25.11.2008 - A cidade de Blumenau (SC) amanheceu debaixo de muita lama. A chuva não deu trégua e a Defesa Civil registrava, às 8h05, a morte de 13 pessoas no município. Em todo o Estado, eram registrados 65 mortos e 49.799 desalojados e desabrigados.
O trabalho é intenso. No centro histórico de Blumenau a lama chega a quase meio metro de altura. Muitas árvores caíram sobre carros. Postes de eletricidade caíram sobre a calçada e a maior parte dos semáforos não funciona. Nos campos de futebol, a grama foi substituída pelo barro e o tradicional Clube Olímpico ficou praticamente destruído.
Muitas pessoas ainda estão desaparecidas. Antonio Orlei está a procura do filho de sua empregada. Ariel de Souza, 16 anos, não dá notícias desde a última semana. "Não temos nenhum tipo de informação desde sexta-feira. Foi a última vez que tivemos notícias dele", disse Souza.
Muitos catarinenses tentam desde o início da manhã enfrentar os estragos. A ordem é tentar retomar aos poucos a rotina de vida: "Não dá para ficar de braços cruzados esperando o tempo passar. Precisamos trabalhar juntos para limpar a cidade. Nesse momento cada um tem o seu papel. Já passamos por isso antes, não vamos nos entregar", disse a comerciante Sthephani Kahn.
Cerca de 40% da população está sem água. A polícia não crê que o reabastecimento total possa voltar ao normal antes da semana que vem. Até o momento, 120 homens do sudoeste do Estado já se deslocaram para Blumenau. A meteorologia prevê chuva até a próxima segunda-feira: "A situação é de calamidade pública. Estamos em alerta total. São muitos os chamados e precisamos aumentar a nossa equipe para suprir toda a demanda", afirmou o soldado da Polícia Militar Samuel Braz.
Um dos principais hotéis da cidade está de portas fechadas. Não há como atender aos hóspedes, sobretudo, em virtude da higiene pessoal: "A gente já estava acostumado com enchentes, mas uma situação como essa, realmente, nunca tinha vivido. A terra está úmida e acredito que isso tenha contribuído para o alagamento", comenta o gerente Vilfried Klenz.
Especial para Terra