15.102008 - Bento XVI entregará a “Rosa de Ouro” a Nossa Senhora de Pompéia, durante sua visita pastoral deste domingo ao conhecido santuário italiano situado em Nápoles, segundo o programa divulgado pela Santa Sé.
A Rosa de Ouro é um reconhecimento do Papa a personalidades católicas prominentes, e experimentou uma evolução significativa. Inicialmente, era recebido por reis e dignatários; depois, quase exclusivamente por rainhas. Atualmente, é recebido por Nossa Senhora em algumas de suas advocações. A distinção foi criada pelo Papa Leão IX em 1049.
A distinção clássica é, na verdade, não uma rosa, mas um rosal de ouro, com flores, botões e folhas. Entre as rainhas que a receberam, destaca-se Maria Cristina de Áustria, rainha regente da Espanha (Leão XIII, 1886); Isabel I, do Brasil (Leão XIII, por libertar os escravos em 1889); Vitória Eugênia, consorte de Afonso XIII, em 1914, por Bento XV.
Mais recentemente, depois do Concílio Vaticano II, a condecoração pontifícia passou a ser presente dos papas a Nossa Senhora: de Fátima em 1965, por Paulo VI; de Aparecida em 1967, por Paulo VI; de Luján em 1982, por João Paulo II; de Jasna Gora em 2006, por Bento XVI; de Aparecida em 2007, por Bento XVI.
A rosa de ouro que atualmente está na mão direita de Nossa Senhora de Covadonga é um presente da Instituição teresiana, em agradecimento à Mãe de Jesus porque, naquela gruta, São Pedro Poveda recebeu a inspiração para criar a associação internacional de fiéis. Covadonga, lugar venerado por todos os membros desta associação, é cenário todos os anos de um presente a Nossa Senhora, em comemoração por este fato.
Sobre a “Rosa de Ouro” existe um belo relato romântico escrito no século XIX, pelo escritor espanhol Leopoldo Alas Clarin, centrado neste presente papal e no roubo sofrido pela igreja de São Maurício e de Santa Maria Madalena, em Hall (Europa Central), onde se guardava, como tesouro que era, uma “rosa de ouro” (gemacht vonn golde, diz um antigo código), presente de Leão X à Igreja que se estendia naqueles lugares.
Segundo este relato, que provavelmente se baseia em lendas do lugar, a rosa foi roubada da igreja por um jovem, para presentear sua amada. Esta, quando percebeu a loucura do jovem, peregrinou a Roma para devolvê-la ao Papa. O Bispo de Roma reteve a rosa, tranqüilizou a jovem e a devolveu ao seu país com uma generosa esmola para a viagem e para aquela igreja. Anos mais tarde, a rosa chegou como presente do Papa a Maria Blumengold, a peregrina.
O Papa abençoava antes da Páscoa, no domingo Laetare (Domingo das Rosas), as de ouro, que depois enviava a rainhas e a outras damas ilustres que haviam se distinguido na proteção da Igreja ou na defesa dos fracos; também às igrejas prediletas e às cidades amigas.
Esta é a vez de Nossa Senhora de Pompéia e, portanto, é a Igreja de Nápoles que vai receber a distinção de Bento XVI.
Fonte: www.zenit.org