Que se entende por «Palavra de Deus»? Cardeal Odilo Scherer explica sentido da expressão


19.10.2008 - CIDADE DO VATICANO .- A assembléia do Sínodo dos Bispos reúne-se no Vaticano para discutir «A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja». Mas, afinal, «que entendemos quando dizemos “Palavra de Deus”? Onde está a Palavra de Deus? Somente na Bíblia?», questiona o cardeal Odilo Scherer.

O arcebispo de São Paulo, que é um dos presidentes delegados do Sínodo, escreveu aos fiéis em duas ocasiões desde que iniciou a reunião eclesial, para explicar alguns detalhes do evento e destacar sua importância.

«A Igreja afirma com firme fé que Deus se manifestou aos homens, de muitos modos, ao longo da história, e não ficou fechado no seu divino silêncio nem isolado no céu, mas entrou em diálogo com a humanidade», afirma o cardeal.

Segundo Dom Odilo, por outro lado, o homem «é capaz de perceber e acolher esta manifestação de Deus, que se comunica com ele».

O cardeal enfatiza que Deus falou aos homens, «de maneira muito clara, através de Jesus Cristo, seu Filho, enviado a este mundo para salvar-nos».

«São João, no início do seu Evangelho, diz que a Palavra eterna de Deus se fez carne e habitou no meio de nós. Para nós, portanto, a Palavra de Deus, por excelência, é o próprio Jesus Cristo. E os Evangelhos são o centro da Bíblia.»

De acordo com o arcebispo brasileiro, a Palavra de Deus «tem a autoridade de Deus». «Por isso, dizemos que ela é inspirada pelo Espírito Santo e nos comunica aquilo que é importante para a nossa salvação».

Dom Odilo explica que a Igreja Católica ensina que a Palavra passou aos homens através da Bíblia e também através da Tradição da Igreja, comunidade de fé.

«A Liturgia, a pregação, a catequese e a vida mística também comunicam, junto com a Bíblia, a Palavra de Deus a nós. De fato, a Palavra da salvação não é palavra morta ou artigo de museu, mas continua viva na comunidade de fé, a Igreja de Cristo», afirma.

Nesse contexto, segundo o cardeal, o Sínodo parte de uma preocupação: «que o inestimável tesouro da Palavra de Deus presente na Sagrada Escritura e na Tradição viva da Igreja continue a ser comunicado à humanidade».

«Embora a Bíblia seja o livro mais editado e divulgado, ela ainda é muito desconhecida, ou lida e interpretada de maneira inadequada», escreve.

O arcebispo cita São Jerônimo, que afirmava que desconhecer a Sagrada Escritura é desconhecer a Cristo.

«Como muitas outras reuniões eclesiais, também o Sínodo é, ainda hoje, uma ocasião para acolher a Palavra de Deus e para fazê-la ecoar no mundo, para que produza abundantes frutos de vida», afirma o cardeal.

Fonte: www.zenit.org


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