03.08.2008 - A Ordem Soberana do Templo de Cristo, que afirma ser a herdeira dos míticos templários, apresentou um processo contra o papa Bento 16, a quem exigem a reabilitação da ordem, suspensa por Clemente 5, em 1307.
Também pedem o reconhecimento de seus bens apreendidos avaliados em 100 bilhões de euros (US$ 155 bilhões).
A ação, apresentado em um tribunal de Madri contra o pontífice através da Nunciatura Apostólica na Espanha, solicita a revisão do processo, que terminou com a suspensão da ordem templária há 700 anos.
A denúncia é formulada contra a pessoa física do papa Bento 16 como sucessor de Clemente 5, e não como chefe de Estado do Vaticano, e deixa claro que os atuais templários não desejam a restituição patrimonial dos espólios no século 14, que atualmente alcançariam os 100 bilhões de euros.
"Não pretendemos em nenhum caso causar a falência da Igreja Romana", acrescenta o documento, "mas o tribunal pode ter uma idéia da magnitude da operação tramada contra nossa ordem".
Segundo a Ordem Soberana do Templo de Cristo, legalmente inscrita no registro de associações, os templários tinham recenseadas 9 mil propriedades em toda a Europa, sem contar os direitos sobre terras, pastos, moinhos e direitos portuários, inclusive navios de transporte e de guerra.
No século 14, os templários, que contavam com mais de 15 mil cavaleiros em toda a Europa, tinham propriedades na França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Polônia.
O processo ainda aguarda a resolução do recurso de apelação apresentado pela Ordem do Templo perante a Audiência Provincial de Madri, depois de não ter sido aceita em primeira instância.
Em seu primeiro auto, a juíza encarregada do caso rejeitou o caso por falta de jurisdição, ao entender que não correspondia a seu tribunal se pronunciar a respeito de acontecimentos de 700 anos atrás, "por ser assunto próprio de historiadores".
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Vaticano lança obra inédita sobre processo contra Templários
25.10.2007 - Composta por 799 exemplares numerados, a obra Processo Contra Templários foi lançada oficialmente na manhã desta quinta-feira no Vaticano.
Os documentos, até agora considerados secretos de um dos grandes julgamentos da História, que condenou ao fim os Cavaleiros dos Templários, serão vendidos em edição bilíngüe - italiano e inglês.
O preço equivalente a mais de R$ 15 mil, no entanto, não é nada acessível para a maioria dos interessados no assunto e até mesmo para as bibliotecas especializadas.
O livro integra a série Exemplaria Praetios, a publicação mais valiosa do Arquivo Secreto do Vaticano, e conta com todo o luxo de detalhes nas reproduções: uso de pergaminho, selos dourados e documentos de grande importância histórica.
Um dos destaques é a reprodução dos originais em pergaminho do ato de Chinon, de 1308, do antigo processo de condenação dos Cavaleiros dos Templários. Ele mostra que o papa Clemente 5º reabilitou inicialmente os Templários acusados de heresia e blasfêmia. No entanto, considerou que eles praticavam imoralidades.
Segundo o historiador medievalista Franco Cardini, o papa planejava reformar o grupo religioso e militar medieval, mas nunca o condenou. De acordo com o estudioso, o pergaminho "testemunha que o pontífice não considerava a ordem herege".
Cardini, que também está lançando um livro sobre o assunto, La Tradizione Templare ("A Tradição Templária", em tradução livre), diz que as condenações por heresia na época se fundamentavam nas confissões de alguns templários, que depois acabaram se retratando.
"Por esse motivo, eles foram considerados reincidentes no erro pelo qual tinham sido processados e condenados", assinalou o historiador, que também participou do lançamento oficial da edição do Vaticano.
A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em Jerusalém, em 1118, por nove cavaleiros franceses, para defender os peregrinos cristãos na Terra Santa durante as Cruzadas.
Posteriormente, eles receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder politico, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente.
Depois do processo condenatório, muitos cavaleiros foram perseguidos, presos, torturados e queimados. A ordem foi extinta em 1312 devido a pressões do rei da França Filipe o Belo, que impôs a eliminação dos Templários. Chantageado pela monarquia francesa, o papa Clemente 5º acabou com a ordem sem condenação, nem absolvição, mas isolando-a em uma espécie de hibernação graças a um artifício do direito canônico.
Ao declarar que o processo não tinha comprovado a acusação de heresia, Clemente 5º suspendeu a Ordem dos Templários mediante uma sentença não definitiva, ditada pela necessidade de evitar um grande perigo para a Igreja.
Os Cavaleiros foram proibidos, sob pena de serem excomungados, de continuar usando o nome e os signos distintivos.
Segundo o Monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, todos os mistérios que cercam a Ordem dos Templários e sua dissolução após o julgamento da inquisição estão no livro.
Ele diz que a obra conta com rigorosos conteúdos históricos e científicos sobre o processo, que, em outubro, completou 700 anos.
Fonte: Terra notícias