Cristo é o «critério decisivo» para entender as Escrituras


22.10.2008 - Cardeal Odilo Scherer comenta um tema recorrente no Sínodo

CIDADE DO VATICANO- Segundo o arcebispo de São Paulo (Brasil), Cristo é o «critério decisivo» para compreender as Sagradas Escrituras.

Dom Odilo Scherer, que é um dos presidentes delegados do Sínodo da Palavra, escreveu essa terça-feira aos fiéis de sua arquidiocese para comentar um tema recorrente na assembléia.

De acordo com o cardeal de São Paulo, houve insistência sobre o tema da «revelação divina», «fundamental quando se trata do caráter religioso da Sagrada Escritura e de sua relação com outros livros de sabedoria humana».

«A revelação é uma ação divina, mediante a qual Deus dirige-se ao ser humano e este, em plena liberdade, responde com a obediência da fé; a iniciativa no ato revelador não é humana, mas de Deus, embora o autor humano expresse, depois, em conceitos humanos aquilo que recebeu de Deus por revelação», explica.

Segundo Dom Odilo, é por isso que a Igreja «é muito criteriosa em relação a supostas “revelações privadas”: estas são muito diversas da revelação bíblica, reconhecida pela Igreja nos textos que formam o elenco, ou cânon dos livros inspirados da revelação divina».

«Em Jesus Cristo Deus falou aos homens sua palavra mais clara e definitiva, por isso, Cristo é o centro da Escritura e ao mesmo tempo o critério decisivo, ou “chave”, para entender as Escrituras.»

O arcebispo recorda que o cânon bíblico está fechado e não se acrescentam outros livros ou textos supostamente inspirados por Deus.

«Significa isso que Deus calou e não fala mais aos homens? De forma alguma! A Igreja ensina que a Palavra de Deus continua viva e atual, de muitas maneiras», afirma.

Dom Odilo destaca que a Palavra de Deus «deve ser buscada, acolhida e interpretada mediante a constante leitura e atenta escuta dos textos sagrados, “com fé”, na comunidade eclesial».

«A Palavra de Deus permanece para sempre e cabe a nós acolhê-la de formas sempre novas, em situações e contextos diversos, sintonizados com a Tradição viva da Igreja.»

De acordo com o arcebispo, o Sínodo recordou que «a Palavra de Deus não nos vem unicamente através da Sagrada Escritura, mas também através da Liturgia, da Sagrada Tradição e do Magistério da Igreja».

«A Palavra de Deus, em última análise, é o próprio Cristo, Verbo/Palavra de Deus que se fez “carne” e veio habitar no meio de nós, e que permanece vivo na Igreja, seu “corpo”; pela ação do Espírito Santo, a Palavra da salvação continua viva na Igreja e se dirige sem cessar ao mundo e às pessoas», afirma o cardeal.

Fonte: www.zenit.org


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