21.10.2008 - A Suprema Corte italiana condenou nesta terça-feira a Alemanha a indenizar com 1 milhão de euros alguns parentes das 203 pessoas assassinadas pelas tropas de ocupação nazista no chamado massacre de Civitella, no centro da Itália, em 29 de junho de 1944.
Com a decisão sem precedentes, que a Alemanha rejeita por considerar que vulnera sua imunidade jurisdicional, o Supremo italiano ratificou o veredicto do tribunal de Spezia, no nordeste do país, em outubro de 2006.
Nesse veredito se condenava conjuntamente o Estado alemão e o ex-sargento Max Josef Milde, considerado o organizador do massacre, a ressarcir as nove famílias apresentadas como parte civil no processo. Milde foi condenado, além disso, à prisão perpétua à revelia.
Com a decisão comunicada hoje, o alto tribunal italiano rejeitou o recurso apresentado pelo Estado alemão, no qual argumentava que os ressarcimentos pelos crimes durante a ocupação nazista estavam já cobertos pelo tratado de paz assinado com a Alemanha em 1947 e pelos acordos da Convenção de Viena, de 1961.
Os advogados que representaram a Alemanha no processo aludiram ao direito à "imunidade jurisdicional", ou seja, com o argumento de que não se pode julgar pelos crimes cometidos por seus militares durante a Segunda Guerra Mundial.
O advogado Augusto Dossena assegurou que o Estado alemão "não pagará absolutamente nada", porque "não vai reconhecer uma sentença que nega a imunidade jurisdicional que lhe foi reconhecida por outros Estados nos quais também se apresentaram causas contra ex-militares nazistas".
O advogado de uma das famílias, Roberto Alboni, considerou a sentença "um resultado histórico" e declarou sua satisfação após a longa batalha legal.
Em 29 de junho de 1944, soldados nazistas assassinaram com um tiro na nuca 203 cidadãos, entre eles muitas mulheres e crianças italianas.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Papa diz que sua adolescência foi arruinada pelo nazismo
20.04.2008 - O papa Bento XVI disse hoje, no festivo e espontâneo encontro com cerca de 20 mil jovens no seminário de St. Joseph, em Nova York, que sua adolescência foi "arruinada por um regime funesto", em referência ao nazismo.
Bento XVI afirmou hoje aos jovens que seus anos de adolescência foram arruinados por "um regime funesto, que pensava que tinha todas as respostas".
O Papa tinha naquela época 17 anos, e nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial foi chamado para os serviços auxiliares antiaéreos do Exército alemão.
Bento XVI disse aos jovens que agora muitos deles podem aproveitar a liberdade que surgiu graças à expansão da democracia e do respeito aos direitos humanos.
No entanto, advertiu, que "o poder destruidor permanece. Dizer o contrário será enganar a si mesmo", mas acrescentou que "este jamais triunfará".
A cerimônia, que aconteceu na esplanada diante do Seminário de St. Joseph, esteve caracterizada pela espontaneidade e entusiasmo dos jovens, que não deixaram de cantar e de gritar "viva ao Papa" durante todo o ato.
O entusiasmo dos jovens contagiou o Papa, que chegou a quebrar o protocolo desse tipo de cerimônia para se levantar e beijar cada um dos jovens que discursaram.
Os jovens ofereceram ao Papa vários tipos de pão, milho, arroz, símbolos da "riqueza das culturas e tradições" representadas nos Estados Unidos.
Bento XVI também falou dos problemas da juventude, "como o abuso das drogas, a falta de casa e a pobreza, o racismo e a violência, e a degradação que sofrem, principalmente, muitas mulheres".
Afirmou que todos esses problemas são produto de "uma atitude mental envenenada, que se manifesta em tratar as pessoas como meros objetos". Além disso, advertiu que o mundo suporta o peso "da avidez consumista e da exploração irresponsável", e os convidou a "rejeitar qualquer tentação de ostentação ou de vaidade, e a viver com caridade, castidade e humildade".
A cerimônia foi concluída com a Ave Maria de Franz Schubert, interpretada pela cantora americana Kelly Clarkson, 25 anos.
Fonte; Terra notícias