20.02.2009 - Ficou famoso por ser padre e votar “Sim” à interrupção voluntária da gravidez. Manuel Augusto da Costa Pinto, de 80 anos (pediu dispensa da actividade pastoral, aos 75), a viver em Viseu, é um dos maiores críticos à actuação da Igreja Católica. Dois anos depois do “Sim”, resolveu publicar uma carta aberta “aos irmãos bispos, sacerdotes, diáconos e demais fiéis”, onde justifica a sua opção. Numa conversa franca e sem meias palavras, fala do casamento, da mulher, das suas relações amorosas, do divórcio e do casamento homossexual, quase sempre em contradição com a Igreja, seguindo o evangelho. Natural de Cetos de Montemuro, concelho de Castro Daire, guardou cabras e ovelhas até aos 14 anos. Ordenou-se padre aos 37 anos, depois de 12 anos de vida laica. Consumidor da internet, tem também a paixão da escrita. Está a escrever cinco livros ao mesmo tempo – “um deles de poesia”. A “Carta Aberta” está nas livrarias desde segunda-feira.
Considera-se polémico ou gosta de ser polémico?
Eu gosto de ser polémico, porque a polémica é um caminho para a verdade, mas não sei se me considero polémico.
Tem a noção de que está a gerar polémica ao publicar uma “Carta Aberta”, dirigida à Igreja Católica acerca do voto “Sim” ao aborto?
Não pretendi levantar agora a polémica, ela existiu então e continuará a existir.
Porque está ainda mais convicto do “Sim” à interrupção voluntária da gravidez?
A polémica fez-me reflectir e eu questionei-me: se tanta gente se escandalizou, quem sabe se estou enganado? Mas, cheguei ao fim do caminho e pensei: afinal tenho razão. Não posso ir contra o evangelho.
Contra o seu evangelho?
Não, o evangelho é de todos, simplesmente não o lêem. Se lerem o evangelho, é tudo claro. Jesus perdoou uma mulher que, por lei, estava condenada à morte e Jesus mandou-a em paz. Eu cito as três mulheres do evangelho, que não têm nome próprio: a mulher adúltera, do evangelho de João, a pecadora, do evangelho de Mateus, e a samaritana, do evangelho de Lucas. Essas três mulheres fazem o evangelho do perdão da mulher que, porventura é obrigada a cometer o aborto. Eu não defendo o aborto, o aborto está proibido, mas, às vezes, é inadiável. Nós, ou vamos ao evangelho, ou arruinamos a Igreja. Nós não temos a Igreja de Cristo, temos a Igreja imperial.
Mas continua a servi-la?
Eu sirvo-a porque, por baixo está a Igreja Cristã, mas está com essa casca toda que se acumulou com o Império Romano. Porque é que o Papa manda em toda a Igreja? Porque o imperador mandava em toda a Igreja.
Os homens que servem a Igreja, servem-na mal?
É isso mesmo.
Levanta a sua voz, no sentido de mudar alguma coisa?
Sim. Acredito que, a longo prazo, pode mudar alguma coisa. Mas, se a Igreja não se modificar, vai acabar numa pobre seita religiosa, não sou só eu que o digo, está no livro “Os Corredores do Vaticano”, muito bem feito.
Espera respostas depois da publicação da “Carta Aberta”?
Não sei como as pessoas vão reagir ou se vão reagir. Eu cito alguns nomes concretos, porque entendi que devia citá-los. A atitude deles é uma atitude que não me magoa pessoalmente, mas magoa-me como cristão. Eu trabalhava para eles e, depois não me chamaram nunca mais, nem me disseram nem mais uma palavra.
Na altura em que defendeu o “Sim” no referendo disse estar arrependido de ter revelado essa sua intenção durante uma missa em Lordosa.
Teria preferido não o dizer daquela maneira, era o domingo da misericórdia e vinha a propósito o perdão. A população ficou zangada.
Fonte: Jornal do Centro
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Católicos e abortistas?
O Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, encarregado de um dos apostolados pró-vida mais êxitos de Anápolis, precisa por sua parte que é impossível que os católicos apóiem o aborto.. Segundo Padre Lodi, quando os católicos se sentem confundidos pelas argumentações a favor do aborto, simplesmente devem recorrer a documentos eclesiais como a encíclica de João Paulo II, Evangelium Vitae, para constatar que os ensinamentos da Igreja vão na contra-mão da moral e o aborto sempre será algo mal por implicar a morte deliberada de um ser humano inocente.
Visite Pró-vida de Anápolis, em defesa da vida
http://www.providaanapolis.org.br/
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Bispos italianos rechaçam energicamente eutanásia e aborto; e alentam defesa da vida
15.10.2008 - ROMA .- A Conferência Episcopal Italiana (CEI) emitiu uma mensagem pela próxima Jornada pela Vida que se celebrará em 1 de fevereiro de 2009 no que rechaçam a eutanásia e o aborto; e no que alentam e exortam aos fiéis a defender a vida da concepção até a morte natural.
Na mensagem dada a conhecer por L'Osservatore Romano titulada "A força da vida no sofrimento", os prelados reiteram sua firme oposição a qualquer forma de legitimar a eutanásia como a do chamado "testamento biológico" e lembram "com serenidade mas também claramente" que este tipo de proposta "trata-se de uma resposta falsa".
"A vida humana é um bem inviolável e indispensável e nunca pode ser legitimado ou favorecido o abandono da padre", indicam e assinalam além que "o caminho por percorrer é o da investigação para multiplicar os esforços por combater e vencer as patologias, inclusive as mais difíceis, e não abandonar nunca a esperança".
Depois de animar a viver a virtude da fortaleza ante o sofrimento, os bispos italianos expressam sua vizinhança com quem acompanha aos doentes terminais e aos anciões que por distintas circunstâncias vivem seus últimos dias em perigo de ser submetidos à eutanásia.
Quanto ao aborto, os prelados explicam que este infanticídio não é "uma resposta aos sofrimentos das mulheres". "O aborto gera um maior sofrimento, que não só destrói à criatura que custodiam no ventre, mas também provoca nelas um trauma, destinado a causar uma ferida perene. Em realidade, à dor não se responde com outra dor: inclusive neste caso existem soluções positivas e abertas à vida, como demonstra a larga e generosa experiência promovida pelas associações católicas", precisam.
Fonte: ACI
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Médicos católicos europeus alentam defesa da vida desde concepção até morte natural
29.09.2008 - A Federação Européia de Associações Médicas Católicas, ao finalizar seu 11º Congresso, emitiu um comunicado no que expressou seu firme compromisso pela defesa da vida ante as ameaças atuais do aborto, a eutanásia, a manipulação genética, a criação de embriões híbridos; entre outras ameaças atuais.
Ao iniciar suas conclusões no comunicado emitido ao finalizar este evento, os médicos assinalam que as "normas éticas e princípios precedem às leis promulgadas e deveria influir em seu conteúdo de conformidade com a lei natural e o ensino da Igreja".
Seguidamente indicam "que a toma de decisões sobre o tratamento médico dos pacientes que depositam em nós sua grande confiança, deve guiar-se sobre tudo por nossa consciência. A moral avaliação da prática médica não deve apoiar-se em opiniões superficiais ou tendências de moda, mas deve apoiar-se na sensibilidade de uma consciência formada de acordo ao objetivo das normas éticas comuns a todas as pessoas e que constantemente é defendido pela Igreja".
"Com o fim de garantir a liberdade do exercício da profissão, devemos defender o direito à objeção de consciência", precisam.
Depois de ressaltar a qualidade moral irrepreensível que deve ter um médico, os médicos indicam que "a fonte e a base de todas as normas éticas é a inalienável dignidade da pessoa humana em todo o transcurso de sua vida: da concepção até a morte natural".
Ao referir-se logo à eutanásia, os médicos explicaram que rechaçando-a, "apoiamos o desenvolvimento da medicina paliativa" e não admitindo o aborto "procuramos assegurar o correto cuidado de todo tipo de atenção para a família e a criança doente, seja antes como depois do nascimento".
Seguidamente indicaram que escolhem "o tratamento das causas subjacentes da infertilidade e não pelas sucessivas técnicas de reprodução artificial" e apóiam "o desenvolvimento da investigação dentro da utilização de células tronco tiradas dos adultos e do sangue do cordão umbilical, rechaçando a utilização de embriões humanos para este propósito".
Depois de expressar seu compromisso para realizar trabalho de ajuda aos mais necessitados, os médicos europeus precisaram que "a medicina deve ser praticada em condições dignas, que se devem tanto aos pacientes como aos médicos, e estamos constantemente afirmando que em nossas atividades o bem dos pacientes têm prioridade sobre outras obrigações".
Fonte: ACI