17.04.2019 -
Diante do horror de ver a Catedral de Notre-Dame ser devorada pelas chamas surge um sinal de esperança: um grupo que diante da tragédia reza o terço cantado, muitos deles de joelhos.
O incêndio que destruiu parte da Catedral de Paris é uma imagem quase perfeita do estado da Igreja em França e no Ocidente. No período pós-Concílio Vaticano II grande parte dos Bispos e sacerdotes traíram a sua missão. Deveriam ter entregado o que tinham recebido: um tesouro inestimável; a maior história de amor que o mundo alguma vez viu. Em vez disso fizeram da sua missão destruir o que podiam e ocultar o resto desse tesouro.
Aos fiéis que deles esperavam a verdade entregaram-lhes apenas meias-verdades, nada mais do que um presente envenenado. Em lugar de ser a Igreja a mudar o mundo, um dos três inimigos da nossa alma, passou a ser o mundo a mudar a Igreja, deformando-a. Muitos dos fiéis deixaram de o ser, porque a salvação passou a ser tão fácil como o pecado. Outros continuaram a ser “fiéis” mas de outra "fé"; não a que tinha sido guardada religiosamente durante vinte séculos depois do próprio Jesus Cristo, Deus feito homem, ter dito que sem aquela Fé ninguém se poderia salvar. E o propósito da nossa existência é a salvação da nossa alma, é ficar para sempre na presença de Deus, nosso Criador e Redentor. Nisso consiste a felicidade, e não em algo que o mundo nos possa prometer.
Com as portas escancaradas ao mundo, o Maio de 68 entrou e fez muitos estragos. A “homossexualidade” e a libertinagem sexual começaram a fazer parte da vida de muitos que deveriam viver como anjos. Não satisfeitos com a própria corrupção foram corromper os mais fracos, os que não se podiam defender. O escândalo dos abusos sexuais nas últimas décadas foi um dos maiores contra testemunhos que o Clero poderia dar. Os rapazes adolescentes deveriam olhar para um sacerdote e ver um homem, um exemplo a seguir, não um cobarde luxurioso pronto a aproveitar-se do seu corpo para ter um prazer efémero que na eternidade se vai traduzir em sofrimentos inenarráveis.
Hoje em dia muitas dioceses e muitas paróquias continuam a ser guiadas por pessoas com vergonha (e até ódio) do passado da Igreja. Muitos deles falam da História como se a Igreja tivesse começado verdadeiramente há 50 anos, e antes disso fosse apenas um bando de malfeitores. Uns fazem-no por ignorância, outros por má-fé. Os pecados que Deus nos disse que eram especialmente graves como a sodomia, o adultério e o aborto são nas suas igrejas tolerados, quando não incentivados.
Mas a Igreja não é deles, é de Jesus Cristo. E por isso vemos jovens como aqueles que ali rezaram - cheios de fé, esperança e caridade - o rosário enquanto o mal parecia vencer. Eles são a imagem dos jovens que muitos bispos e sacerdotes consideram tradicionalistas, fundamentalistas, extremistas. Constroem muros para se afastarem deles, enquanto se dedicam a construir pontes com os inimigos da Igreja, com os que a querem destruir. A estes tudo é permitido, àqueles tudo é proibido. A estes tudo é concedido, àqueles tudo é recusado. Fecham-lhes portas, declinam recebê-los, traem a cultura de diálogo que propagam a plenos pulmões à frente de qualquer microfone.
A Igreja está a arder. Arde como ardeu ontem Notre-Dame. Somos muito menos do que éramos. Os fiéis são muito mais ignorantes em relação à Fé. Há uma apostasia silenciosa. As pessoas estão confusas. Já nada é certo, nada é garantido. Uma coisa é verdade hoje mas amanhã pode ser mentira. Uma Igreja sem Fé não pode ter caridade, ninguém pode amar o que não conhece.
Mas diante das chamas que parecem tudo destruir eis que aparece um sinal de esperança, uma nova geração que quer levar as coisas a sério. Esta geração quer aprender o que a Igreja sempre disse para poder ensinar o mundo, para poder salvar o mundo, e não perder-se no meio dele. Este “pequeno rebanho” estará disposto a dar a vida para que a Igreja volte a ser o que sempre foi. Deus vult!
Por João Silveira - Via: senzapagare.blogspot.com
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Prece de São Luís Maria Grignon de Montfort, pedindo a Deus missionários:
"Senhor, Vossa Divina fé é transgredida; Vosso Evangelho desprezado; abandonada Vossa religião; torrentes de iniquidade inundam toda a terra. Quase nenhum soldado se alistará em Vossas fileiras, cheio de zelo pela Vossa glória? Ah! permiti que brade por toda parte: fogo, fogo, fogo! socorro, socorro, socorro! Fogo na casa de Deus! fogo nas almas, fogo até no santuário! Socorro, que assassinam nosso irmão! socorro, que degolam nossos filhos! socorro que apunhalam nosso bom Pai! Si quis est Domini, iungatur mihi: venham todos os bons sacerdotes que estão espalhados pelo mundo cristão, os que estão atualmente na peleja, e os que se retiraram do combate para se embrenharem pelos desertos e ermos, venham todos esses bons sacerdotes e se unam a nós. Vis unita fit fortior, para que formemos, sob o estandarte da Cruz, um exército em boa ordem de batalha e bem disciplinado, para de concerto atacar os inimigos de Deus. Erguei-Vos, Senhor: por que pareceis dormir? Erguei-Vos em todo o Vosso Poder, em toda a Vossa Misericórdia e Justiça, para formar-Vos uma companhia seleta de guardas que velem a Vossa Casa, defendam Vossa Glória e salvem tantas almas que custam todo o Vosso Sangue".
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