13.03.2009 - “A situação continua tensa e o conflito político corre o perigo de se degenerar em um conflito religioso. Na noite de quarta-feira, alguns desconhecidos tentaram atear fogo na residência do arcebispo de Antananarivo, Dom Odon Marie Arsène Razanakolona. A intervenção das forças de ordem evitou o pior”. Este é o dramático quadro referido pela Rádio Don Bosco em Madagascar. De fato, o país há mais de um mês vive uma grave crise política e dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a demissão do Presidente Marc Ravalomanana.
As manifestações, que provocaram dezenas de mortos, tiveram início durante as greves convocadas para protestar contra a decisão do governo de fechar uma emissora de televisão privada, pertencente ao líder da oposição e prefeito da capital, Andry Rajoelina. As autoridades tinham decidido fechar a TV no último mês de dezembro, após a transmissão de um programa do qual participou o presidente que vive no exílio, Didier Ratsiraka.
O governo tinha, de fato, julgado o episódio como “uma instigação à desordem civil”. “Enquanto no plano político não se realizou o esperado encontro entre Ravalomanana e Rajoelina, evidenciando que são os militares os possuidores de voz, cada vez mais importante”, o novo Chefe do Estado Maior, general André Andriarijaona, foi colocado no poder pelos próprios militares e não pelo Presidente, como previsto na lei”.
Entretanto, se prevê um conflito também dentro das forças armadas e a maior partes das unidades militares está do lado dos soldados da caserna CAPSAT (Corps d'Administration des Personnels et Services de l'Armée de Terre), há dias em revolta porque se negam a disparar contra os civis inermes. Também a gendarmaria está do lado deles, enquanto o presidente Ravalomanana se encontra cada vez mais isolado, ao ponto dos militares terem seqüestrado o avião presidencial. (SP)
Fonte: Rádio Vaticano