11.12.2008 - O Papa Bento 16 classificou o sistema financeiro de egoísta e míope, nesta quinta-feira, e disse que o mercado não tem preocupação com o bem comum das pessoas, especialmente os pobres.
O papa fez a acusação em sua mensagem anual de paz, "Combatendo a pobreza para construir a paz," na qual ele também pediu "um código comum de ética" para o mundo globalizado, que diminuiria a distância entre os que têm e os que não têm.
Bento, que recentemente fez várias críticas severas às práticas dos bancos, disse que os aspectos negativos da globalização financeira estão óbvios para todos.
"Objetivamente, a função mais importante das finanças é sustentar a possibilidade de um investimento de longo prazo e, portanto, do desenvolvimento", escreveu o papa na mensagem direcionada para o Dia Mundial da Paz da Igreja Católica, celebrado em 1º de janeiro.
"Hoje isso parece extremamente frágil: estamos vivendo as repercussões negativas de um sistema de acordos financeiros - tanto nacionais quanto globais - baseados em um pensamento extremamente de curto prazo, que tem o objetivo de aumentar o valor das operações financeiras e se concentra na gestão técnica de várias formas de risco", disse.
"A recente crise demonstra como a atividade financeira pode, às vezes, voltar-se completamente para si mesmo, abandonando qualquer consideração a respeito do bem comum", acrescentou.
Uma mentalidade míope significa que o mercado financeiro reduziu seus objetivos a um ponto no qual sua capacidade de ser um estímulo para o crescimento a longo prazo e para a geração de empregos foi seriamente abalada, segundo o papa.
"O mercado limitado dessa forma, para o curto e o curtíssimo prazo, se torna perigoso para todos, mesmo para aqueles que se beneficiam quando o mercado está bem", afirmou.
Bento, cuja mensagem é tradicionalmente enviada a chefes de Estado, governos e organismos internacionais, tem criticado o sistema financeiro global desde o início da atual crise econômica internacional, mas essa foi a repreensão mais dura já feita por ele sobre o assunto.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Papa condena idolatria e diz que amor ao dinheiro é raiz de todos os males
13.09.2008 - O papa Bento XVI rezou uma missa hoje em Paris diante de mais de 260 mil pessoas na qual pediu que o mundo "fuja" dos ídolos, "que são um chamariz que aprisiona o homem ao reino das aparências e o afastam da felicidade, de seu verdadeiro objetivo, que é Deus".
O pontífice disse que a cobiça insaciável é idolatria, que o amor ao dinheiro é a "raiz de todos os males", e que o "afã de ter, de poder e inclusive de saber desviam o homem de Deus".
Bento XVI se despediu de Paris, primeira etapa de sua visita apostólica à França, com uma missa na Esplanada dos Inválidos, no centro da capital francesa, "invadida" desde a noite de sexta-feira por 60 mil jovens que participaram de uma vigília de preces.
Desde o começo da manhã, milhares de pessoas lotaram a Esplanada dos Inválidos e zonas adjacentes, chegando a 260 mil fiéis, segundo dados das autoridades locais.
Bento XVI percorreu o local a bordo do papamóvel, em meio a vivas, palmas, cantos e tremular de bandeiras.
Após ser recebido pelo cardeal arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, que chamou os jovens de "esperança do cristianismo", Bento XVI rezou uma missa cuja homilia dedicou à busca da felicidade de Deus e a condenar a idolatria.
"Devemos fugir da idolatria", afirmou, citando o apóstolo Paulo, e destacou que essa mensagem "continua sendo válida na sociedade atual".
"Por acaso nosso mundo contemporâneo não cria seus próprios ídolos? Não imita, talvez sem saber, os pagãos da antiguidade, desviando o homem de seu verdadeiro fim de viver para sempre com Deus", questionou o papa, que acrescentou que ídolo, além de imagem, também significa "espectro, fantasma e vã aparência".
"O ídolo é um chamariz, pois desvia o homem da realidade para ligá-lo ao reino da aparência. Mas não é esta uma tentação própria da nossa época?", perguntou Bento XVI, que acrescentou que a cobiça insaciável é uma idolatria, que por ela muitos se afastaram da fé e que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
O pontífice afirmou que a idolatria é uma "falta grave, um escândalo, uma peste", e que o dinheiro, o afã de ter, de poder e inclusive de saber desviam o homem de seu verdadeiro fim, que é Deus.
O papa voltou a ressaltar que a razão não está em contradição com a fé, mas advertiu de que o que "desencaminha" o homem dessa perspectiva é o culto aos ídolos, "e a própria razão pode fabricá-los".
Bento XVI também falou de como chegar a Deus, e, mais uma vez lançando mão do apóstolo Paulo, recomendou os fiéis a usarem "não somente a razão, mas sobretudo a fé para descobri-la".
O papa destacou a importância da eucaristia e disse que celebrá-la significa reconhecer que só Deus pode dar ao homem a felicidade plena, os valores eternos que nunca declinam. "Ele nos ensina a fugir dos ídolos, miragem do pensamento", declarou.
Em uma época como a atual, na qual avança a secularização e há falta de vocações religiosas, o papa pediu aos jovens, e também aos "não tão jovens", para se entregarem ao serviço de Cristo.
Bento XVI deu a comunhão seguindo o antigo ritual, ou seja, colocando-a na boca do fiel ajoelhado, uso que voltou a resgatar com o objetivo de aumentar "a devoção e o mistério", segundo revelou recentemente o mestre das Cerimônias Litúrgicas Pontifícias, Guido Marini.
Antes da missa, o papa visitou o Institut de France, instituição que compreende cinco academias, entre elas a de Ciências Morais e Políticas, da qual é membro desde 1992, quando era o cardeal Joseph Ratzinger e sucedeu o Prêmio Nobel da Paz de 1975, Andrei Sakharov.
Após a missa, o papa almoçou com os bispos de Paris e de Île de France.
Bento XVI partiu em direção ao santuário de Lourdes, após cumprir seus compromissos em Paris.
O avião do pontífice decolou do Aeroporto de Orly, no sul de Paris, com destino ao de Tarbes-Lourdes-Pyrénées.
Em Lourdes, onde permanecerá até segunda-feira, o papa participará das celebrações do 150º aniversário das aparições de Nossa Senhora.
Fonte: Terra notícias
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"Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza". (Mt 6,24)