Teólogo pede renúncia do papa após reabilitação de bispo que negou Holocausto


31.01.2009 - O teólogo heterodoxo suíço Hans Küng pediu a renúncia do papa Bento 16 após o escândalo gerado pela reabilitação à Igreja Católica do bispo Richard Williamson, que nega o Holocausto e recentemente teve sua excomunhão suspensa.

Para Küng, a reabilitação de Williamson é apenas um equívoco a mais na série de erros com os quais Bento 16 vem pondo novos obstáculos no diálogo que as Igrejas cristãs travam entrem si e com outras religiões.

"Primeiro, ele questionou se os protestantes formam uma Igreja. Depois, em seu infeliz discurso de Regensburg, chamou os muçulmanos de desumanos. E agora ofende os judeus permitindo o retorno à Igreja de um negador do Holocausto", disse Küng em declarações ao jornal "Frankfurter Rundschau".

"É hora de substituí-lo", acrescentou Küng, que foi companheiro do papa quando ambos eram professores de teologia católica na Universidade de Tübingen.

O Vaticano proibiu Küng de ensinar a teologia católica em 1980, depois que ele questionou o dogma da infalibilidade papal.

Desde então, teólogo heterodoxo suíço, que permaneceu dentro da Igreja Católica, mas sem poder atuar como padre, se dedica ao diálogo entre as religiões.

Já Williamson e outros três bispos seguidores do cismático ultraconservador Marcel Lefebvre foram reabilitados pelo papa há uma semana.

Fonte: Folha

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Lembrando...

Bispo que negou Holocausto pede perdão ao papa por sua imprudência.

O bispo tradicionalista Richard Williamson, que negou a existência das câmaras de gás durante o Holocausto, lamentou nesta sexta-feira os "sofrimentos" que causou ao papa Bento 16 por suas "observações imprudentes", em carta publicada em seu site.

Monsenhor Williamson endereçou a carta ao cardeal Dario Castrillon Hoyos, o prelado encarregado das negociações com os católicos da Fraternidade São Pio 10.

Lembra, sem citá-las, suas "observações imprudentes" feitas à televisão sueca e expressa ao cardeal Castrillon Hoyos "sinceros arrependimentos por ter causado ao senhor mesmo e ao Santo Padre tantos sofrimentos e penas inúteis".

A televisão sueca divulgou as declarações negacionistas de Richard Williamson no dia 22 de janeiro, dois dias antes do anúncio, pelo Vaticano, do levantamento, por Bento 16 da excomunhão de quatro bispos da Fraternidade, incluindo ele próprio, Williamson.

O bispo afirmou na ocasião que "não existiram as câmaras de gás na Alemanha nazista" e que só morreram "200 mil a 300 mil judeus" e não os seis milhões que se calcula.

As declarações do bispo ultraconservador Richard Williamson sobre o holocausto nazista, "perturbaram o papa e a Igreja Católica", admitiu na quarta-feira o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.

O assunto levantou uma onda de indignação entre associações judaicas e católicas.

Logo em seguida, o Papa Bento 16 condenou com firmeza o negacionismo.

Fonte: Folha


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