05.01.2009 - A organização Save the Children advertiu nesta segunda-feira (5) que milhares de crianças e bebês na Faixa de Gaza sofrem sério risco de hipotermia devido à falta de combustível, à necessidade de manter abertas as janelas dos edifícios para evitar o impacto dos vidros em caso e bombardeio e os efeitos de uma prolongada desnutrição.
Em comunicado divulgado em Londres, a ONG afirmou que "as baixas temperaturas e o corte do fornecimento de eletricidade em Gaza estão ameaçando as vidas de recém-nascidos, as vítimas mais vulneráveis que estão no meio do conflito entre Israel e Hamas".
A maioria das casas e hospitais em Gaza, onde as temperaturas à noite estão em torno de zero grau centígrado, não têm eletricidade nem calefação, afirmou a Save the Children, acrescentando que muitos menores correm risco de morrer de frio.
"As famílias são forçadas a deixar abertas as janelas de casa para evitar que os vidros quebrem com a força dos bombardeios, o que torna impossível manter quentes os lares", acrescentou a ONG, que trabalha na área fornecendo artigos de primeira necessidade a cerca de 6 mil crianças palestinas.
A Save the Children lembrou que os atuais bombardeios são o "ponto alto" de um longo bloqueio por parte de Israel, que não permitiu que os alimentos chegassem com normalidade ao território e fez com que 50 mil menores sofressem de desnutrição crônica.
A ONG divulga o testemunho de Shaul Dollberg, professor da Universidade de Tel Aviv e membro da organização Médicos pelos Direitos Humanos, que considera que "há um risco potencial para a sobrevivência das crianças que estão abaixo do peso médio, especialmente para os bebês de menos de seis meses".
O porta-voz da Save the Children em Jerusalém, Dominic Nutt, disse que o pessoal desta organização está arriscando a vida para continuar enviando alimentos a Gaza.
"As casas de dois membros de nosso pessoal foram seriamente danificadas pelos bombardeios. Ninguém está a salvo, mas simplesmente temos que fazer tudo o que está em nosso poder para proteger a crianças e bebês neste conflito", disse Nutt.
O porta-voz pediu aos países da União Europeia (UE) que façam chegar "mais comida e cobertores para garantir que as crianças não morram de fome e frio", e que garantam que "os civis possam se movimentar com liberdade e segurança para oferecer alimentos a suas famílias, quando estes puderem estar disponíveis".
Fonte: G1