27.01.2009 - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, declarou estado de emergência agropecuária devido à seca que afeta o país, a pior dos últimos 70 anos.
O anúncio já era esperado, pois o governo estava sendo pressionado pelo setor agropecuário do país.
De acordo com o anúncio do governo anunciada na segunda-feira, foi prorrogado em um ano o prazo para pagamento de impostos para os produtores afetados pela seca.
"Todos os argentinos fazem um grande esforço, porque não há nenhum outro setor da atividade econômica que tenha estes benefícios", disse a presidente em uma entrevista coletiva em Buenos Aires.
"Os empresários da construção, os hoteleiros, os donos de restaurantes (...), ninguém deixa de pagar os impostos se os negócios vão mal."
A medida do governo visa beneficiar os produtores "que realmente tenham sido afetados" e que poderão adiar o pagamento de imposto de renda e o imposto de bens pessoais.
Pedimos a todos uma grande dose de patriotismo. O governo obviamente deixa de receber recursos e todo o resto dos setores continua pagando como faziam até agora. Isto exige uma grande responsabilidade", acrescentou Kirchner.
A seca na Argentina provocou a morte de pelo menos 800 mil cabeças de gado.
Depois de semanas sem chuvas, o impacto econômico deverá ser dramático para a economia argentina. Segundo estimativas podem ser sido perdidas entre 15 e 20 milhões de toneladas de grãos.
Na província de Entre Ríos, no nordeste do país, 90% do milho semeado foi perdido devido à seca. Na província de Chaco as estimativas são de que a safra deste ano deve render 50% a menos do que a de 2007/2008.
Nas províncias de Córdoba e La Pampa, no centro do país, existe outra conseqüência da falta de água: uma praga de tucura, uma espécie de gafanhoto que afeta lavouras e que se prolifera em condições de seca muito forte.
A falta de chuva também pode prejudicar o principal cultivo do país, a soja, que também é um dos principais produtos de exportação da Argentina. Fontes não governamentais estimam que os prejuízos representariam pelo menos US$ 4 bilhões.
Mas, segundo as Confederações Rurais Argentinas, a situação é pior. Segundo seus cálculos, os prejuízos poderiam ser quase o dobro, de pelo menos US$ 7,8 bilhões.
Fonte: G1
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Lembrando...
ONU prevê seca e falta de água para mais de 1 bilhão
06.04.2007 - Depois de uma semana de reuniões em Bruxelas, os mais de 400 cientistas que participaram da segunda parte de um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) concluíram que mais de 1 bilhão de pessoas poderão sofrer com a falta de água em um futuro próximo e que as populações mais pobres do mundo serão as mais afetadas pelo aquecimento global.
A principal causa será o derretimento precoce da camada de gelo de grandes cadeias de montanhas, como o Himalaia e os Andes, causado pelo aumento da temperatura na Terra.
Elas funcionam como reservatórios, acumulando água em forma de gelo durante o inverno para liberá-la gradualmente com o derretimento no verão - um processo natural fadado a terminar, pois, segundo os cientistas, o derretimento já começou.
De acordo com eles, até o final do século, 75% do gelo dos Alpes poderão ter desaparecido. Com a aceleração também do derretimento do gelo polar, as regiões costeiras e baixas serão inundadas, obrigando comunidades inteiras a se deslocar.
Biodiversidade
O relatório também prevê que, se a temperatura global subir mais de 1,5º C em relação aos índices de 1990, os ecossistemas regionais mudarão a ponto de levar à extinção de cerca de um terço das espécies de animais e plantas do planeta.
O rendimento dos cultivos agrícolas e da pecuária também será afetado, principalmente na América do Sul, África e Ásia. Isso aumentaria a fome e a ocorrência de doenças nas regiões mais pobres do mundo.
Por outro lado, um aumento limitado a 1º C na temperatura global beneficiaria a agricultura da Nova Zelândia, Rússia e América do Norte.
Segundo os cientistas, o aquecimento global já está mudando o cenário mundial e as sociedades deverão enfrentar grandes dificuldades para se adaptar aos impactos da mudança climática, afirma um relatório da ONU divulgado nesta sexta-feira em Bruxelas.
Tomar medidas para a adaptação das sociedades - como sistemas de proteção contra doenças, cheias ou secas, até então consideradas eficientes - já "não serão suficiente para fazer frente a todos os impactos esperados do aquecimento global", alerta o documento.
Relatório
A segunda parte do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) analisa as implicações do aumento de temperatura da Terra em diversas áreas, como economia, ecossistema e saúde humana.
O documento é resultado de uma semana de debates entre 400 especialistas sobre 28 mil dados científicos copilados sobre todo o planeta.
O documento está sendo lançado em quatro partes ao longo deste ano. Na primeira parte, divulgada em fevereiro em Paris, os cientistas projetaram um aumento de até 4º C na temperatura da Terra até o fim deste século e culparam o homem pelo aquecimento global.
Em maio, na Tailândia, o IPCC divulgará a terceira parte, que abordará as formas de impedir o aumento da concentração de gases nocivos ao ambiente.
Fonte: Terra notícias