Obama libera verba pública em pesquisas com células-tronco


09.03.2009 - O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira o fim de várias restrições para pesquisas com células-tronco feitas com verbas federais. "Milagres médicos nao acontecem simplesmente por acidente", diisse ele ao fazer o anúncio que representa uma grande mudança na política americana.

O ex-presidente George W Bush tinha bloqueado o uso de qualquer verba federal para pesquisas com linhagens de células-tronco criadas depois de 9 de agosto de 2001.

Analistas afirmam que a decisão de Obama também pode levar o Congresso americano a suspender uma outra proibição, a de gastar o dinheiro de impostos para criar embriões.

A proibição, conhecida como Emenda Dickey-Wicker, existe desde 1996 e é renovada todo ano pelo Congresso.

Células-tronco são células com a capacidade de se transformarem em outro tipo de célula humana, células de ossos, músculos ou nervosas, por exemplo.

Um embrião pode fornecer um estoque sem limites destas células. Mas o uso de células-tronco de embriões humanos em pesquisas é um assunto polêmico e alguns ativistas acreditam que isto não seria ético.

Cientistas afirmam que estas pesquisas podem levar a grandes avanços médicos, mas muitos grupos religiosos são contra.

A prática de criar embriões é rotineira em clínicas particulares, mas a proibição vigente nos Estados Unidos coloca obstáculos para pesquisas federais até mesmo antes das restrições impostas por Bush, o que obrigou os cientistas a usar embriões que sobraram de tratamentos de fertilização.

A proibição do uso de verbas federais significava que cientistas eram obrigados a separar qualquer pesquisa de células-tronco com verbas particulares de suas atividades financiadas pelo governo.

Correspondentes afirmam que a mudança é parte de um compromisso de Barack Obama, de deixar claro que seu governo quer que a pesquisa científica fique livre de interferências políticas.

Obama deixou claro durante sua campanha presidencial que, se eleito, iria reverter a decisão do governo Bush, que vetou duas vezes as tentativas do Congresso de suspender a proibição.

"Acredito que as restrições impostas pelo presidente Bush para o financiamento de pesquisas com células tronco de embriões humanos algemaram nossos cientistas e prejudicaram nossa capacidade de competir com outros países", disse Obama durante a campanha.

O presidente George W. Bush e outros conservadores argumentavam que os embriões são vivos, humanos, e por isso não deveriam ser destruídos.

De acordo com o correspondente da BBC em Washington Kevin Connolly, assim como Bush, Obama tem crenças cristãs profundas, mas prefere definir a questão nos termos de restaurar a integridade científica ao governo.

Em uma entrevista à BBC em janeiro, Robert Evans, pastor e estudioso de bioética, afirmou que será contra qualquer medida que permite o uso de verbas federais para novas linhagens de células-tronco.

"O que (a medida) indica é que foi negado ao embrião humano o direito à vida", disse.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Bispos americanos expressam preocupação com apoio de Obama ao aborto

23.01.2009 - Cidade do Vaticano - Os bispos dos Estados Unidos estão "preocupados" com o apoio do novo presidente, Barack Obama, ao direito ao aborto, e pedem que não assine leis "mais radicais" que a atual sobre a questão, afirmou hoje o prelado de Orlando, Thomas Gerard Wenski, em declarações à "Rádio Vaticano".

"Os bispos e outras pessoas dos EUA estão muito preocupados com o decisivo apoio de Obama ao direito ao aborto", afirmou.

"Algumas de suas promessas eleitorais causaram preocupação, perante o temor de que algumas das limitações ao aborto existentes sejam canceladas por um Congresso que seja majoritariamente favorável a esse direito de escolha e por um presidente favorável ao aborto", disse o prelado.

Wenski afirmou que os bispos americanos estão tentando convencer os cidadãos para que falem com os representantes do Congresso e se oponham a qualquer iniciativa que busque ampliar o direito ao aborto.

O bispo acrescentou que, nos Estados Unidos, as normas que regem o aborto são bem mais liberais que as existentes na Europa, e ressaltou que, após uma sentença de 1973, "é possível que uma mulher possa abortar até minutos antes do nascimento natural da criança".

O bispo de Orlando insistiu em sua preocupação com o fato de que "ideólogos pró-abortistas" possam prevalecer no Congresso americano e apresentar a Obama uma proposta de lei "mais radical".

"Desejamos que isso não aconteça, mas, se for assim, esperamos poder convencê-lo a não assiná-la", ressaltou o bispo.

Fonte: UOL notícias
 


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