Menina de 13 anos que ficou grávida do pai não quer abortar na Bahia


17.03.2009 - A menina de 13 anos, que ficou grávida do pai após ser estuprada por ele em novembro do ano passado, não pretende fazer a aborto em Guaratinga (BA), segundo informações da conselheira tutelar Lindidalva Batista Santana, que obteve a guarda provisória da jovem.

"Não haverá o risco de acontecer a mesma polêmica que aconteceu em Pernambuco (quando uma menina de 9 anos ficou grávida após um estupro e os médicos fizeram aborto para preservar a vida dela), pois a menina não pretende fazer um aborto. Ela quer continuar a com a gravidez até o fim", disse Lindidalva.

A guardiã da menina de 13 anos disse ainda que foram feitos exames periciais no Instituto de Criminalística de Porto Seguro para atestar a violência sexual. "Além disso, a acompanhei até um médico, que fez uma ultrassonografia para saber como estava a saúde da criança e está tudo bem com o bebê."

A menina está grávida de 17 semanas, o equivalente a cerca de quatro meses de gestação. "Ela não fez nenhuma tipo de pré-natal. Agora, que estou com a guarda provisória dela, faremos todo o acompanhamento médico para que ela não tenha problemas na gravidez", disse Lindidalva.

Prisão

A Polícia Civil de Guaratinga (BA) prendeu o pai da menina na quarta-feira (11). Segundo o delegado Antonio Alberto Passos Melo, responsável pelo caso, ele tem 42 anos e teria confessado aos policiais que abusou da filha.

A conselheira tutelar da cidade, Lindidalva Batista Santana, disse que recebeu uma denúncia sobre o abuso do pai contra a filha em novembro do ano passado. "Não tomamos providências naquela época por falta de condições de trabalho. Imagino que a gravidez, pela idade do feto identificada na ultrassonografia, tenha ocorrido na mesma época da denúncia".

Uma nova denúncia, desta vez já citando a gravidez da menina, foi feita para o Conselho Tutelar. "Um policial militar e um agente da Polícia Civil me acompanharam até a casa da família e lá mesmo o pai confessou que vinha abusando sexualmente da filha", disse Lindidalva.

Morte da mãe

A conselheira informou que, em conversa com a menina de 13 anos, a vítima relatou que sofria abusos sexuais desde a morte de sua mãe, há cerca de um ano e meio. "Ela me contou que o pai esperava os dois irmãos dormirem e a procurava no quarto dela. A menina mostra uma tristeza muito grande no olhar", disse Lindidalva.

Segundo ela, a menina está apenas na 3ª série do ensino fundamental e os dois irmãos têm deficiência intelectual. A conselheira disse ainda que o município não tem abrigos e nem creche para receber a menina de maneira provisória. "Falta estrutura para darmos o atendimento adequado para esta menina aqui na cidade", afirmou a conselheira tutelar.

Fonte: G1


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