Acredite se quiser: Virar múmia é mania nos EUA


08.09.2008 - Incinerar e jogar as cinzas no mar, lançá-las de um avião por sobre campos floridos ou usá-las como adubo em bonsais são os sepultamentos da moda nos Estados Unidos, bem a gosto de abonados americanos que não se cansam de ir em busca de novidades inusitadas.

Que tal então pinçar do antigo Egito a prática da mumificação, adicionar uma pitada de tecnologia e oferecê-la a eles?

Neste século 21, Era de Aquário, não poderia haver nada melhor. Já há centenas de reservas feitas à dona de tão brilhante idéia: a Summum, seita esotérica nascida em Salt Lake City, em Utah, e que vem conquistando adeptos em todo o mundo.

“Pegar a direção de um funeral e fazer algo de diferente é como mover uma montanha. E a mumificação é sem dúvida incomum, pois permite que você passe para o outro mundo com a melhor aparência possível”, diz Corcky Ra, fundador e líder da Summum.

Não só isso. Cocky Ra jura que a mumificação evita o que ele chama de pânico pós-morte e é uma espécie de estágio rumo a planos espirituais.

“A mumificação não é apenas a preservação e purificação do corpo, mas também uma cerimônia que ajuda o espírito na transição para seu próximo destino”, ele explica.

Fórmula secreta

As experiências da Summum começaram em 1979, quando ela embalsamou 30 cadáveres doados por uma escola de medicina de Salt Lake.

O processo exige paciência. Primeiro, é dado um bom banho no cadáver e retirado todo o seu sangue. Depois, ele é mergulhado num tonel contendo natron, conservante à base de sal, onde fica durante seis meses.

Findo esse prazo, o corpo é coberto com lanolina e envolvido com gaze. Em seguida, é revestido com camadas de fibra de vidro que servem para fixá-lo na posição desejada.

Finalmente, é colocado dentro de um invólucro de bronze, e lacrado com uma resina especial - pronto, então, para ser transportado para o mausoléu da família, de onde pode ser visto através de um parede de vidro.

Quem quiser pode também escolher adornos especiais: peças de ouro, cerâmica e jóias.Tudo igualzinho como se fazia no tempos dos faraós.

Com orgulho, Corcky Ra define a técnica da Summum como a combinação de uma habilidade médica, com a química moderna e um magnífico trabalho artístico.

Mais de 100 candidatos

Como nenhum dos candidatos à múmia morreu, a Summum, por enquanto, aproveita para embalsamar o que eles mais amam, depois dos filhos e do dinheiro: seus animaizinhos de estimação - cachorros, gatos, hamsters e passarinhos.

Rooster, um belo exemplar canino da raça mastim, é uma das mais preciosas amostras da prática funerária da Summum. Ele morreu há quase um ano, mas é como se ainda vivesse: pele macia, pêlos brilhantes, focinho sereno.

Rooster está em exibição no templo da seita em Salt Lake.Todas as etapas de seu embalsamento foram filmadas por uma equipe da BBC e em breve poderão ser vistas pela Internet, na série “Face a Face com Tutankamon”.

E como o exemplo vem de casa, Corcky Ra eternizou Oscar, seu gato inesquecível. Sempre que pode, ele aparece ao lado da múmia de bronze de seu siamês.

Por sinal, Corcky expôs a múmia de Oscar a Raios-X e verificou que a cartilagem e lentes dos olhos permaneciam intactas, um fenômeno admirável, pois os olhos são os primeiros órgãos a se deteriorar.

À espera do primeiro humano

Uma das páginas do site da Summum e o criador, Corcky Ra: filosofia e paciência, já que os candidatos à mumificação são ainda muito jovens.

Os preços do funeral à la Tuntakamon são bem salgados: US$ 9 mil para um gato e US$ 20 mil para um cachorro. Sobem mais ainda quando se trata de gente.

Fica tudo pela bagatela de US$ 60 mil - do embalsamento até conseguir lugar num mausoléu. Até agora 137 pessoas pagaram adiantado para se tornar (quase) imortais.

Sue Menu, que dirige um grupo de meditação em Salt Lake, foi uma das primeiras a comprar a idéia da mumificação:

“Acho que é a melhor coisa que poderia fazer por mim, antes de morrer. Assim jamais serei esquecida”, ela acredita.

Mas parece que vai levar tempo para que a Summum faça a sua primeira mumificação humana. Sue tem apenas 24 anos e a grande maioria dos que já optaram pelo novo funeral também é jovem.

“Nossos futuros clientes gozam de muito boa saúde. O jeito é ter paciência”, brinca Corcky Ra.

Fonte: Reporter Net


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