Costa do Alasca está derretendo no mar, diz estudo


17.03.2009 - Um novo estudo afirma que parte da costa do Alasca está se perdendo no oceano com velocidade duas vezes maior que no passado, transformando a orla do Ártico. A tendência poderia ameaçar seriamente as renas e outros animais selvagens da área, bem como marcos locais que documentam povoações humanas.

Algumas faixas da costa norte do Estado, ao longo do mar de Beaufort, recuaram mais de 25 metros apenas no verão de 2007, quando o oceano Ártico estava em uma baixa recorde.

No passado, picos de erosão estiveram freqüentemente ligados a tempestades, mas não houve grandes tempestades em 2007, o que sugere "uma mudança nas forças condutoras da erosão", diz o autor Benjamin Jones, geógrafo pesquisador do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Uma das principais forças agora é o aquecimento global, segundo a pesquisa.

O estudo dos 64 quilômetros de faixas litorâneas foi publicado na publicação especializada Geophysical Research Letters.

Para o Oceano
As temperaturas mais altas do ar e do oceano estão derretendo o gelo do permafrost, a camada de terra congelada da região. A água derretida corre pela terra e derrete mais camadas de terra congelada, carregando sedimento para o mar no caminho.

Entre 2002 e 2007, o gelo derretido causou o desaparecimento da costa a uma velocidade de cerca de 14 metros por ano. Essa taxa subiu de uma média anual de 9 metros entre 1979 e 2002, e 6 metros entre 1955 e 1979.

Ruínas da cidade-fantasma de Esook, um posto comercial centenário, foram enterradas pela água como resultado da erosão, disse Jones. E perto da cidade de Lonely, Jones tirou uma fotografia de um navio pesqueiro que, alguns meses atrás, fora engolido pelo mar após cerca de um século na orla.

A erosão também ameaça os poços de petróleo. Pelo menos um deles já foi perdido desde 2002, e outro desaparecerá em breve, se o derretimento continuar nessa velocidade.

Especialmente vulnerável
Larry Hinzman, diretor do Centro de Pesquisa Internacional do Ártico, em Fairbanks, Alasca, disse que o permafrost nessa região tem uma quantidade considerável de gelo, o que é uma das razões pelas quais está derretendo tão rápido.

"Se fosse um tipo de solo diferente, haveria menos gelo, e não sofreria erosão tão rapidamente", disse Hinzman, que não participou da pesquisa.

Hinzman disse que as descobertas "não seriam representativas de todo o Ártico, mas existem muitos lugares no Ártico onde o permafrost contém quantidades de gelo similares. Não é uma paisagem incomum no Alasca, Canadá ou Sibéria, mas seria incomum na Groelândia, Islândia e Svalbard (arquipélago norueguês)", disse.

Os pesquisadores pedem mais estudos sobre os padrões de erosão, para que possam ser criados planos de preservação, e novos desenvolvimentos possam evitar um fim precoce.

"Erosão é um processo natural, e é provável que esse litoral venha sofrendo erosão já durante algum tempo", disse Jones. É a velocidade na qual ela está ocorrendo que preocupa os pesquisadores.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Presidente das Maldivas junta dinheiro para migração. país deve ser engolido pelo mar

15.03.2009 - As pequenas Ilhas das Maldivas são tão frágeis quanto belas. A maioria é menor do que um campo de futebol e formada por bancos de areia, que as ondas fazem mudar de forma ao longo dos anos.

No país, aquecimento global não é uma ameaça - é uma sentença de morte por afogamento. São mil e duzentas ilhas com a altitude máxima de 1,20 m em média. Em todo o arquipélago não há um ponto de terra sequer acima de 2,5 m. Por isso, quando os oceanos começarem a subir por causa do aquecimento global, as Maldivas devem ser a primeira nação a desaparecer sob as águas.

"Não estou falando de tanto tempo, apenas 20 anos. Tudo mudou muito rápido. É muito difícil para nós, porque nós sempre tiramos tudo do mar. Nossa vida sempre veio do mar. Pensar que o mar vai nos engolir é muito, muito triste", diz o jovem presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed.

Com apenas 3 mil carros e nenhuma grande indústria, as Maldivas quase não emitem gases que provocam o efeito estufa. Na capital, Malé, vivem 100 mil pessoas, um terço da população do país. Ela foi cercada por um muro que pode proteger contra as tempestades, cada vez mais fortes. Mas não será suficiente para conter as águas. Na previsão mais otimista dos cientistas da ONU, em 100 anos 75% das ilhas terão desaparecido. Na mais pessimista, nada vai sobrar do arquipélago.

Por isso, o presidente criou um fundo, uma espécie de poupança nacional, para comprar terras e mudar o país inteiro quando seu povo for expulso do paraíso.

"Mesmo que nós consigamos acabar com as emissões agora, não dá mais para reverter a situação. Sabemos que o pior pode chegar daqui a mais de 100 anos. Mas as previsões falam em dois bilhões de refugiados do clima no planeta. Quem vai estar aqui será outro presidente, mas será o destino dos meus netos. E quero evitar que meus netos fiquem abrigados em tendas como refugiados do clima", afirma o presidente.

A história das Maldivas tem 4 mil anos. Vivem da pesca, principalmente do atum. Os pescadores pouco falam da ameaça do clima. Mas reclamam que mal reconhecem o calendário tradicional baseado no clima. As chuvas aparecem fora de época, as tempestades são mais fortes. As marés parecem não ser mais controladas pela lua.

Ao todo, 50 mil pessoas estão se mudando para lá. Mas construir ilhas altas para toda a população seria mais caro do que comprar terras no exterior.

Índia, Sri Lanka e Austrália seriam as opções mais fáceis. Mas os governos ainda nem foram sondados para saber se aceitariam um país dentro do seu país. E depois, sem as ilhas, onde os pescadores vão pescar? De onde virá a renda, hoje baseada no turismo de luxo?

A barreira de corais fica tão perto da praia que não é preciso nem de barco pra mergulhar. Dá pra ir andando. A cem metros da praia, a barreira. Logo vemos uma grande estrutura de metal, em forma de uma flor de lótus, na qual várias espécies de coral florescem. O biólogo Robert Tomasetti mostra como em apenas cinco anos uma rocha calcária se formou ao redor do metal. Ele também ensina os nativos a plantar corais.

"Mesmo que as ilhas desapareçam, os arrecifes de corais vão continuar aqui. E ao longo dos séculos vão reconstruir as ilhas. Mas se os corais morrerem, o mar vai cobrir as Maldivas e elas vão sumir. Elas são intimamente ligadas aos arrecifes. Sem eles, as ilhas não existem", garante o biólogo.

Fonte: G1

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Haverá consternação dos povos pelo bramido do mar e das ondas, mirrando-se os homens de susto na expectativa do que virá sobre o mundo, porque as forças dos céus se abalarão”. (Lucas, 21,25)


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