27.11.2019 -
Diz na Sagrada Escritura:
"Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo. Sou objeto de contínuo escárnio, e todos zombam de mim. Cada vez que falo é para proclamar a aproximação da violência e devastação. E dia a dia a palavra do Senhor converte-se para mim em insultos e escárnios.
E, a mim mesmo, eu disse: Não mais o mencionarei e nem falarei em seu nome. Mas em meu seio havia um fogo devorador que se me encerrara nos ossos. Esgotei-me em refreá-lo, e não o consegui. Ouço as invectivas da multidão: Cerca-nos o terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!
Os que eram meus amigos espiam-me agora os passos. Se cair em abusos, tiraremos vantagem, e dele nos vingaremos. O Senhor, porém, está comigo, qual poderoso guerreiro. Por isso, longe de triunfar, serão esmagados meus perseguidores. Sua queda os mergulhará na confusão. Será, então, a vergonha eterna, inesquecível.
Senhor, Deus dos exércitos, vós que sondais o justo, e que escrutais os rins e os corações, concedei-me o poder de contemplar a vingança que deles ides tirar! Pois em vossas mãos depositei a minha causa. Cantai ao Senhor, glorificai-o, porque salvou a vida do miserável das mãos do mau" (Jeremias 20, 7-13).
* * *
Diz ainda na Sagrada Escritura:
"Dizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios: Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina. Ele declara possuir o conhecimento de Deus e chama-se filho de Deus. Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos e só o vê-lo nos é insuportável; sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos são imutáveis. Somos comparados por ele à moeda falsa e foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por pai. Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele. Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência.
Vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro. Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois a malícia os torna cegos, não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras" (Sabedoria 2, 1 e 12-22).
"Lutai, Senhor, contra os que me atacam; combatei meus adversários. Empunhai o broquel e o escudo, e erguei-vos em meu socorro. Brandi a lança e sustai meus perseguidores. Dizei à minha alma: Eu sou a tua salvação. Venha sobre eles de improviso a ruína; apanhe-os a rede por eles mesmos preparada, caiam eles próprios na cova que abriram. Então a minha alma exultará no Senhor, e se alegrará pelo seu auxílio. Todas as minhas potências dirão: Senhor, quem é semelhante a vós? Vós que livrais o desvalido do opressor, o mísero e o pobre de quem os despoja. E a minha língua proclamará vossa justiça, dando-vos perpétuos louvores" (Salmos 34).
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