24.11.2008 - Sem luz, sem água e ilhados, assim estão muitos moradores de Itajaí (SC) atingidos pelas chuvas e enchentes. Damaris Dalago, que teve a casa tomada pela água, afirma que a falta de alimentos deixou muitas pessoas preocupadas. "Estamos com medo de passar fome", disse.
Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, até às 9h, foram contabilizadas 33 pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingem o Estado. O órgão informou que o total de desalojados e desabrigados chega a 19.841. Mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetados.
Damaris afirma ainda que a situação da cidade é de calamidade. "Hospitais estão dentro d'água e os supermercados fechados, é estado de calamidade", disse. Ainda de acordo com ela, ontem os supermercados já estavam sem muitos produtos, como água.
Márcio Sagaz, que levou a filha para seu apartamento após a casa dela ser tomada pelas águas, afirmou que, ontem, os moradores correram para abastecer alimentos e água. "Nos supermercados parecia que ia ter guerra, as pessoas faziam fila pra comprar tudo que pudessem de alimento", disse.
Sagaz afirma que os moradores não conseguem se mover pela cidade. "Moro em um prédio no centro da cidade e estamos ilhados", disse.
Salum Dalago, irmão de Dalaris, conseguiu um barco para tentar resgatar pessoas que ficaram presas em casa. "Várias pessoas que moram em casa com dois andares não queriam sair, mas hoje, como as águas subiram muito, os moradores ficaram assustados."
A professora Patrícia Fernanda da Silva Veiga, que também teve a casa alagada, disse que a enchente foi muito rápida. "A gente mora perto do rio e, quando vimos, a água tinha nos cercado", disse. Patrícia afirmou ainda que ela e a família foram para a casa do cunhado para tentar fugir da água. "A gente foi para o bairro São João, que é o lugar mais alto da cidade, mas estamos andando dentro d'água, até o joelho".
Redação Terra
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Çembrando...
Tornado é registrado por moradora da cidade de Tubarão, no Sul de Santa Catarina
17.02.2008 - Daniela Sachetti Elias viu da frente da sua casa a formação de um possível tornado no final da tarde de sábado em Tubarão, no Sul de Santa Catarina, e decidiu registrar o fenômeno. Ela mora com o marido e filhos na rua Emídio João dos Santos, bairro São Cristóvão, e observou as mudanças nas nuvens junto com seus vizinhos:
— No início parecia nuvem de poeira. Resolvemos filmar e ficamos muito apreensivos e com medo. Os vizinhos estão nervosos até agora. O pessoal pensa que só acontece em filme, só nos Estados Unidos.
No domingo, Daniela chegou a conferir a destruição provocada pelos ventos e garante que não há como esquecer o fenômeno.
O meteorologista da Central RBS de Meteorologia Cléo Kuhn explica que o tornado se forma devido à conjunção de calor e umidade do mar, que dá origem a um tipo de nuvem chamado cúmulo-nimbos. Esta nuvem pode se transformar em um tornado, dependendo do relevo da região e dos ventos:
— É comum em qualquer época do ano, mas acontece com mais freqüência no verão aqui na região sul, no nosso litoral. É difícil conseguir imagens pois ele aparece e vai embora rapidamente. Não tem como prever pois é uma formação momentânea, que dura em média cinco minutos — explica Cléo Kuhn.
A Defesa Civil de Santa Catarina e a Epagri/Ciram estudam a possível ocorrência do tornado. Segundo o meteorologista Daniel Calearo, é possível que o fenômeno tenha realmente ocorrido na região. O radar meteorológico da Epagri/Ciram registrou uma frente fria que passou pela região e provocou chuvas fortes. Ela pode ter influenciado na formação do tornado.
Mas a confirmação só será feita durante a semana, quando técnicos da Defesa Civil e meteorologistas da Epagri/Ciram forem até a região conversar com os moradores e analisar os destroços. Ele explicou que o tornado deixa sinais específicos, como objetos retorcidos.
Na noite do tornado, um temporal destelhou sete residências e deixou uma pessoa ferida em Tubarão. A chuva provocou estragos principalmente na localidade de Lajeado. Uma mulher teve uma perna fraturada ao ser atingida por uma porta, dentro de casa, devido ao vendaval. Árvores também foram derrubadas.
Fonte: Jornal Zero RS/ Diario Catarinense SC