Bento XVI defende verdade histórica sobre Pio XII e sua ajuda aos judeus


18.09.2008 - VATICANO.- Ao receber aos participantes em um simpósio sobre a figura e a ação pastoral e humanitária de Pio XII, o Papa Bento XVI fez votos para que se conheça “a verdade histórica” sobre este Pontífice, superem-se “todos os prejuízos” e se reconheça seu trabalho a favor dos judeus perseguidos durante o regime nazista.
Desde Castelgandolfo, o Santo Padre expressou sua esperança em “que este ano em que se comemora o 50 aniversário da morte de Pio XII ofereça a oportunidade de promover estudos mais profundos sobre vários aspectos de sua pessoa e de sua atividade, para conhecer a verdade histórica, superando todos os preconceitos restantes”.
Nestes anos, indicou, “se ecreveu e se disseram muitas coisas sobre ele nestes cinco decênios, mas não sempre se enfocaram corretamente os diferentes aspectos de sua multiforme ação pastoral”.
Se referindo ao simpósio promovido pela “Pave the Way Foundation”, o Pontífice destacou que seu objetivo “foi precisamente encher algumas destas lacunas mediante uma análise documentada sobre muitas de suas intervenções, sobre tudo aquelas a favor dos judeus, que naqueles anos eram perseguidos em toda a Europa de acordo com o plano criminal dos que queriam eliminá-los da face da terra”.

Bento XVI sublinhou que “quando se estuda sem preconceitos ideológicos a nobre figura deste Papa se aprecia a sabedoria humana e a intensidade pastoral que o guiaram em seu longo ministério, e de modo particular na organização das ajudas ao povo judeu”.
Graças à documentação recolhida e aos “testemunhos creditados”, o simpósio, continuou, “oferece à opinião pública a possibilidade de conhecer melhor o que Pio XII realizou a favor dos judeus perseguidos pelos regimes nazista e fascista”.
O Papa pôs de relevo que nos trabalhos do simpósio tinham destacado “as numerosas intervenções realizadas secreta e silenciosamente, precisamente porque dadas as situações concretas daquele difícil momento histórico, solo dessa maneira era possível evitar o pior e salvar ao maior número possível de judeus”.
A “valente e paterna dedicação” do Pontífice “foi reconhecida e apreciada durante e depois da terrível guerra mundial por comunidades e personalidades judias, que manifestaram sua gratidão pelo que tinha feito por eles”, lembrou.
O Santo Padre deu as graças a “Pave the Way Foundation” pela constante ação em promover as relações e o diálogo entre as religiões, de modo que ofereçam um testemunho de paz, de caridade e de reconciliação”.

Fonte: ACI

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Lembrando...

 

Secretário do Vaticano diz: o Papa Pio XII foi vítima de uma lenda negra que o acusa falsamente

05.06.2007 - O secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, declarou nesta terça-feira que o papa Pio XII foi "vítima de uma lenda negra" que o acusa "falsamente" de ter sido insensível ao holocausto judeu durante o nazismo.

O cardeal italiano interveio durante um lançamento, em Roma, de um livro sobre Pio XII, cujo processo de beatificação acaba de avançar no Vaticano, apesar da polêmica sobre seu suposto "silêncio" diante do extermínio dos judeus.

"O Papa que guiou a Igreja nos anos terríveis da Segunda Guerra Mundial e depois, durante a guerra fria, é vítima de uma 'lenda negra'", declarou Bertone.

Esta "lenda negra... descreve falsamente Pacelli (nome civil de Pio XII) como indulgente com o nazismo e insensível à sorte das vítimas das perseguições" e "quer reduzir todo o seu pontificado à questão de supostos 'silêncios'", lamentou.

Pio XII, que foi Papa entre 1939 e 1958, agiu discretamente e viveu "um grande e grave drama interior" sobre a melhor atitude a tomar para não agravar o sofrimento das vítimas das perseguições, disse Bertone.

A congregação da causa dos santos aprovou, em 8 de maio, uma declaração sobre as "virtudes" de Pio XII, etapa decisiva para a beatificação deste polêmico papa.

Na seqüência, o Papa atual, Bento XVI, é quem deve se pronunciar sobre o processo, ao qual falta o reconhecimento de um milagre atribuído ao falecido para se concretizar.

Esta não é a primeira vez que o cardeal Bertone se pronuncia a favor de Pio XII. Em 24 de janeiro, ele estimou que ele deve ser considerado "um justo", título atribuído pelo instituto israelense Yad Vashem aos que salvaram os judeus do extermínio nazista.

Vários historiadores consideram que Pio XII esteve entre os primeiros informados sobre a implantação da "solução final" e que sua intervenção não esteve à altura da ameaça.

Fonte: UOL notícias
 


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