Maioria de espanhóis se consideram católicos só de nome


10.11.2008 - MADRI .- Uma pesquisa revelou que uma grande maioria dos espanhóis se declaram crentes –maioritariamente católicos- mas admite que a fé não influencia no exercício de sua sexualidade ou suas opções políticas.

O estudo, realizado pela fundação alemã Bertelsmann entre 21 mil pessoas de 21 países, sustenta que "quatro de cada cinco espanhóis (79%) são religiosos, e o 27% das pessoas se consideram inclusive muito religiosas".

Segundo a sondagem, uma de cada três mulheres e um de cada cinco homens espanhóis se declara “muito religioso”. Entretanto, “64 por cento dos espanhóis afirmam que a religião tem muito pouco ou nada de influencia” em sua sexualidade e 67 por cento declara que a religião não exerce nenhuma influência” em suas opiniões políticas.

A religião sim aparece como um fator muito importante na vida privada, nascimentos, matrimônios, falecimentos e na educação de seus filhos.

Pesquisa-a foi apresentada em Madri coincidindo com o terceiro Congresso Diálogo e Ação que se reune sob o título “Valores na Espanha e Europa: suas raízes e relevância no século XXI”.

Para 34 por cento dos pesquisados, ir à igreja regularmente é algo natural. Entre as pessoas acima de 60 anos, um de cada dois é muito religioso, mas somente 11 por cento dos menores de 30 anos se reconhece da mesma maneira.

Entre os países europeus, Espanha figura a metade de tabela. A religião é menos importante que em países católicos europeus como a Polônia ou Itália, mas maior que na França, Rússia, Reino Unido ou Alemanha.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Arcebispo denuncia que laicismo pretende fazer da Espanha uma sociedade de ateus

29.03.2007 - MADRI - Em sua última carta semanal, o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, denunciou que "o laicismo radical que nos encontramos atualmente na Espanha constitui uma utilização do poder do Estado para fundar uma sociedade como se todos os cidadãos fossem ateus, sem aceitar a realidade da liberdade religiosa e suas repercussões na vida social e pública".

Conforme informou a agência AVAN, em sua carta intitulada "Liberdade para crer", o Prelado explica que "na Espanha de hoje se detecta o interesse por estender um modo de vida onde a referência a Deus seja considerada como uma deficiência na maturidade intelectual e no pleno exercício da liberdade".

O Arcebispo de Valência considera "necessária e urgente" a tarefa de "desmascarar o `nacional-laicismo que tratam de impor", pois não deixa de ser "um fundamentalismo que nada tem que ver com a sã laicidade".

Dom García-Gasco assinalou que o laicismo radical "avança com freqüência pela falta de consistência dos próprios fiéis, que às vezes, somos atraídos pela tentação de ocultar nossa fé na vida pública".

Segundo o Prelado "resulta-nos mais fácil deixar de ser cristãos quando se chega ao trabalho, ao entrar na política, ao procurar as diversões com os amigos". Entretanto, "quem nega a Jesus Cristo e oculta sua condição cristã na vida pública, dificilmente pode acreditar que ama a Deus com sinceridade e com toda sua pessoa".

"Acreditar -ou deixar de fazê-lo- é um ato pessoal no que cada um utiliza sua liberdade para aceitar ou rechaçar a iniciativa de Deus sobre sua própria vida", adverte e esclarece que "o ato de fé é uma expressão elevada da dignidade do ser humano e da liberdade de cada pessoa" embora "tampouco tomamos esta decisão de um modo isolado".

O Arcebispo afirma que a Igreja, "que recebeu como missão própria a custódia do dom da fé", sabe que "ali onde se promove o engano, a mentira, a manipulação, a malícia, o ódio, o ressentimento, a chantagem, a coação, a fealdade, o descaramento, a injustiça, a opressão, a exploração ou qualquer tipo de violência se dificulta, até o extremo, que o ser humano possa descobrir sua própria dignidade, seu incomensurável valor e o dom do amor de Deus".

Em sua carta, anima a fomentar "uma reta compreensão da sã laicidade" que encontra "incompatíveis o exercício da coação e o ato de fé". A sã laicidade "protege quem não aceita a Deus, mas ao mesmo tempo reconhece o direito à liberdade religiosa com todas suas conseqüências que inclui o respeito de quem livremente deseja praticar sua religião de forma congruente".

Fonte: ACI
 


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