01.08.2018 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Mas o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé sobre a Terra?" (São Lucas 18, 8)
Uma recente pesquisa publicada pelo Dr. Mark Gray, que trabalha no Centro de Investigação Aplicada no Apostolado (CARA) da Universidade de Georgetown, mostrou que as crianças católicas estão abandonando a fé aos 10 anos porque existe uma incompatibilidade entre o que aprendem sobre a Igreja e a ciência no colégio.
Das duas pesquisas realizadas pelo Dr. Gray, uma delas se centrou em pessoas cujas idades oscilavam entre 15 e 25 anos e foram criados como católicos, mas já não se identificavam como tais. O outro se centrou em pessoas com 18 anos ou mais que se identificavam como católicos.
“As entrevistas entre os jovens e adultos, que deixaram a sua fé católica, revelaram que a idade na qual tomaram a decisão de abandonar a fé foi aos 13 anos. Cerca de dois terços das pessoas entrevistadas, 63% disseram que deixaram de ser católicos entre os 10 e 17 anos. Outros 23% disseram que se afastaram da fé antes dos 10 anos. Apenas 13 % disseram que alguma vez pensaram em voltar para a Igreja Católica”, explicou ao Grupo ACI.
Gray assinalou que as pessoas que se afastaram “desejam ter uma prova, uma evidência do que estavam aprendendo sore a religião e sobre Deus”.
“Isto é quase uma crise de fé. Em todo o conceito de fé, esta geração está lutando com a fé de uma maneira que não ocorreu nas gerações anteriores”, comentou.
Também explicou que há uma tendência na cultura popular que vê o ateísmo como “inteligente” e a fé como “um conto de fadas”.
O perito indicou que uma das razões dessa situação é a separação entre a fé e a educação, porque os jovens vão à Missa uma vez por semana, mas passam o resto da semana aprendendo que a fé é “boba”.
Por outro lado, disse que se os estudantes aprendessem na mesma escola sobre a evolução, a teoria de Big Bang e a fé com professores que têm convicções religiosas, isto demonstraria que “não há conflitos entre a ciência e a religião e entenderiam acerca da Igreja, sua história e sua relação com a ciência”.
O Dr. Gray explicou que esta situação foi diferente com as gerações anteriores que estudaram ciência e fé no mesmo currículo. A educação “ajudou muito os jovens a lidarem com estas grandes questões e a não gerar um conflito entre a religião e a ciência”.
Por sua parte, o Pe. Matthew Schneider, sacerdote legionário que trabalhou com jovens durante quatro anos, disse que a fé e a ciência devem ser apresentadas aos jovens ambas em harmonia.
O sacerdote explicou que é um desafio ensinar como a “fé e a ciência se relacionam” através da filosofia e da teologia. Enquanto ciência se ocupa do “que é observável e medível”, “o mundo necessita de algo não físico em sua origem, deste modo entendemos Deus com a ciência”.
“A ciência nasceu da fé cristã”, prosseguiu. “Não há contradição” entre fé e ciência, “mas é necessária a compreensão de cada uma em seus próprios reinos”.
O que os pais podem fazer para que seus filhos permaneçam na fé?
O Pe. Schneider recordou uma pesquisa realizada por Christian Smith, professor de sociologia da Universidade de Notre Dame, que concluiu que a combinação de três fatores produz uma taxa de 80% de retenção entre os jovens católicos.
Se tiveram uma “atividade semanal” como a catequese, estudos bíblicos ou um grupo de jovens; se há adultos na paróquia, sem ser os seus próprios pais, que possam falar com eles acerca da fé; e se tiverem “experiências espirituais profundas”, há uma maior probabilidade de permanecer na fé católica, disse o Pe. Schneider.
Por sua vez, o Dr. Gray indicou que a igreja é “muito aberta” à ciência e que uma das provas disso é a filiação dos cientistas não católicos com a Pontifícia Academia de Ciências. Entre eles está o físico Stephen Hawking.
“Não há um conflito real” entre a fé e a ciência, disse Gray.
“A igreja equilibrou de maneira constante os assuntos de fé e razão desde os trabalhos de Santo Agostinho no século V. Ainda tem a oportunidade de conservar mais jovens católicos se puder fazer mais para corrigir os mitos históricos sobre a Igreja com relação à ciência”, destacou. Fonte: ACI
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