Rebeldes ugandenses ateiam fogo a Igreja e matam centenas de civis no Congo


21.01.2009 - Nairóbi – Numerosos civis morreram dentro de uma igreja incendiada no nordeste da República Democrática do Congo, pelo grupo rebelde autodenominado Exército de Resistência do Senhor (ERS), chefiado por Joseph Kony. Foi o que informou nesta segunda-feira, a emissora de rádio "Okapi".

Os rebeldes atearam fogo à igreja, situada na localidade de Dungu, no último sábado, enquanto os fiéis rezavam. Não se sabe o exato número de pessoas que se encontravam no interior da igreja, no momento da tragédia, disse a emissora patrocinada pela missão da ONU na RDC, a MONUC.

Dungu é um dos locais onde os insurgentes do Exército de Libertação do Senhor estabeleceram uma de suas tantas bases de retaguarda, no território da República Democrática do Congo. As milícias ugandenses combateram, durante todo o fim de semana, ao lado das forças da RDC, contra os rebeldes, nas localidades de Tora e Libombi, a 130 km de Dungu.

Segundo fontes locais, os insurgentes ugandenses incendiaram várias casa em Tora, onde se registraram cinco mortos e seis feridos, enquanto mais de cem pessoas abandonaram suas casas, por medo que os ataques de repitam.

A organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch, diz, num informe divulgado no último sábado, que 620 pessoas foram assassinadas pelos rebeldes do ERS, de 24 de dezembro último a 13 de janeiro.

O ERS pretende derrocar o governo de Kampala e instalar, em Uganda, um sistema de governo baseado nos Dez Mandamentos bíblicos. Para tanto, desrespeita continuamente o quinto mandamento, que ordena "Não matar". De fato, sob as ordens de Joseph Kony, os rebeldes torturam sistematicamente e matam milhares de civis no norte do país.

Considerado como um dos grupos rebeldes mais sanguinários do mundo, o ERS é conhecido por sequestrar crianças: os meninos são forçados a lutar em suas fileiras; e as meninas se tornam escravas sexuais, desde a mais tenra idade.

Joseph Kony tem 33 processos pendentes contra si, perante o Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra e contra a humanidade. (AF)

Fonte: Rádio Vaticano

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Lembrando...

Porta-voz vaticano denuncia massacre dos pobres no Congo

17.11.2008 - Um dos conflitos mais sangrentos do planeta

CIDADE DO VATICANO - O porta-voz da Santa Sé denunciou «o massacre dos pobres» que acontece em Kivu Norte, República Democrática do Congo, perante a indiferença de boa parte da opinião pública.

O Pe. Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé, dedicou a um dos conflitos mais sangrentos da atualidade o editorial do último número do jornal Octava Dies, produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, do qual também é diretor.

«As notícias que continuam chegando da região de Kivu Norte nos enchem cada dia de angústia», reconhece o porta-voz vaticano, recordando que em 9 de novembro o Papa já havia denunciado «destruições, saques e violência de todo tipo» contra civis inocentes.

Desde o final de agosto, os combates provocaram uma situação humanitária catastrófica com mais de 250 mil pessoas desabrigadas, a maioria sem poder ser assistidas pelas organizações humanitárias por causa da insegurança.

Os combates acontecem entre o exército da República e o insurgente Laurent Nkunda, antigo general que lançou um movimento rebelde que, segundo ele diz, busca proteger os tutsis das milícias hutus que fugiram para o Congo após o genocídio de Ruanda de 1994, que deixou mais de 500 mil mortos, em sua maioria tutsis.

Seus críticos asseguram que, na realidade, Nkunda busca controlar o poder na região e as riquezas minerais.

Em um informe divulgado no princípio deste ano em Kinshasa, a organização humanitária «International Rescue Committee» assinala que os conflitos e as crises humanitárias que a República Democrática do Congo sofreu desde 1998 deixaram já um saldo de 5,4 milhões de mortos e continuam causando uma média de 45 mil vítimas mortais cada mês.

«E como sempre, nos conflitos contemporâneos a maior parte das vítimas são civis inocentes, atropelados por interesses inconfessáveis, ódios antigos e paixões perversas», afirma o Pe. Lombardi.

«O Mal – acrescenta –, o grande inimigo que se encarniça contra as criaturas de Deus, funde a razão em uma escuridão impenetrável, leva a suas extremas conseqüências o desprezo pela vida e parece impor-se. São lentas e tímidas as reações perante este massacre dos pobres».

«Antes de tudo isto, os crentes têm de armar-se de um amor a toda prova, capaz de resistir à violência seguindo o exemplo do Senhor».

«Mas para reconstruir a paz é necessário voltar ao respeito da dignidade de toda vida humana, é necessário comprometer-se verdadeiramente muito mais pela educação e o desenvolvimento e construir um contexto internacional que impeça de alimentar os conflitos e faça construir a paz. Do contrário, a África continuará morrendo», conclui Pe. Lombardi.

Fonte: www.zenit.org


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