26.10.2008 - A Bíblia permanece um Livro vivo com o povo que o lê
CIDADE DO VATICANO .- Bento XVI esclareceu que ser discípulo de Cristo é «colocar em prática seus ensinamentos que se resumem no maior mandamento da Lei divina, o mandamento do Amor», na homilia da Missa de encerramento da XII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, celebrada essa manhã, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O Santo Padre, comentando as leituras do domingo, lembrou que «Deus não somente é objeto do amor, do empenho, da vontade e do sentimento, mas também do intelecto», de forma que nosso pensamento deve se conformar com o pensamento de Deus.
Os dois mandamentos citados por Jesus Cristo no Evangelho de Mateus (22, 37-39) são, como explica o bispo de Roma, o princípio onde se apoia toda Revelação bíblica, relembrando também que a primeira leitura, extraída do livro do Êxodo, insiste no dever do amor, «um amor testemunhado concretamente nas relações entre as pessoas».
Bento XVI seguiu explicando que na segunda leitura «podemos ver uma concreta aplicação do sumo mandamento do amor em uma das primeiras comunidades cristãs». Não faltavam fraquezas e dificuldades na comunidade dos Tessalonicenses, mas o amor tudo supera, «o amor de quem, ciente dos próprios limites, segue docilmente as palavras de Cristo, divino Mestre, transmitidas através de seu fiel discípulo».
Recordando as experiências dos dias anteriores, nos quais se desenvolveram os trabalhos da Assembléia do Sínodo dos Bispos, o Papa sublinhou a ligação existente entre «a escuta amorosa da Palavra de Deus e o serviço desinteressado aos irmãos».
O pontífice agradeceu também pela contribuição dos participantes no Sínodo que levou por tema A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, lembrando especialmente dos bispos da China continental, que não puderam participar nesta assembléia, pedindo ao Pastor supremo da messe que dê a eles «alegria, força e zêlo apostólico» para guiar a comunidade católica na China.
«Todos nós, que tomamos parte nos trabalhos sinodais, trazemos conosco a renovada consciência que o compromisso prioritário da Igreja, no início deste novo milênio, é, antes de tudo, nutrir-se da Palavra de Deus, para tornar eficaz o empenho da nova evangelização, do anúncio em nossos tempos», continuou Bento XVI.
Para o Papa, o anúncio do Evangelho terá credibilidade quando a palavra escutada for traduzida em gestos de amor.
Em sua homilia, o Santo Padre também recordou a necessidade de preparação dos pastores, para a «ação de difundir a prática bíblica com oportunos subsídios», e encorajou também o movimento bíblico entre os leigos e a formação dos animadores de grupos, particularmente os jovens.
Por fim, o Papa sublinhou que o «lugar privilegiado no qual ressoa a Palavra de Deus» é sem dúvida a Liturgia, pois nela a Bíblia se torna um «livro de um povo e para um povo», um testamento deixado aos leitores. «O povo não subsiste sem o Livro, porque nele encontra sua razão de ser, sua vocação, sua identidade», explicou. A liturgia e as Escrituras convergem – explica o bispo de Roma – «no único fim de levar o povo ao diálogo com o Senhor e à obediência» à sua vontade.
O Papa encerrou sua homilia pedindo a Deus para que da renovada escuta da Palavra de Deus, «sob a ação do Espírito Santo, possa se dar uma autêntica renovação na Igreja universal, e em cada comunidade cristã», pedindo também que Maria ensine a reconhecer na vida a primazia da Palavra que «só nos pode dar salvação».
Também no final da homilia Bento XVI confiou a Deus a Segunda Assembléia do Sínodo para a África, que acontecerá em Roma em outubro de 2009 e seu desejo de visitar em março Angola e Camarões.
Fonte: www.zenit.org