 30 anos pela santificação de Madre Gertrudes Comensoli chega ao fim. Após dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica, devotos e religiosos voltam suas atenções à canonização da religiosa de origem italiana que estendeu sua congregação a Santa Catarina.
Acelebração para santificar a religiosa está marcada para este domingo, às 5h (horário de Brasília), na Praça de São Marcos, em Roma. As cidades de Meleiro, Sombrio, Morro Grande e Tubarão, no sul do Estado, onde há unidades da congregação fundada pela madre, preparam um dia festivo em Morro Grande, onde está o santuário.
O motivo que impulsiona tanta fé na região está em Turvo, município vizinho, onde, segundo a Igreja, aconteceu o primeiro milagre atribuído a Madre Gertrudes, em 1979, com a cura do agricultor Solano Favarin, hoje com 29 anos. Quando nasceu, Solano sofria de luxação congênita no quadril. O tratamento médico complicado foi substituído por iniciativa da mãe por apelos à madre. Ele acabou curado.
Cerca de 50 pessoas de Santa Catarina, entre fiéis e freiras, foram a Roma para acompanhar a canonização. Irmã Fiorenza Battaglio, freira da congregação de Turvo, é uma delas.
– É um grande evento de reconhecimento e um incentivo para que vivamos cada vez mais suas virtudes e ideais mais intensamente – diz.
Quem não pôde ir à Itália participa de uma carreata até o santuário, na localidade de São Bento, em Morro Grande. Na chegada, uma missa campal está programada para ser celebrada ao lado da capela de Madre Gertrudes.
Admiradora do exemplo de vida da madre – acolhia em seu Instituto de Adoração e Educação operárias vindas de outras cidades para trabalhar em fábricas –, irmã Fiorenza acredita que é possível atualmente viver os princípios de Madre Gertrudes, pois as preocupações com a juventude continuam semelhantes.
Sua colega, irmã Roneide Batista dos Santos, observa que a madre vivia uma tríade de hábitos com intensidade: ouvir, perdoar e acolher, o que considera atos heroicos para a época, em 1882.
A freiras que mantêm a congregação das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo na região procuram viver à risca o modo de vida da santa, feita de sacrifício e renúncia. Para a irmã Ana Maria Braga, o desafio do tempo é tornar Deus atrativo às jovens.
– Talvez hoje Madre Gertrudes não tivesse tantas seguidoras. E este é o nosso desafio, dar continuidade ao carisma que ela tinha. A madre acolhia as jovens com problemas e dificuldades. E hoje, quantas jovens estão perdidas pela vida? Precisamos alcançá-las – frisa.
Fonte: Jornal Zero Hora RS