13.12.2019 -
Ontem (12/12), festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina, o Papa Francisco celebrou uma Missa solene na Basílica de São Pedro, durante a qual proferiu uma homilia muito preocupante.
Com o seu já conhecido estilo, ele negou a doutrina da co-redenção de Maria, sustentada por vários Doutores da Igreja e excelentes teólogos, bem como pelo magistério pontifício, inverteu o dogma da maternidade divina de Nossa Senhora, subordinando-o ao “discipulado”, e disse que proclamar um novo dogma mariano seria seria uma idiotice (sim, com esta palavra: “una tonteria”, em espanhol).
“Fiel ao seu Mestre, que é o seu Filho, o único Redentor, jamais quis tomar para si algo do seu Filho. Jamais se apresentou como co-redentora. Não, discípula”.
Para rebaixar Nossa Senhora, aos moldes da mais pura prática protestante, Francisco se vale de argumentos absurdos: se Cristo é o único Redentor, logo, Maria não pode ser co-redentora; se Ela é discípula, logo, não pode ser co-redentora. Se o próprio São Paulo diz: “completo em minha carne o que falta à paixão de Cristo, por seu corpo, a Igreja” (Cl 1,24), por que Maria Santíssima, tão intimamente unida às dores do seu Filho, sofrendo com Ele, não poderia cooperar na obra da redenção de maneira também singular?
Mais à frente, ele diz: “Algum Santo Padre diz por aí que o discipulado é mais digno que a maternidade. Questões de teólogos, porém, discípula. Nunca roubou para si nada do seu Filho, serviu-o apenas porque é mãe, dá a vida na plenitude dos tempos, como escutamos a este Filho nascido de mulher”.
Que desqualificação! Ele faz afirmações completamente absurdas e dá como demonstração que “algum Santo Padre diz por aí”. Como assim? Não existem mais fontes? Agora basta o pontífice romano chegar agredindo a doutrina e dar como argumento que alguém disse em algum lugar alguma coisa?
Numa única frase, Ele está subvertendo toda a mariologia, pois a maternidade divina de Maria é a fonte de onde emanam todos os seus demais privilégios. De fato, ela foi predestinada para ser a Mãe de Deus, em vista da encarnação: como alguém poderia ser discípulo de Cristo se Ele não se encarnasse? É absolutamente irrefutável a afirmação da Tradição Católica, muito bem condensada pelo Papa Pio XII: “Na verdade, dessa sublime missão da Mãe de Deus, nascem, como duma misteriosa e limpidíssima fonte, todos os privilégios e graças que adornam, duma forma admirável e numa abundância extraordinária, a sua alma e a sua vida” (Pio XII, S.S., Encíclica Fulgens corona, n. 10).
Ainda adiante, Francisco demonstra ter uma cristologia confusa, para não dizer materialmente herética. Ele dá à Virgem o adjetivo de mestiça e justifica: “Ela se mestiçou com a humanidade. Por que? Porque ela mestiçou Deus. E este é o grande mistério: Maria Mãe mestiça Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, em seu Filho”.
Uma das heresias cristológicas antigas na história da Igreja é o monofisismo, que assumiu uma série de modalidades. Uma delas consistia em dizer que a natureza divina e a natureza humana de Cristo foram misturadas numa espécie de terceira natureza divino-humana híbrida. A Igreja claramente condenou esta falsa doutrina, visto que a Pessoa Divina do Verbo tem duas naturezas verdadeiramente distintas, não misturadas: a natureza divina e a natureza humana. Mas parece que o Papa não sabe disso. Poderia ele buscar o Concílio de Calcedonia, que afirmou: “Que se deve reconhecer ao uno e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, em duas naturezas, sem mescla, sem mutação, sem separação, sem divisão” (DS 302).
Francisco conclui de forma desconcertante: “quando vierem a nós com histórias de que se teria de declará-la isto ou fazer este outro dogma ou este, não nos percamos em idiotices: Maria é mulher, é Nossa Senhora, Maria é Mãe de seu Filho e da Santa Mãe Igreja hierárquica e Maria é mestiça, mulher dos nossos povos, porém, que mestiçou Deus”.
Lá no início dos tempos, Deus declarou à serpente: “porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela” (Gn 3,15) e, no final dos tempos, o livro do Apocalipse diz que “o Dragão perseguiu a mulher” (Ap 12,13). Francisco fala como aquele pequeno chifre mencionado na profecia de Daniel, “com a boca cheia de arrogâncias” (Dn 7,8).
Não é sem razão que ele caiu diante da imagem de Nossa Senhora de Czestochowa e tropeçou diante de Nossa Senhora em Guadalupe.
O que sentirá uma alma devota ao escutar, no dia da Imperatriz das Américas, palavras tão levianas acerca da Mãe de Deus? Esta atitude de Francisco é uma agressão à autêntica devoção católica à Maria, especialmente nas almas dos fiéis mais simples.
Vale lembrar que, durante o Concílio Vaticano II, aconteceu um verdadeiro movimento Mariano intra-conciliar, que pretendia impulsionar o Papa João XXIII a proclamar o dogma da co-redenção de Nossa Senhora. Este movimento foi abortado por outro movimento: o movimento ecumênico, que, sob pretexto de favorecer o diálogo com os protestantes, bloqueou a proclamação dogmática desta piedosa doutrina. Não podemos calar a nossa indignação.
Reparemos o Coração ofendido de Maria Santíssima, pois, mais uma vez, Francisco foi longe demais!
Fonte: fratresinunum.com
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Abriu, pois, a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar o seu nome, o seu tabernáculo e os habitantes do céu" (Apocalipse 13, 6).
Declarou o zeloso Arcebispo Marcel Lefebvre: "O Papa recebeu o Espírito Santo, não para pregar novas verdades, mas para manter a fé de sempre. Por esta razão, nós escolhemos o que sempre foi ensinado, e fechamos nossos ouvidos às novidades destruidoras da Igreja".
"Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não digo que ele não o seja mais – notem bem, não me façam dizer o que não disse – mas se acontecesse disso ser verdade, não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Eis porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas recusamos tudo o que lhe é contrário. Já ouvimos a objeção: Então cabe a nós julgarmos a fé católica? Mas não será dever de um católico julgar entre a fé que lhe ensinam hoje e a que foi ensinada e crida durante vinte séculos e que está escrita nos catecismos oficiais. Como foi que agiram os verdadeiros fiéis diante das heresias? Preferiram dar o sangue a trair sua fé. O Santo Padre não pode, de forma alguma, pedir-nos que abandonemos nossa fé, que é algo absolutamente impossível – e a conservação da nossa fé. Pois bem, nós escolhemos não abandonar a nossa fé, porque nela não podemos errar. A Igreja não pode estar errada no que tem ensinado durante dois mil anos, e por esse motivo nos apegamos a essa Tradição que tem se manifestado de forma admirável e definitiva. Por esta razão, nós escolhemos o que sempre foi ensinado e fechamos nossos ouvidos às novidades destruidoras da Igreja".
"Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!" (São Mateus 16, 23)
“Roma perderá a Fé e se tornará a sede do Anticristo”, são as palavras que Nossa Senhora profetizou em La Salette, na França, uma aparição reconhecida pela Igreja.
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