20.02.2009 - O secretário do Pontifício Conselho para os Migrantes, Agostino Marchetto, criticou nesta sexta-feira a criminalização da imigração ilegal e as medidas adotadas recentemente pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, para coibir a chegada de cidadãos ao país de maneira clandestina. As informações são da agência Ansa.
Em entrevista à ANSA, o religioso disse que "criminalizar as migrações irregulares e tratá-las como crimes comuns significa não reconhecer o direito a emigrar". Marchetto também manifestou preocupação com as recentes medidas de segurança implementadas pelo governo italiano.
O secretário do Pontifício Conselho para os Migrantes atacou também o decreto-lei aprovado nesta sexta-feira pelo Conselho de Ministros da Itália que aumenta de dois para seis meses o tempo máximo em que um imigrante ilegal pode permanecer detido nos Centros de Identificação e Expulsão do país (CIE).
Marchetto reconheceu que, embora caiba ao Estado "a regulamentação dos fluxos migratórios", "é preciso distinguir os migrantes por motivos econômicos e os que pedem asilo".
O religioso explicou também que a maior parte dos imigrantes não chega à Itália "somente em busca de uma vida melhor, mas para fugir da fome e da perseguição".
Outra medida do governo italiano criticada pelo representante do Vaticano é a permissão dada a médicos para que denunciem pacientes que sejam imigrantes ilegais. "Se forem tomados pelo medo, os imigrantes perderão a confiança e, não conhecendo os próprios direitos, poderiam preferir não se tratar, ou favorecer a criação estruturas ilegais", disse.
Redação Terra