Permitir que a Palavra seja viva, eficaz e criadora na nossa vida, pede cardeal


02.03.2009 - D. José Policarpo proferiu catequese do 1º Domingo da Quaresma

LISBOA.- O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, pediu que os fiéis exercitem nesta Quaresma «permitir que a Palavra seja viva, eficaz e criadora» em suas vidas.

Na catequese do 1º Domingo da Quaresma, nesse domingo, na Sé Patriarcal, o patriarca destacou que a fé não pode ser «sem obras», pois a Palavra precisa «realizar o seu fruto».

«Teremos de nos perguntar porque é que a Palavra de Deus, que tão abundantemente escutamos, não é eficaz, produzindo em nós, na Igreja a que pertencemos, a mensagem que anuncia.»

«Porque é que a Palavra não nos mobiliza para um ideal de humanidade, carregado de grandeza ética, que além de ser fermento para toda a sociedade, seria o nosso caminho de santidade», questionou.

Segundo D. José Policarpo, «uma das características desta Palavra, que está na origem da criação e intervém na história, é a sua eficácia. Ela realiza o que anuncia».

«O único obstáculo que pode encontrar é a liberdade do homem que recusa a Palavra e escolhe outros caminhos. E então a própria Palavra põe a nu o pecado como recusa da liberdade humana.»

O patriarca de Lisboa convidou a «permitir que a Palavra seja viva, eficaz e criadora na nossa vida, eis o segredo do crescimento e da fidelidade da Igreja. Isso define a fé com que se escuta e acolhe a Palavra».

«Não pode ser uma fé que seja só aceitação teórica, tem de ser abertura humilde e confiante à força da Palavra que nos transformará o coração e mudará as nossas vidas.»

Segundo D. José Policarpo, «uma fé que aceita a Palavra, mas que não dá origem à concretização, nas nossas atitudes, dos frutos de vida e de redenção que a Palavra anuncia, não é a fé que nos salva».

A eficácia da Palavra «sugere atitudes, exige mudança e generosidade. Acolher a Palavra é aceitar a sua exigência e empenhar a nossa vontade na realização das ações que ela sugere».

«Não há fé viva sem fidelidade, e esta não consiste em pensar sempre da mesma maneira, aceitando o ensinamento da Palavra de Deus; a fidelidade situa-se no campo da caridade, da luta pela justiça, pela vida, pela verdade. Na fidelidade, a fé torna-se ação, é força de transformação do mundo.»

É por isso que nas obras da fé –prossegue o cardeal Policarpo–, «naquela fé que deixa a Palavra realizar o seu fruto, nós podemos escutar o Senhor, sentir o Seu Espírito em acção no mundo».

«É a força eloquente do testemunho. Contemplando os frutos da Palavra, nós podemos chegar até ela, encontrando o Senhor da Palavra, ou melhor, o Senhor que é Palavra», afirma.

Fonte: www.zenit.org


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