04.09.2008 - As tempestades tropicais mais violentas estão aumentando de número e intensidade na medida em que os oceanos se tornam mais quentes, confirmaram cientistas americanos.
O aumento de 1ºC da temperatura da superfície oceânica aumentaria a ocorrência de tempestades violentas em cerca de um terço, calculam os pesquisadores.
Em estudo publicado na revista "Nature", foram analisados dados obtidos por satélite nos últimos 25 anos (de 1981 a 2006). "Nós estamos vendo um sinal, e ele está nos dizendo que o efeito mais forte (do aumento das temperaturas nos oceanos) é sobre as tempestades mais violentas", afirmou James Elsner, da Universidade Estadual da Flórida, em Tallahassee, em entrevista à BBC News.
Elsner acredita que a ligação entre aquecimento global e tormentas pode se tornar mais clara se for analisada a velocidade dos ventos.
Segundo Elsner, essa tendência não é vista em tormentas com ventos de velocidade considerada moderada, de 40 metros por segundo, mas sim quando eles atingem os 50 ou 60 metros por segundo.
Um furacão com ventos de 40 metros por segundo é considerado Categoria-Um, de acordo com a escala Saffir-Simpson, usada com freqüência. Aos 60 metros por segundo, passa a Categoria-Quatro, a força com que o furacão Gustav atingiu recentemente Cuba, antes de baixar para Categoria-Um na costa americana.
Diferença nos oceanos
Boa parte dos trabalhos científicos sobre a possível ligação entre mudança climática e furacões se concentra no Atlântico Norte porque há registros históricos relativamente bons nos Estados Unidos.
A nova análise, usando informações obtidas por satélite por programas americanos, europeus e japoneses mostram tendências diferentes nos trópicos.
O aumento das fortes tempestades é demonstrado mais notadamente no Atlântico Norte e no Oceano Índico, mas está ausente no Pacífico Sul.
"Nós estamos observando diferentes oceanos, e alguns já estão bem aquecidos", disse Elsner, ressalvando que a variação de temperatura no Pacífico Sul foi pequena.
Os autores do estudo afirmam que seus cálculos não levaram em conta o impacto de fenômenos climáticos como El Niño, e destacaram que seu trabalho mantém alguns fatores de incerteza.
Fonte: UOL notícias
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Pesquisadores concluem: ciclones tropicais estão se fortalecendo
03.09.2008 - Os mais fortes ciclones tropicais estão ganhando intensidade, principalmente na metade norte dos oceanos Atlântico e Índico, segundo uma pesquisa publicada hoje pela revista científica britânica Nature. A elevação da temperatura na superfície dos oceanos faz com que aumentem as velocidades máximas do vento dos ciclones mais fortes.
Uma equipe de pesquisadores da Florida State University (Estados Unidos) liderada por James Elsner analisou os dados de ciclones gerados por satélites nos últimos 25 anos. A partir deles, descobriram que o recente aumento da temperatura das superfícies do Atlântico Norte tropical está fortalecendo os ciclones na região.
Os autores do estudo afirmam que o aumento da temperatura da superfície do oceano em um grau Celsius faz com que cresça em 31% a freqüência global dos ciclones mais violentos: de 13 a 17 fenômenos desse tipo ao ano. Além disso, explicam que, quanto mais forte for o ciclone, mais evidente é a mudança na velocidade de seus ventos.
Com exceção do Oceano Pacífico Sul, todas as bacias oceânicas mostram isso, embora não no mesmo grau: os maiores aumentos se dão no Atlântico Norte e no norte do Índico. Os pesquisadores explicam que no resto dos trópicos as tendências na intensidade dos ciclones são menos evidentes.
Neste sentido, reconhecem que calcular as tendências em outras zonas dos trópicos foi difícil devido à falta de dados. Os cientistas concluem que estes resultados vão ao encontro da teoria do motor térmico da intensidade dos ciclones: à medida que os mares se aquecem, o oceano tem maior energia que pode ser liberada sob a forma de ventos ciclônicos.
No entanto, advertem de que ainda há uma grande falta de dados disponíveis e que o estudo não inclui outros fatores importantes, como a origem e a duração do ciclone, a proximidade com a terra, as condições do fenômeno El Niño e a atividade solar.
Fonte: Terra notícias