03.10.2008 - A Catedral de Ribeirão Preto vai usar máquina de cartão de crédito para receber pagamento de casamento, batizado e até dízimo. No domingo, após a última missa das 19h, o padre Francisco Zanardo Moussa vai benzer o equipamento, que entra em uso no dia seguinte.
Até então, a única opção era depositar o dinheiro numa caixa de ferro, com cadeado, na entrada do templo.
É a primeira igreja a instalar o sistema on-line em Ribeirão, comenta padre Chicão, como é conhecido. Pode ser a primeira no Brasil também.
A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) não tem conhecimento do uso desse tipo de equipamento no país, nem a arquidiocese de São Paulo, com 284 paróquias, segundo as respectivas assessorias de imprensa.
Na arquidiocese de Ribeirão, o contador Caetano Marquese afirma não ter conhecimento de que alguma de suas 84 igrejas utilize a máquina de cartão de crédito.
Na missa, não
Padre Chicão afirma, no entanto, que a máquina não será usada nas missas, mas apenas na secretaria da igreja, em horário comercial. “Se colocasse na missa, a cerimônia perderia o sentido da eucaristia e passaria a ser comercial”.
De acordo com o pároco, que cursa o terceiro ano de Administração de Empresas, a instalação das máquinas está dentro de um processo de melhoria no atendimento paroquial. “É para facilitar a vida dos fiéis; eles perguntam se não podem pagar com o cartão”.
Hoje, a Catedral tem 800 dizimistas fiéis. O dízimo é uma proposta bíblica que a pessoa cumpre se quiser, diz padre Chicão. “Se você oferece para a comunidade, no sentido de despojamento e disponibilidade, recebe os sinais de Deus em troca”.
O padre não comenta quanto a igreja recebe em dízimo. Mas diz que não é suficiente para pagar despesas fixas, como os nove funcionários e a energia. “Fazemos festas e rifas para completar”.
Ele também não comenta o valor em ofertas. A cada fim de semana, 4.000 pessoas freqüentam as seis missas.
Com Visa ou Mastercard, casais poderão pagar - R$ 350 com efeito civil, ou R$ 220, só o religioso. Já a taxa para batizado é de R$ 42. No débito ou no crédito, o dinheiro cai na conta da paróquia.
A Catedral pagará taxa administrativa mensal de R$ 19, ao banco, em vez dos R$ 89 cobrados de estabelecimentos comerciais, pelo uso do equipamento, diz o padre.
NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA EM RIBEIRÃO
• 4 mil fiéis freqüentam a Catedral, no sábado e no domingo.
• A média é de 666 pessoas em cada uma das seis missas, no final de semana.
• 800 fiéis são dizimistas na Catedral. O dízimo é 10% do salário.
• A taxa para casamento é de R$ 350, com efeito civil.
• Cada batizado custa R$ 42.
• As máquinas recebem cartões Visa e Mastercard, no débito (à vista) e no crédito (é possível parcelar).
• R$ 52 mil custou a reforma da secretaria, onde ficam as máquinas de cartões e os guichês de atendimento.
• R$ 1 milhão irá custar o novo prédio de catequese da Catedral.
CNBB diz que cartão é mais seguro
A CNBB não vetou o uso de cartão de crédito. “Cada pároco pode decidir que recurso administrativo usar, consonante com sua arquidiocese”, diz o ecônomo (administrador financeiro) da CNBB, Francisco Souza.
O administrador da CNBB, diz não ver problemas no uso do cartão. “É mais seguro que deixar o dinheiro do dízimo na igreja, à mercê de assaltantes”, declara.
Dom Joviano de Lima Júnior, arcebispo local, está num congresso em Roma e só volta em novembro, por isso não pôde comentar.
Catedral terá prédio de R$ 1 mi
Padre Chicão também vai construir um centro de catequese, a partir de fevereiro. O prédio, de dois andares, está orçado em R$ 1 milhão.
A última obra foi a reforma de R$ 52 mil da secretaria administrativa da Catedral, onde vão ficar as máquinas de cartão de crédito.
Fonte: Jornal A Cidade
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Lembrando...
Igreja Evangélica se moderniza na arrecadação de dízimos e ofertas pelo cartão de crédito
12.08.2008 - Dízimo com modernidade e segurança: Igreja Universal do Reino de Deus investe em tecnologia para facilitar a vida do fiel que quiser fazer suas ofertas através de cartão de crédito.
A Igreja Universal do Reino de Deus está inovando na arrecadação de dízimos e ofertas dos seus fiéis. A denominação investiu cerca de R$ 800 mil na aquisição de máquinas de cartão de crédito, que ficarão disponíveis nos principais templos espalhados pelo país. Esta semana, a igreja recebe também um software especialmente desenvolvido pela operadora Visa. Através dele, será possível arrecadar o dinheiro sem desconto de impostos, obrigatórios nas transações em geral – mas dispensados de donativos do gênero por força de lei. Além da segurança para os membros, que não precisarão levar dinheiro ou talão de cheques para os cultos nos quais desejarem fazer as doações, o sistema possibilita maior controle na arrecadação.
Antes da Universal, outra denominação neopentecostal, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, já havia disponibilizado a tecnologia a seus fiéis. Já a Igreja Católica tem o cartão de crédito Solidariedade, lançado durante a última edição da Feira da Providência, evento anual promovido pela Arquidiocese do Rio. São duas as modalidades do cartão católico, também de bandeira Visa, lançado em parceria com o Bradesco – a nacional, cuja renda mínima é de R$ 400; e o cartão Gold, que é internacional e exige renda mensal acima de R$ 2 mil. As anuidades variam entre 60 e 160 reais, e 30% dos valores arrecadados são destinados a entidades que atendem carentes indicados pela Arquidiocese. Mas, diferentemente do sistema da Igreja Universal, o cartão católico não serve para a entrega do dízimo.
Fonte: Cristianismo Hoje