Argentina sofre pior epidemia de dengue de sua história


09.04.2009 - A Argentina sofre a pior epidemia de dengue de sua história. O governo de Cristina Fernández de Kirchner reconheceu que 7.866 pessoas foram contagiadas com a doença transmitida pelo mosquito Aedes egypti, e pelo menos duas delas morreram, mas um sindicato de profissionais de saúde adverte que os infectados chegam a 30 mil e as mortes a nove.

A dengue começou a se propagar no final de 2008 a partir da Bolívia e do Paraguai para o norte da Argentina, e em janeiro passado o governo de Cristina Kirchner declarou alerta sanitário nas províncias de Salta e Jujuy. Mas nos últimos dias o surto se propagou com tal rapidez que dos dados do Ministério da Saúde se depreende que uma pessoa foi contagiada a cada dois minutos.

O Senado discute a declaração de alerta epidemiológico nacional e da emergência sanitária em Jujuy, Salta, Chaco e Catamarca (outras duas províncias do norte argentino). Agentes de turismo reconhecem que foram canceladas 30% das reservas para a Semana Santa em Jujuy, onde fica a Quebrada de Humahuaca, ou Salta, que atrai por sua capital e os Valles Calchaquíes. Também nas províncias setentrionais de Corrientes e Tucumán foram registrados contágios por picadas do mosquito.

Em outros 13 distritos, incluindo a cidade de Buenos Aires, foram detectados doentes que não contraíram a dengue ali, mas em regiões com presença do Aedes egypti. A dengue causa febre alta, dor de cabeça e nas articulações e às vezes náusea. Não tem cura e pode ser mortal se ocorrer um segundo contágio que derive em uma variante hemorrágica.

Pode ser prevenida com fumigações dos espaços verdes, tarefa que as autoridades argentinas intensificaram nas últimas semanas, e evitando-se o acúmulo de águas estagnadas nas residências, coisa que o governo promove com propaganda na televisão e no rádio.

"A situação é grave", admitiu na quarta-feira (8) no Senado a ministra da Saúde, Graciela Ocaña, quando a oposição lhe exigiu a declaração de emergência sanitária nacional e a dotação de um orçamento específico para distribuir entre as províncias mais afetadas. As administrações provinciais denunciam que os casos de dengue são o dobro dos reconhecidos pelo estado.

Um sindicato adverte que o número de infectados é inclusive o dobro do informado pelas províncias. "Estamos passando dos 30 mil", disse o presidente da Federação Sindical de Profissionais da Saúde da Argentina, Jorge Yabkowski. O sindicalista afirma que o governo nacional só conta os contágios confirmados por análises de laboratório, enquanto os médicos contabilizam "todos os casos de febre registrados em áreas onde há dengue". No Chaco, o coordenador do Centro de Estudos Nelson Mandela, Rolando Núñez, denunciou a falta de prevenção das autoridades. "Nunca tivemos de atravessar uma situação como esta", admitiu a ministra da Saúde da Argentina, onde a dengue havia sido erradicada na década de 1960 e ressurgiu nos anos 1990. "A mudança climática é um fator para se levar em conta, e o mosquito se desenvolveu em nossas condições climáticas."

A dengue afeta outros países sul-americanos, que estão começando a conter a epidemia. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva diz que os casos baixaram 28% em 2009, em relação ao mesmo período do ano passado, apesar de um novo surto no estado da Bahia, com 44.498 doentes, dos quais 32 morreram.

Na Bolívia, o governo de Evo Morales afirma que a dengue deixará de ser uma epidemia no final deste mês, mas reconheceu que este ano já morreram 22 pessoas e mais de 40 mil foram infectadas. No Paraguai, o governo de Fernando Lugo informou que os contágios deste ano somaram 1.017, a metade do número registrado nos primeiros meses de 2008.

Fonte: UOL notícias

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Lembrando...

Aquecimento aumentará casos de doenças como a dengue e a malária na América Latina

10.04.2007 - O aquecimento global aumentará o número de casos de doenças como a dengue e a malária na América Latina, advertiram nesta terça-feira (10) em Buenos Aires especialistas sobre o impacto das mudanças climáticas na região.

"Não se pode descuidar do aspecto da saúde quando se fala em mudança climática. Há uma diferença importante na dispersão de doenças como a dengue ou a malária na América do Sul", indicou o cientista argentino, Osvaldo Canziani.

Canziani é vice-presidente do Grupo de Trabalho II, que estuda os "Impactos, vulnerabilidade e Adaptação à Mudança Climática" dentro do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima da ONU (IPCC, pela sigla em inglês).

A especialista Graciela Magrin, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e integrante do Instituto do Clima e Água da Argentina, afirmou que "as mudanças no clima vão favorecer o desenvolvimento de doenças como a dengue".

Segundo o IPCC, a América Latina pode enfrentar mais furacões, mais secas, tempestades, chuvas de granizo e desertificação nos próximos anos. "Entre os anos 2000 e 2005, a região teve 2,5 vezes mais fatores climáticos extremos do que entre 1970 e 2000 e esta é a tendência", advertiu Magrin.

Mas, segundo especialistas, a falta de informação básica, de bons sistemas de informação e a ausência de políticas coordenadas são as mais graves falhas da América Latina para prevenir e suavizar o impacto da mudança climática.

"Controlar os dados meteorológicos é uma responsabilidade, e os governos não fazem isso", denunciou Canziani em entrevista à imprensa na sede do Centro de Informação das Nações Unidas para a Argentina e o Uruguai (CINU).

O cientista responsabilizou os governos da região pela falta de visão política e de planejamento para a prevenção, a adaptação e a redução do impacto das ocorrências climáticas. "Não é o clima o elemento que gera os problemas, e sim o aumento da população, os problemas ambientais, os aspectos sociais e econômicos", acrescentou.

Fonte: Globo.com
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"E vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu cavaleiro tinha por nome Morte; e a região dos mortos o seguia. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra, para matar pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras". (Ap 6,8)


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